Steve levantou-se do sofá sem pegar a camiseta, ficando parado em minha frente com a postura de sempre. Ele levou um dos braços para a cintura e a outra para as costas, fazendo uma breve referência, abriu um sorriso encantador nos lábios. Demorei para perceber o que fazia, só depois me dando conta que a música principal começava a tocar nos créditos finais. Meu coração começou a bater mais acelerado do que esperava, sentindo a queimação subir pelas minhas bochechas e borboletas atacando o estômago.
– Não, Steve! Não sei dançar... – Resmunguei, aninhando com o sofá revelando que não queria sair.
– Uma dança. – Pediu ele sem quebrar o sorriso, rindo por de trás pelo estado que fiquei. – Vamos, vamos! – Implorou estendendo a mão, vindo em minha direção como quem me puxaria. – Acredite, depois não teremos outra oportunidade como esta.
O homem loiro ainda parado com a mão esticada em minha frente, parecia que não mudaria de ideia tão rápido e admito que depois de tudo que passamos nesses últimos dias, precisávamos de uma dança para quebrar todo esse gelo no ar. Segurei em sua mão, sendo puxada para perto com certa delicadeza, fazendo que colocasse a outra mão em seu peito nu sem querer, logo a levando para seu ombro, desviando o olhar.
Não poderia negar, Steve era o perfeito cavalheiro para a sua época, um príncipe dos sonhos de qualquer menina. Ele apoiou os braços pesados de forma gentil sobre os meus ombros, sem desviar os olhos azuis. Podia sentir eles me vigiando ainda com o rosto virado. Ele começou a balançar os corpos lentamente, à medida que a música tocava no fundo, divertindo-se ao me ver tão desnorteada pela primeira vez depois de todo esse tempo.
– Oh my love... My darling, I've hungered for your touch. – A voz dele era rouca ao começar a cantar a letra da música. Fazia com que meu corpo precisasse de ajuda, pois a qualquer momento poderia desabar. – A long lonely time... time goes by so slowly... And time can do so much. Are you still mine?
Não conseguindo resistir, tive que olhar para ele sem esconder o sorriso que parecia largamente em meu rosto avermelhado. O homem pareceu gostar e se sentiu mais calmo, talvez, pois começava a nos balançar girando pela sala, usando o colchonete branco como um palco. O corpo dele era quente e confortável enquanto dançávamos com nossos pés afundando. Podia ficar ali para sempre, nunca cansaria. Largando a timidez do momento, arrumei a postura e meus braços tentando segurar uma risada enquanto o mesmo ainda tentava cantar a música que mal conhecia, mas que havia conseguido decorar por ser repetitiva fazendo uma performance de caretas.
– I need your love... I need your love.– Canta as últimas frases da música, com a voz tão baixa, puxando para mais perto de seu corpo descoberto, não deixando um único espaço. – God speed your love to me!
A música melosa já havia terminado de tocar, mas ainda sim ficamos ali abraçados por alguns minutos dançando na sala escura e silenciosa, apenas com os barulhos de nossas respirações ofegantes e da cidade agitada no lado de fora. Meu rosto encontrava-se encostado em seu peito aconchegante, ele conduziu uma das mãos para meu cabelo, acariciando devagar. Os seus toques eram tão gentis e calorosos, fazendo com que ficasse ainda mais apaixonada por cada simples gestos, o estranho era estar admitindo isto, era a mais pura verdade.
Os seus toques com as pontas dos dedos desceram para o meu rosto, a sensação fez com que fechasse os olhos, admirando cada momento e segundo daquilo, como tudo parecia um sonho bom demais para ser verdade. De repente pude sentir um toque diferente, arrepiando todo meu corpo. O toque de seus lábios macios em meu nariz, bochechas, tombando a cabeça para trás. Uma de suas mãos pousou sobre minha cintura, enquanto a outra acariciando meu pescoço. As batidas do meu coração entregavam meus sentimentos, e a forma ansiosa que agia com cada pequeno toque.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...