— Você vai mesmo acreditar no que aquele cara disse? — perguntou Steve com o braço cruzado, encostado na porta e seu semblante não era um dos melhores. — Eu não confio nele, você sabe disso.
— Eu também não confio, Steve. — respondi sendo sincera puxando um sorriso irônico. — Mas agora posso dizer que entendo melhor, como funciona e o que é de certa forma. Não podemos negar, que no fim ele já estava me ajudando sem pedir, o livro, o efeito borboleta foi ele quem enviou.
— Ele pode estar querendo lhe manipular. — voltou argumentar Steve, não dando uma única chance. — O que ele disse... — ele deu uma longa respiração, soltando os braços e levantando uma das mãos. — Até que fez sentido, eu concordo. Mas, ao mesmo tempo que faz sentido, também não faz. É coincidência demais, por tudo o que passamos e por tudo o que ele disse na outra consulta. O significado dos nomes, seus poderes, eu ser o Capitão América, o escudo.
— Steve, lembra quando disse que as coisas não acontecem por engano. — respondi, sentando com as pernas cruzadas sobre o sofá. — Tudo o que vivemos até agora, nada faz sentido. Você, o Capitão América, odiado por Lencaster, eu a reencarnação da mulher que ele ama, que agora está namorando você, que é uma Inumana que possui poderes de proteção, poderes de um escudo. Nada faz sentido.
— Certo, vamos recapitular algumas coisas. — disse o homem andando até ao meu lado e sentando-se, apoiando uma das mãos sobre minha coxa.
Como sempre, antes que Steve conseguisse colocar suas ideias para fora. Desta vez foi a campainha que tocou, logo em seguida com um bater. Olhei para Steve, era de se estranhar já que não esperávamos ninguém, e as visitas dele nunca costumavam usar a porta. Segurei a mão macia que ainda mantinha em meu corpo, em uma forma de conforto a colocando no lado, para que pudesse levantar.
— Liv, sou eu. — avisou a voz do outro lado, revelando a chegada inusitada de Marcus.
Sendo assim andei sem preocupação até a porta, abrindo rapidamente, avistando o homem de cabelos escuro parado no outro lado da porta, que para minha surpresa não usava seu uniforme de sempre. Acho que fazia anos que não via Marcus usando roupas casuais, ele vestia uma calça jeans escura, com uma jaqueta de moletom preto, o cabelo caído para o lado e a barba ainda sem fazer. Acho que minha cara de espanto foi real, que até ele ficou meio sem graça passando a mão no cabelo, abrindo um sorriso amarelo.
— Fiquei ocupado hoje, acabei pedindo uma folga. — admitiu. — Até mesmo eu preciso de um descanso, antes que entre em ataque cardíaco.
Marcus passou por mim, entrando para sala, quando para terminar a sessão de surpresa uma figura loira de cabelos curtos surgiu subindo a escada, abrindo um sorriso ao me ver. Natasha parecia normal como sempre, com um ar confiante que poderia derrotar o mundo caso necessário.
— Estamos atrapalhando o casal? — questionou, ao entrar. — Passei aqui de manhã e não achamos ninguém. A parte de ficar em casa em segurança, vocês não entendem?
— Nisso concordo com ela. — comentou Marcus, parado ao lado da poltrona com as mãos no bolso da jaqueta, enquanto Steve ainda se mantinha sentado com as pernas abertas, todo confortável e relaxado demais. Com aquela minha sensação do começo do dia, que havia algo muito errado. — Podemos saber onde os dois foram?
— Comprar comida. — respondi de imediato. — Tenho que alimentar um batalhão, as coisas estão acabando. Eu devo começar a ficar preocupada com a visita de vocês? Juntos? Isso sim é novidade
Os dois não se importaram com a minha resposta e muito menos com a pergunta, ficaram encarando Steve sentado, que desviava o olhar para mim. Ali tinha coisa, podia sentir de longe que a confusão parecia mais perto do que antes, e não gostaria de ser a última a saber.
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Innocens - Capitão América
Romance"Há uma inocência na admiração: é aquele a quem ainda não passou pela cabeça que também ele poderia um dia ser admirado." Existem vários tipos de amor. Existem vários tipos de dor. Mas existem pouquíssimas pessoas capazes de suportar a dor que o amo...