Com grandes poderes...

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A água quente caindo na pele fria e branca foi como um renascimento, um bom banho depois de um dia longo e exaustivo era tudo o que precisava e também o banho é um ótimo lugar para pensar na vida e o que deveríamos fazer; o que não tinha a ideia do que fazer a partir de agora, não sabia mais o rumo de nada, ainda mais depois dessa briga que ainda não terminou com o Steve. Ele precisava entender e mostrar de alguma forma que eu não era apenas uma coisa no meio deles e que eles precisavam conversar comigo, ver que não sou a inimiga e que entendia o lado deles, mas é um velho de cabeça chata e difícil de mudar, mas precisava para o seu próprio bem.

Demorei cerca de 10 minutos ou mais no banho, o vento gelado entrava pela pequena janelinha do banheiro pequeno, apenas com uma ducha e uma cortina simples de plástico para fechar o espaço. A ideia de molhar o cabelo até passou, mas desistindo imediatamente, pois a cabeça já doía o suficiente sem sentir a sensação de congelamento. Antes de entrar no chuveiro puxei uma peça já separada de dentro do guarda roupa, para quando chegasse em casa; era apenas uma calça grossa, uma camiseta branca e uma jaqueta preta. Parecia ter mesmo acabado de sair do banho ou de uma briga, meu rosto inchado por conta do choro, minha cara de cansaço e o cabelo todo bagunçado caindo sobre os ombros, não me faziam parecer a melhor pessoa.

Sai com um certo receio, ficando por alguns segundos encostada na porta do quarto esperando ele dar algum sinal de vida ou qualquer coisa. Não tinha coragem para sair e enfrentar ele, ou melhor, eu tinha, mas não sabia por onde começar. Existia uma bola em meu peito ainda, fazendo com que jogasse tudo para fora o que sentia, raiva, medo, paixão... tinha que ficar calma e controlada. Não podia estragar mais as coisas do que já estavam.

Respirei fundo olhando para a sombra que movia-se com a pouca claridade do local, criando coragem soltando o ar quente de minha boca, como um mantra. Steve parecia calmo e nervoso ao mesmo tempo, ele havia tirado a blusa de frio, como depois disso tudo acabou sentindo calor pelo momento da briga. Aos poucos começava perceber que realmente não tinha presença, nunca percebia quando chegava do nada perto dele... O soldado demorou alguns segundos para sentir que estava ali o observando em silêncio. Ele levantou a coluna, enquanto pegava minhas pulseiras que joguei e que devia ter acertado o chão. Senti os músculos deles contraindo com uma respiração pesada, mantendo a calma antes de virar-se para mim. Seus olhos azuis pareciam mais azuis do que nunca, e um infinito profundo, era como não pudesse enxergar o fim; os lábios fechados em uma única linha, demonstrava a verdadeira situação. Nenhum dos dois sabiam quem começaria a falar a verdade para o outro.

– Liv, queria pedir desculpas por tudo. Por ter gritado com você. – Disse ele primeiro, mantendo o tom baixo e controlado, sem tirar os olhos sobre mim.

– Em primeiro, foi eu quem gritei com você. – Expliquei forçando um sorriso de desculpas, levantando os ombros. – E desculpas aceitas... Mas, Steve você vai contar o que está acontecendo, ou vai querer continuar com essa briga idiota? Não temos motivos para continuar com isso...

– Não, Liv. – Disse ele me cortando do nada para minha surpresa. – Eu errei e admito, contarei tudo como você pediu.

Fiquei parada, imóvel, sem saber o que responder mordendo o lábio inferior podendo sentir que havia arrancado uma pelinha para felicidade. Steve parecia não saber também por onde continuar, a explicação. Mas ele sabia que errou e admitiu isso, já era um grande avanço. Mas por algum motivo lá no fundo sabia que quando contasse minha história, ele sem dúvida ficaria muito puto comigo, e temia isso. Ele não ficaria puto, ele ficaria mais que puto. Então deveria começar a controlar a fera antes que comece o ataque de fúria.

– Falei para Natasha, que você poderia participar em uma outra conversa em grupo, que você não vai ser mais excluída dos assuntos. Admito que ela não ficou muito contente, mas disse que como eu estou dando minha palavra que você é uma boa pessoa, ela concordaria. – Começou a explicar, indo em direção ao sofá sentando-se. – Ela descobriu que o governo norte-americano está vendendo armas chitauri para o estado islâmico, e a venda vai acontecer aqui em New York, mas esse é o problema... Ela não sabe onde e nem como, Nat não consegue descobrir essas informações e cada vez tem ficado mais perigoso tentar descobrir, ela acabou machucada. – Disse estendendo o braço e entregando as jóias para mim. – No dia que levei você ao cinema, ela foi ferida e precisávamos de um lugar para cuidar dela, então, ela veio para cá... Enquanto fiquei fora com você.

Innocens - Capitão AméricaOnde histórias criam vida. Descubra agora