No começo era Steve virando minha babá, porém, com os últimos acontecimentos, acabei me tornando sua. Posso afirmar que não é uma situação muito fácil. Ao passar do dia, Steve foi piorando, e as marcas roxas de seu corpo começaram a ficar mais escuras, mesmo que Clint e Natasha tenha pedido para que ele fosse para um hospital procurar ajuda médica, ele recusava e admitia estar bem, que daqui a pouco melhorava e blablabla. Então, depois de muita conversa e dores, o homem loiro acabou cedendo.
Uma curiosidade à respeito de sua vida era que podia ter tomado soro de supersoldado, podia ter ficado mais forte, mais rápido, mais resistente e até mais atraente; mas não significava que machucados não doíam. Também poderia se curar mais rápido do que os outros, mas no fundo não adiantava nada, enquanto o corpo não se auto ajudava.
– Droga... – Resmunguei segurando sua mão machucada com cuidado. - Esse roxo é uma veia... Tá doendo muito?
– Estou bem. – Respondeu o homem se segurando com uma única mão para não cair com o balanço do metrô. – Espero que ninguém me reconheça...
– Você não tem barba na mídia. – Acrescentei. – E o médico vai estar ocupado com sua mão, não com seu rosto.
Apesar de Natasha ter se esforçado para fazer um bom curativo, para cuidar o melhor possível de sua mão, nenhum cuidado deu certo ao final das contas e parte da culpa disso era exclusivamente dele. Se tivesse ficado quieto como a espiã havia orientado tantas vezes enquanto fazia o curativo, talvez não estivesse tão ruim ao ponto de precisar de um médico, era só fechar de novo. E se tivesse parado a "atividade física" quando disse que não devia por conta da mão, entre outras razões bastante coerente, definitivamente não estaria indo para o hospital com uma veia rompida, isso imaginando que foi apenas uma veia, um machucado aberto e um tendão lesionado. E ainda foi teimoso, demorou para admitir que precisava de um médico e se não fosse a insistência de todos provavelmente ainda estaria largado no apartamento chiando de dor por qualquer mínimo movimento.
– Vamos descer na próxima. – Disse enquanto estudava um mapa pelo celular e o puxando pelo braço quando o vagão parou.
Sua mão machucada voltou para o abrigo chamado bolso e seu braço foi envolvido ao meu, que o guiava pelo caminho inteiro com a maior gentileza possível. Steve parecia bastante atordoado, não conseguia decifrar se era pelos machucados, ou apenas não sabia como conversar comigo, parecia sem graça, mas não recusava minha ajuda nem a companhia, o que me deixava feliz.
Obviamente estava agitada e muito nervosa, ao que tudo indicava, sentia culpada pelo que aconteceu e pelo dia anterior, queria poder tocar nesse assunto, só não sabia como. O céu a leste estava como um tom púrpura que lembrava os seus hematomas, e as árvores nas margens pareciam silhuetas escuras contra um fundo um pouco menos escuro. Uma estrela solitária brilhava intensamente perto do horizonte, indicando que o frio chegaria com mais intensidade.
Steve pediu para ser levado ao um hospital mais perto, um público, todavia, minha preocupação com ele não deixava. Então economizei o dinheiro de um suposto táxi, para levar ele até outro hospital, pensei que se o levasse ao que fiquei na explosão, claramente viriam que não usava mais a bota, com uma super recuperação estranha.
– Chegamos. – Disse nem percebendo que havíamos chegado em frente a um grande edifício da cor branca.
Steve retirou uma das mãos do bolso, colocando sobre meu ombro enquanto subíamos as escadas. Ele lançou um olhar estranho seguindo o mesmo para o chão levantando a sobrancelha, mordendo os lábios. Nem sempre as pessoas dizem o que realmente estão pensando, principalmente ele, mas aos poucos começava a perceber pequenos gestos ou manias, quando indicava preocupação ou insegurança.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...