Acordo de Sokovia

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Depois de toda essa conversa e tentativa de descobrir como funcionam meus poderes, e quais são eles de verdade, apenas conseguimos provar que meu olho muda e dependendo da situação acabo tendo visões aleatórias, quais são sei se são passado, presente ou futuro pois ainda está tudo confuso demais, e sobre aquela coisa azul que apareceu em minha volta nunca mais apareceu, pois para testar a teoria alguém precisaria me atacar, e ao meu lado existia um mocinho bem educado, mesmo que tenha jogado um estojo por minha existência.

Agora ambos encontrava-se na cozinha, sentados em frente a uma pequena mesa de vidro, enquanto Steve saboreava o peixe que cozinhei e eu apenas com o purê, pois não queria peixe, e nem mais nenhuma coisa nível saudável que brotou por causa do Marcus. Apoiava uma das pernas sobre a cadeira, e o braço sobre o joelho, algo que minha mãe desaprova por completo pela falta de bons modos.

A comida a minha frente não parecia tão saborosa, apenas ficava cutucando ela e terminando de esmagar com as pontas do garfo em puro tédio, percebendo pelo canto do olho que Steve olhava para mim alguns minutos, mantendo-se em silêncio para não me tirar dos meus pensamentos. Agradecia ele por isso, mas também agradecia a boa companhia, querendo ou não era grata por tudo.

– Steve, posso perguntar uma coisa? – Perguntei, sem levantar o rosto separando a comida amarelada em dois lados no prato.

– Claro, o que seria? – Respondeu ele, com uma voz extremamente calma. Parando o garfo no ar, mantendo o olhar azulado sobre mim. – Tem algo incomodando?

– Pode explicar mais sobre o Acordo? Escutei você falando para o Sam, que se eles me pegassem com vocês, teria que assinar o acordo. – Era uma dúvida que pairava fazia tempo, mesmo antes de conhecê-lo, e agora depois disso tudo a dúvida apenas ficava maior. – A mídia informa que vocês os vingadores tem que assinar o acordo, e que assim vocês seriam propriedade do governo ou da onu, eles conseguiram uma boa quantidade de assinaturas além da metade de vocês, assim como o pessoal inumano que trabalha com a shield... mas o homem aranha, o pessoal fala que ele é o amigo da vizinhança, mas nem a polícia ou nem mesmo a shield vai atrás dele.

– Essa é uma outra boa pergunta. – Disse ele, apoiando os talheres no prato. – Todos falam que eu, Sam, Wanda, Scott, Clint e até mesmo a Nat mesmo assinado o acordo como fugitivos mundiais, não apenas pelo fato que não assinamos um papel, pois não deixamos que eles controlem a nossa vida e nem a nossa liberdade. Querendo ou não, é isso que o tratado serve, eles vão falar o que você deve fazer e com quem lutar, se precisamos em estar em um lugar qual realmente precise de nossa ajuda, e eles não nos deixarmos ir? Essa era uma das coisas, que não concordei. – Explicou ele, levantando da cadeira retirando as coisas da mesa. – Os vigilantes de nível de rua não se enquadram no seu âmbito, assim o Homem-Aranha, ou qualquer um que tenha habilidades, não seriam obrigados a assinar os Acordos, embora pudessem ser considerados ilegais. Eu já estou ligado diretamente aos Vingadores, sou procurado, portanto se alguém encontrar você comigo ainda mais agora que virou inumana, você seria considerada uma criminosa e forçada a assinar o acordo.

– Isso faz sentido mas ao mesmo tempo não. – Pensei em voz alta, gesticulando que ele podia deixar a louça na pia, pois ele limpou no café. – Isso não parece meio justo. Tudo bem que entendo, qualquer governo gostaria de ter um time igual os vingadores para liderar e mandar onde querem. Não seria a mesma coisa, de quando vocês eram da Shield?

– Sim, até antes mesmo da queda dela, briguei com o Nick pois não queria ser o cachorrinho para limpar as sujeiras deles. – Afirmou enquanto desobedecer minhas ordens de deixar a louça suja, percebendo que seria inútil discutir com ele. – Lembro de alguns tópicos: Quaisquer indivíduos melhorados que concordarem em assinar devem registrar-se nas Nações Unidas e fornecer dados biométricos, como impressões digitais e amostras de DNA. Aqueles com poderes inatos devem submeter-se a uma análise de poder, que categoriza seu nível de ameaça e determinará riscos potenciais à saúde. – Ele falava as coisas com total paciência e em mínimo detalhes, mostrando que realmente possuía uma ótima memória. E já começava a me acostumar com a figura loira de costas, lavando minha louça, encobrindo minha preguiça.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora