Dia normal

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Poderia descrever o dia de hoje, como "Um dia de tédio" já era quase 7 da manhã e ainda não queria sair da cama, ou melhor, sabia que no momento que saísse da minha área de conforto qualquer coisa fora do normal poderia acontecer, então era mais seguro ficar entre os lençóis.

O dia tinha nascido com o ar mais quente, o tempo gelado parecia lutar em certos cantos para ganhar espaço na sombra, era um perfeito dia de outono, onde a pouca claridade entrava de modo gentil pelas frestas da cortina de tons claros, fazendo com que a preguiça ficasse cada vez mais alta. Já podia ver as árvores balançarem lentamente pelo lado de foram com suas folhas secas de tons amarelados e alaranjados, deixando uma aparência confortável para todos. Sem dúvida, era minha estação favorita, mesmo que ela indique a chegada do inverno.

Um dos outros motivos que estendia minha saída da cama era que ele ainda dormia na sala, como uma pedra. Uma das discussões do dia anterior foi onde ele ficaria, pois acredite, o sofá é pequeno então a solução foi jogar um colchonete no não e deixar o mais confortável possível; na outra vez que eles ficaram por aqui nem acabaram dormindo pela falta de espaço e justamente foi o dia da explosão, então, para passar na cozinha precisava pular o corpo dele, então era preferível ele ter pelo menos uma boa noite de sono antes que a correria do dia a dia voltasse e que eu acabasse atropelando ele.

O mais engraçado de tudo isso é que agora finalmente que posso ter um tempo de descanso, estou com tédio e sem nada o que fazer, apenas pensando que provavelmente logo logo terei que começar a procurar um novo emprego, mas como... pela lógica também e por votos, ontem todos os vingadores votaram para que eu colocasse a bota ortopédica novamente, para não chamar atenção de ninguém, pois eu ainda estou altamente quebrada, no momento estou sem ela claro, pois tirei para dormir, mas só de pensar em ter que colocar ela de volta é meio grrrrr.

Acordei do meu transe de preguiça rolando na cama, já quase dormindo novamente pela voz grossa vindo do outro cômodo chamando por meu nome, admito, levei um susto. Joguei as pernas para fora da cama, esticando a coluna podendo até sentir elas estalar de volta para o lugar, de vez em quando a sensação que tinha sido atropelada por um ônibus aparecia de repente fazendo com que tudo voltasse doer. Como meu corpo conhecia a casa sozinho, caminhei descalça para fora do quarto só então reparando que possivelmente peguei no sono. A sala encontrava-se impecável, o colchonete não estava mais lá todo esticado sobre o tapete branco nem as cobertas, agora agrupavam uma pilha bem dobrada e arrumada ao lado do sofá e um cheiro adocicado tomava conta do ambiente.

Espiei com receio para dentro da cozinha avistando o homem ali parado de costas mexendo na pia, lavando o resto de louça acumulada do outro dia. Por momentos repentinos nem parecia que era o Capitão América de verdade. Desde pequenos somos ensinados sobre ele como um deus em forma humana, grande e bastante forte, porém ao mesmo tempo todo engomadinho dentro daquela roupa apertada azul, com os cabelos loiros super penteados para trás mesmo quando tirava o capacete e que fora disto ele se vestiria igual ao seu avô e falaria igual ele, o que não deixa de ser mentira. Sempre achei ele com rosto de bundinha de nenê, sabe branquinha, bem lisinha e bastante fofinha até chegando ser rosada, além dos dentes mais invejados de hollywood, essa era minha descrição para o possível velho.

Provavelmente o homem que via neste momento não possuía nenhuma destas características descritas anteriormente. O corpo parecia duas vezes maior e mais forte do que os vídeos promocionais, onde ele parecia bochechudinho, agora ele parecia mais "Homem" se é que poderia descrevê-lo assim, antes ele realmente parecia um neném charmoso que faria qualquer mulher de idade se apaixonar lentamente. Já agora, observando ele de costas, com calça de moletom preta e uma simples camiseta branca justa, deixando os músculos destacados, enquanto o cabelo loiro que começavam a crescer de forma aleatória caia sobre o rosto, como a barba comprida dando um charme completamente diferente, para minha antiga visão. Enquanto o antigo Capitão América, esse parecia ter saído de dentro de um filme hipster de New York. Até parecia uma tarada ali o olhando ele na moita, mas cara, não é qualquer dia que você tem isso. Steve poderia muito bem sair desse jeito mesmo na rua que ninguém o reconheceria, dou minha palavra de honra.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora