Acorda

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Tudo parecia perfeito demais, isso me deixava aflita. Desde a primeira vez que Steve está aqui em casa pude ver ele dormir tão calmo e sereno, ele se encontrava estendido no colchonete na sala coberto por uma manta vermelha, até parecia de brinquedo, por não não mexer um simples músculo. E eu ficava ali na espreita da porta da cozinha observando, era uma sensação de paz, o ver ali quietinho no chão, salvo, seguro, sem ter nada para se preocupar.

A noite passava por mais estranha que pudesse ter começado, terminou na melhor forma que poderia imaginar, ainda mantinha o sorriso bobo no rosto parecia uma criança com o coração acelerado ao pensar no beijo, colocava ambas as mãos sobre a bochecha sentido-as esquentar com os pensamentos. Espero que nada de ruim aconteça de agora adiante, somente por mais alguns dias, precisávamos de uma folga. Sabiamos que estavamos ligados por algo maior que nosso encontro, que estávamos destinados estar juntos, mas nunca cheguei a imaginar nesse nível, bem, era o próprio Capitão América, era muito muito caminhão para minha pessoa.

– O que está pensando? Está com uma carinha... – A voz masculina pareceu de repente entre a porta, com um ar risonho.

Levantei o olhar vendo Steve parado na moldura, com os braços cruzados em baixo no peito, com um sorriso de canto nos lábios. Por ele ter acabado de levantar havia se tornado a coisa mais fofa do mundo, o rosto inchado e o cabelo loiro grande todo espetado para cima mesmo estando grandes, e a barba nem se fala.

– Apenas tendo devaneios. – Respondi bocejando. – O que vai fazer hoje? – Questionei tediosa.

– Por mim ficaria o dia todo deitado. – Respondeu o homem abrindo a geladeira e pegando quatro potinhos de iogurte de morango, colocando somente um em minha frente.– Repentinamente ficou tudo quieto demais, não gosto disso.

– Então seja bem vindo ao clube. – Antes que pudesse falar mais alguma coisa, ambos escutamos o barulho da campainha para nossa surpresa, logo me levantando para atender. – Já volto.

Fui em direção a porta de entrada caminhando de vagar com as meias rosas para não cair no meio do caminho, por mais que estranho que seja ainda era quase oito horas da manhã, provavelmente era Marcus vindo confirmar minha situação, a última vez que nos vimos posso admitir que entrava uma droga, agora finalmente podia começar respirar em paz comigo mesma, depois de tanto tempo. Virei a maçaneta pronta para abrir um sorriso carinhoso, quando dou de cara com uma mulher loira toda vestida de preto parada ao lado do homem carregando uma sacola.

– Queremos falar com ele. – Disse Natasha mantendo a postura, com o rosto fechada de sempre. Fiz um gesto simples com a cabeça, indicando para que eles entrassem, de cara avistando Steve que saia da cozinha comendo no pequeno potinho. – Fiquem a vontade, vou pra cozinha. – Conclui para surpresa de todos.

– Não tem problema Liv, você pode ficar. – Disse Clint, sem mudar sua expressão enquanto passava pela porta, ficando parado ao lado da estante. – Acredito que Steve já tenha colocado em dia com nossa situação.

– Com toda certeza. – Respondi cruzando os braços, mostrando um sorriso amarelo.

– O que aconteceu dessa vez? – Perguntou ele preocupado pela visita inesperada de ambos.

– Descobrimos que um dos responsáveis pela venda das armas vai encontrar outro hoje no parque Brooklyn Bridge. Não sabemos a hora exata e nem aparência dele, mas aparenta ser um inglês, pelo modo que escreveu na carta. – Explicou Natasha indo em direção ao sofá e sentando-se ali no maior conforto.

– Mas infelizmente não sabemos a origem, então não temos como confirmar se é verdadeiro. – Continuou explicando Clint. – Conseguimos por outros meios um outro encontro, no mesmo horário no outro lado da cidade, então precisaremos nos dividir. Eu e Nat, e você para a ponte, enquanto Sam e Wanda ficam tentando descobrir mais coisas, já que são os únicos que conseguem voar e manter uma certa distância caso necessário.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora