Família

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Quando a campainha tocou pela primeira vez imaginei logo de cara que seria minha mãe aparecendo novamente de manhã, pedindo para acompanhar em outro dia de compras. Quando chegamos ontem de noite, a única coisa que queria era poder deitar na cama e morrer de tanto dormir, nunca imaginei que depois de tantos problemas estranhos, a canseira chegaria com um dia normal, ou não.

A parte mais estranha foi que ao chegar no prédio, e o porteiro de sempre não estava em trabalho, no lugar era ocupado um vovôzinho de cabelo branco, que me parou entregando um envelope preto, segundo ele foi um homem moreno alto como um vilão dos filmes da Disney, que havia deixado para mim, e a única pessoa que consegui pensar foi o Sr. Fortune, mas não faria sentido.

Ao invés de usar o botão novamente, a voz de um homem familiar e até mesmo inesperada soou, era Clint pedindo para entrar através da porta, isto era novidade. Sem precisar levantar, Steve foi até lá atendendo o amigo. Ele parecia diferente, analisei. Sua roupa parecia melhores do que antes, e carregava duas mochilas.

– Steve, precisamos conversar. – disse ele, entrando rapidamente. – Ontem como você passou o dia longe, acabei deixando para avisar hoje.

– O que aconteceu? – perguntou o loiro com a cara fechada preocupado com mais problemas. – Clint?

O outro homem mais baixinho com seus sapatos de couro, sentou no sofá da frente largando as coisas sobre a mesa. Como sempre, se sentindo em casa e relaxado passando a mão no cabelo.

– Natasha disse que você merecia um dia de paz, um descanso. – voltou a dizer. – E é disso que se trata essa minha visita. Conversei com ela, com o Sam e a Wanda, todos combinaram sobre minha decisão. Estou voltando para minha família, Steve.

A expressão de Steve mudou de repente, ficando mais serena e leve, através de um sorriso sincero nos lábios, como quem entendesse de coração a sensação do amigo. Já havia escutado antes eles conversando entre si, que Clint era casado e com filhos, só nunca entendi ao certo quantos, acho que era dois, ou três. Mas bem, ele parecia feliz com sua decisão... Calma, isso significaria que ele entregaria  para a polícia?

– Você está indo para lá agora? – questionou Steve, sentando ao seu lado. – Você sabe que sempre apoiei essa ideia de você e o Scott, ficarem com suas famílias.

– A ideia era voltar um bom tempo atrás, porém, com todos esses problemas não queria deixar vocês sem minha ajuda. – explicou ele. – Mas sinto, que vocês ficaram bem sem minha companhia de motorista e com meus arcos e flechas. Agora o time dos exilados, possui uma outra caçula estranha. – terminou lançando um olhar em minha direção sorrindo. – Queria ter certeza que era seguro, que você, Nath e aqueles dois ficariam bem. Sabe, mesmo sendo idiota, ainda tenho um coração de pai.

– Sabe, agradeço muito o que você faz pela gente, por ter deixado sua família por tanto tempo e preocupados, para se preocupar com a gente. Eles sentem muito orgulho do pai que tem. – terminou Steve, com a voz baixa e segura, deixando claro seus sentimentos de carinho pelo amigo, os olhos claros como o oceano pareciam mais intensos e quase marejados. – Clint, você é o único qual não preciso dá bronca. Sabe o que faz.

– Quero dizer, não posso perder. – continuou ele, se levantando do sofá espreguiçando o corpo. – Estou em um time com super-humanos. E um deus, caso você tenha esquecido. Até você...O treinamento é a única coisa que me faz especial.

– Clint, melhor parar antes que ele comece a chorar de verdade. – comentei por de trás do livro que havia no pacote desconhecido, percebendo que Steve segurava o choro. – Ele te ama.

– E respeita. – completou ele sorrindo. – Sério, Clint Barton, desejo que seja feliz.

Escutando tais palavras do amigo, o homem mais baixo se aproximou dele abrindo os braços para um abraço de despedida, desviei o olhar sorrindo, deixando eles a vontade.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora