O patriota

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Posso confessar que não sabia mais nada. Ver aquela cena, a menina sendo coberta por algo estranho e até mesmo nojento, por algum motivo bastante óbvio havia ficado com medo. Com medo de que algo ruim pudesse acontecer a ela.

Já escutei pela boca dos outros sobre essa tal transformação, porém, nunca mostraram relatos nem imagens de como ocorria e agora vendo pessoalmente, entendo o motivo de tanta turbulência e segredo sobre isso. E infelizmente não sabia como ajudar. Também já presenciei várias transformações, assim como a minha, mas nunca de uma criança sendo engolida pelo próprio medo. Meu corpo tremia e suava frio, pelo motivo que mais odiava em minha vida, de me sentir impotente de poder ajudar o próximo, era uma coisa acima dos meus conhecimentos. O rosto dela no momento que a coisa começava a subir pelo seu corpo, era de pura paura, mais branca do que um fantasma, destacando ainda mais os cabelos negros, com os olhos claros pedindo socorro.

E agora estava aqui na pequena sala de estar, andando de um lado para o outro, esperando a chegada de Wanda. No primeiro momento, foi a única que consegui imaginar pedindo ajuda, ela já tinha passado por tudo isso, de uma forma completamente diferente e mais assustadora, mas a sensação deveria ser a mesma, e com as habilidades dela, poderia ajuda-lá a se acalmar e descobrir mais alguma informação. E não deixando escapar Sam, que deixou bastante claro que gastei um celular de sos, por uma chamada de ajuda estranho. Sou um soldado, que acabou de ver uma menina entrando em um casulo alienígena, mesmo com todo meu conhecimento de esquisitice isso ainda nunca havia acontecido. Ele entenderia o ocorrido.

Pensando bem, talvez não. Ele não entenderia por mais que eu explicasse, apenas ao imaginar eu descrevendo aquela cena, Sam, provavelmente já estaria congelado de medo, com toda aquela sua aparência séria de um soldado e de um bom amigo, sabia os momentos que ele poderia sentir medo.

Me sinto um leão cego. Sou um homem grande, tenho força e velocidade anormal; mas de que me adianta toda força do mundo se não consigo ajudar? Liv, pode estar morrendo, pode estar transmutando, estar alucinando, pode estar acontecendo qualquer coisa e eu não posso fazer nada, por que no fundo sou apenas um homem, com medo de que o pior aconteça, o medo que sempre esteve ao meu lado para ajudar todos quando mais precisavam.

Peggy uma vez comentou que não poderia carregar todo mundo nas costas, que eu era apenas um homem bom e isso era o que sempre deveria ser. Uma batida na porta fez com que voltasse para o mundo real. Esperando a chegada deles, caminhei em direção a porta, encontrando outra pessoa. Era uma menina, de estatura normal e de cabelo curtos, a amiga da Liv. A expressão dela ao me ver abrindo a porta, foi algo interessante de ver, ela mantém a boca aberta como se fosse falar alguma coisa, e os olhos arregalados, só então depois de alguns segundos, ela formou um largo sorriso nos lábios, me deixando confuso e constrangido.

–Oi! Hmm... sou Milla, a amiga da Liv. – Disse ela estendendo a mão para um comprimento. – Queria saber como ela está.

A menininha olhava para mim, com uma cara engraçada até, mas não parava de me encarar com o sorriso estranho no rosto. E por algum motivo não estava preocupado ou sentindo ameaçado, a verdade era que estava dando vontade de rir.

– Ela está no quarto. Ela não estava se sentindo muito bem quando cheguei. – Respondi apertando sua mão de modo gentil e educada.

– Você é o carinha da lanchonete... – Pensou ela em voz alta provavelmente. – Bem, ela deve estar dormindo. Não quero incomodar, Liv precisa de descanso total e de uma boa companhia masculina que possa a socorrer quando precisar.

– Bem, se você quiser pode ir vê-la.– Disse, percebendo que a mesma começava a ficar com o rosto vermelho, por alguma razão.

– Não. Imagina! Não quero incomodar vocês... volto uma outra hora, que ela estiver sozinha. – Terminou ela, com um sorriso de orelha a orelha.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora