O meu fim de semana não foi tão divertido. Não foi nada divertido. Passamos ele inteiro fazendo as bobagens que a vovó queria. No domingo a noite, por exemplo, estávamos fazendo o Ashtanga Yoga.
É tipo yoga, só que muito pior, não é pra todo mundo, mas geneticamente, nós três tínhamos ossos fortes.
Mas, ainda era uma tortura.
A pior parte era ouvir a vovó murmurando coisas que eu não entendia enquanto estávamos na pose do galo.
- Eu sinto a morte chegando perto.- Eu murmurei pra minha mãe.
- Sorte sua.- Ela respondeu.
O meu celular tocou, o que foi a desculpa perfeita pra parar o que eu estava fazendo.
O nome da Reggie estava na tela:
- Alô?
"Alô, June?"
"A minha prima Liz, acabou de receber a resposta de Princeton no portal..."
Ela não precisou dizer mais nada, eu praticamente voei até o notebook da sala. Digitei tudo errado e deixei a cargo do corretor automático.
"June?"
Esqueci de que estava com ela no telefone.
- Tá carregando a página.
- Qual delas? Qual delas? - Mamãe já tinha entendido e já estava logo atrás de mim.
- Princeton.
"Princeton" - Reggie respondeu junto comigo.
- Essa daí não é muito requisitada?- Vovó achou pertinente comentar.
- Extremamente requisitada. E não está abrindo...- Eu continuei atualizando.
Atualizando...Atualizando...
Eu não fui aceita.
A sala ficou muito mais do que silenciosa.
Rejeitada, de novo.
Acontece, não é?
- E-eu não passei...- Eu falei perto do celular
"Ah...amiga..." - A voz dela veio carregada de pena, mesmo que ela não quisesse.
-...mas, não tem problema, não é? Q-quem ia querer ir pra mesma faculdade que o F. Scott Fitzgerald? Aquele misógino de merda...eu tenho que desligar agora...- Eu disse desligando.
"Acho que nem o Alan Turing, nem a Michelle Obama se importaram muito em estudar em Princeton." - Meu cérebro me fez pensar.
Eu estava começando a sentir um peso no meu peito de novo.
- Junie, essas coisas acontecem...- Mamãe começou a dizer.
- Eu sei que acontecem!- Eu acabei falando mais alto do que queria.- Desculpa... eu acho que não tô me sentindo bem, eu tô muito cansada.
- Bom, considerando o seu temperamento, Juniper, não seria surpresa se essa rejeição derrubasse você totalmente.- Minha avó disse.- Essa é a primeira coisa que você tem que trabalhar.
- Mãe.- Minha mãe grunhiu.
- O quê? Ela é um espírito de fogo, é poderoso, mas nós sabemos como é fácil apagar o fogo.- Ela continuou sem remorso.

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Pessoas Ruins
Novela Juvenil"Eu sou uma pessoa ruim, talvez seja difícil pra maioria das pessoas, simpatizarem comigo, e eu posso culpá-las? Elas nem me conhecem e já me odeiam, imagina se soubessem?" June Mallard não tem uma vida muito confortável, e apesar de passar o tempo...