Enfermaria

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Eu fui rebocada até a enfermaria pela Bartley.

A enfermeira lançou uma lanterna nos meus olhos e disse que provavelmente era só uma vertigem e que eu só deveria me preocupar se tivesse sono.

Ela com certeza foi muito negligente, mas eu não sentia mais tanta tontura, e depois do dia de hoje, eu já não me importava com mais nada.

A Eloise foi embora depois que a enfermeira garantiu a ela que eu estava bem (coisa que eu não estava muito certa). Eu fiquei mais um pouco pra fazer compressa gelada no que poderia vir a ser um galo. A enfermeira foi até o banheiro e eu fiquei sozinha.

A bolsa cobria os meus olhos quando eu ouvi alguém entrando, eu tinha certeza de que não era a enfermeira, porque o sapato dela fazia um barulho bem característico. O Hart foi a primeira pessoa que veio na minha mente:

- Não se preocupe, não é tão ruim, não vou te deixar na mão.- Eu disse.- Sei que não se vira sem mim de qualquer maneira.- Eu brinquei.

De repente, a pessoa ergueu-a dos meus olhos, e me revelou, não o Finn Hart, mas o Peter:

- Aquela bolada deve ter mexido alguma coisa de lugar, você não costuma ser tão ousada.

Com uma das mãos ele apertou as minhas bochechas e me puxou para um beijo tão rápido que eu não tive tempo de fechar os olhos.

Ele olhou pro meu rosto e sorriu, em seguida se inclinou pra perto e cochichou:

- Gosto quando você tira os óculos, fica linda.- Ele disse pegando os meus óculos que eu havia deixado na mesinha.- Se bem...que também fica muito sexy com eles.- Disse enquanto colocava eles de volta no meu rosto.

- São o segredo do meu sucesso. É só por causa deles que você gosta de mim.- Fiz uma expressão dramática.

- Ah, é?- Ele afastou o cabelo do meu rosto. - E qual foi o meu truque pra conquistar o maior gênio da cidade?

- Ser alto e bonito é o suficiente pra mim, você tem sorte por eu ser tão superficial.- Brinquei.

Ele sorriu. E nem foi porque eu chamei ele de bonito. Ele sabia que era bonito. Mas não se importava muito com isso.

Peter era poucos centímetros mais alto do que eu, mas quando começamos a ficar juntos, ele ainda era poucos centímetros mais baixo. Ele nunca disse com todas as palavras, mas adora quando eu comento sobre ele ser alto agora.

- Veio aqui pra me bajular, isso é óbvio.- Constatei em voz alta.- Mas, está com pena do meu crânio, ou ainda se sente culpado?

Peter fez uma careta pensativa:

- Acho que um pouco dos dois...eu exagerei saindo daquele jeito...

Pois é, e desencadeou uma série de eventos e consequências.

-...mas você me chateou também...- Ele continuou.

Como é?

- ...você me afastou como se eu fosse um tarado, eu não ia tentar transar na escola, June, até eu, conheço os limites.

Engraçado ele falando que conhece limites, mas eu não ia ganhar nada jogando isso na cara dele agora.

- Claro, desculpe.

Como estava sentada, eu só apoiei minha cabeça no peito dele, que estava de pé. Ele ergueu a minha cabeça e beijou a linha do meu cabelo.

- Tô feliz que a gente tá bem.- Ele disse.- E...não quero que você fique chateada agora, mas...preciso ir.

Ele me olhou com aqueles olhos de "sei que sou idiota, mas não fique zangada".

- Tá.- Eu concordei me afastando, e de fato, tentei não parecer chateada.

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