Não eram nem cinco horas da manhã, o sol ainda não havia nascido. A cama quente, fazia não querer sair debaixo das cobertas tão cedo. Essa era a ideia principal para o meu domingo, passar o dia dormindo e talvez estudar um pouco, porém a batida forte na porta dizia que já era hora de acordar. Qual seria a anta que ia para casa dos outros a essa hora da matina.
Joguei os pés para fora, sentindo a friagem do chão gelado. Respirei fundo, arrastando o corpo entre os corredores até chegar na sala. A batida da porta parecia ficar mais forte a cada medida que demorava para atender, daqui a pouco parecia que iriam retirar ela da parede. Puxei o trinco da mesma, levando o primeiro susto do dia. Minha aparência com toda certeza não era a melhor, apenas usava um pijama de frio da cor azul parecendo uma vovozinha, sem contar do cabelo todo bagunçado. Por causa da sonolência, o susto foi mais normal que o esperado, ao ver o loiro e moreno no lado de fora carregando várias bolsas, meus pensamentos deram uma pequena pausa para entender o que acontecia, apenas gesticulei com a cabeça para ambos entrarem.
– Desculpe, acho que acordamos você. – Disse Capitão, colocando uma bolsa azul bastante cheia sobre a mesa de centro. – Aconteceu um problema, não sabíamos para onde ir.
Sam delicado como sempre, cutucou o amigo sussurrando algo sobre eu ainda estar dormindo e que não entendia nada... de certa forma era verdade, ficava encarando eles com os olhos quase fechados por vontade própria.
– Que tipo de problema? – Perguntei bocejando, em seguida balançando o rosto para ver se acordava. – Vocês estão de mudanças?
– Sim e não. – Respondeu o loiro, levando uma das mãos ao cabelo de forma pensativa. – Invadiram o nosso esconderijo. Tudo foi revirado, pareciam que procuravam alguma coisa... não sabemos se procuravam a gente, ou foi apenas um assalto, mesmo que não tenham levado nada. Achamos melhor sair daquele local por segurança.
– E vieram para cá? – Questionou cruzando os braços.
– Você queria ajudar, então... – Retrucou Sam, abrindo uma das bolsas retirando um casaco comprido. – Não iremos ficar por muito tempo, só até resolver as coisas.
Tentei não dar muita atenção para ele, fingindo que nem o escutei.
– Sabem alguma coisa sobre quem atacou? – Perguntei. – Sabiam que eram vocês lá?
– Não estávamos lá quando invadiram, então não tiveram muita sorte se o alvo era realmente a gente. – Capitão parecia mais solto ao falar comigo, ou melhor dizendo, não parecia tão preocupado em relação a minha confiança neles. Acho que a bronca de ontem funcionou.
– Perguntei para um mendigo que mora ali no lado, a única coisa que ele disse foi ver um cara fumando próximo a porta. – Sam depois de inspecionar o casaco que acabará de pegar, o vestindo por cima da camiseta mostrando que não ficaria por muito tempo dentro de casa. – Ele também falou que não foi a primeira vez que ele viu o homem lá.
– Vocês já viram esse homem? – Perguntei, cada vez mais curiosa.
– Você faz muita pergunta... – Disse ele fazendo um sinal com os dedos, que estaria de olho em mim. – Não sei, passa muita gente por ali, ainda mais fumando. No máximo, só vi um cara todo bem arrumado, bonitão, fumando ao lado da antiga loja. Só um playboyzinho que saiu do escritório para tomar um ar livre. E você fique longe disto. – Ele pegou uma bolsa menor, colocando dentro do bolso. – Estou indo resolver umas coisas, depois volto cara.
Sam simplesmente se despediu do amigo com um tapa no ombro, e foi em direção a porta sumindo logo em seguida atrás dela, quase esquecendo da minha existência como dona da casa. Respirei fundo, tentando não ficar nervosa com aquilo.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...