- But your thoughts will soon be wanderin'
The way they always do
When you're ridin' 16 hours.Hart me deu a deixa:
- There's nothin' much to do
And you don't feel much like ridin'
You just wish the trip was through.- Continuei.Estávamos a caminho da escola, e eu descobri que o carro vibrava um pouco quando a música era muito alta, e "Turn the Page" estava quase no último volume.
- Agora é o refrão...- Ele chamou minha atenção.
"Here I am, on the road again
There I am, up on the stage
There I go playin' the star again
There I go, turn the page"O Finn Hart com certeza ficava diferente com música. Ficava mais extrovertido, batucando as mãos no volante.
- Tô vendo que voltou com o seu estilo de antes. - Ele praticamente gritou por cima da música.
O meu humor não tinha melhorado cem porcento. Mas eu achei que fingir não estar na fossa, pudesse ser uma boa maneira de fugir dela.
- Pois é, eu prefiro.- Eu disse passando a mão pela minha calça de linho.
- É, eu também.
Demorou um pouco pro meu cérebro processar a última frase dele:
- Está me zoando?
- Não, eu tô falando sério, parece que você vive naquele filme, "Sociedade dos poetas mortos", eles se vestem que nem você.
Eu ainda não sabia se deveria me ofender ou não, mas a referência foi boa.
- Difícil de acreditar que você goste do jeito que eu me visto.- Eu falei.
- Bom, eu não usaria algo do gênero....nem morto, mas eu acho que combina com você.- Ele disse tamborilando de novo no volante.-
Um poço de sensibilidade, senhoras e senhores.
- Esse foi você sendo gentil?- Perguntei genuinamente.
Ele só afirmou com a cabeça e batendo no ritmo da música. Virei pra janela pra que ele não me visse sorrir, eu achava ele engraçado, mas era melhor que ele não soubesse disso.
- Eu nem sempre fui assim.- Eu falei sem pensar muito.- Antes do ensino médio, eu faria qualquer coisa pra passar despercebida.
O carro só não ficou silencioso por causa da música, e eu imediatamente me arrependi de ter dito aquilo.
- Funcionava ?
Eu ri só de lembrar.
- Não mesmo, era muito difícil.- Revelei enquanto mexia no meu cabelo.- Quanto menos você quer chamar atenção, mais vulnerável você fica.
Falei demais. De novo.
- Sei...- Ele pareceu desconfortável com o que eu disse.
- Mas e você? Sempre teve esse estilo?- Perguntei enquanto puxava a jaqueta dele pra ver o que estava vestindo, e era uma camiseta do Black Sabbath.
Ele olhou pra si mesmo:
- Não chamaria de estilo, e também não acho que fizesse diferença, eu usava uniforme na antiga escola.
Então era uma escola particular...
- Bom, eu também acho que suas roupas combinam com você.- Tentei ser gentil de volta.
- Vindo de você, parece um insulto.- Ele falou o que eu havia pensado antes.- Mas eu vou aceitar, sabe, a minha mãe tá me amolando pra comprar roupa, não sei por quanto mais tempo eu vou conseguir enrolar ela.

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Pessoas Ruins
Teen Fiction"Eu sou uma pessoa ruim, talvez seja difícil pra maioria das pessoas, simpatizarem comigo, e eu posso culpá-las? Elas nem me conhecem e já me odeiam, imagina se soubessem?" June Mallard não tem uma vida muito confortável, e apesar de passar o tempo...