Farei agora um breve resumo do que sucedeu esse dia. Muita merda foi jogada no ventilador na reunião de pais.
Os pais da Chris apareceram, eles eram advogados, como ela tinha dito, e tiveram a pachorra de ainda tentar defender a filha por conta das "agressões físicas" causadas por "duas garotas ciumentas e irritadas". A dra. Fuentes usou um linguajar mais pesado, mas vamos omitir por aqui.
A mãe da Saylor vivia cheia de vinho e calmantes, então ela não tava prestando muita atenção na briga, diferente do pai, que estava irritado, não pela filha, mas por ter sido chamado pra resolver uma briga entre meninas quando ele é um homem tão ocupado, segundo ele mesmo.
Mamãe era de longe a pessoa mais furiosa na sala, provavelmente porque não estava só furiosa com a Chris, mas com os Fuentes por serem tão filhos da mãe quanto a filha, comigo por não ter falado do vídeo antes, com o tio Oscar (sim, ele teve que vir também) por estar ciente do mesmo vídeo e não ter contado pra ela, e o mesmo se aplicava pro diretor Dumbrowski.
Pra preservar a imagem de candura da minha mãe, eu vou poupar vocês do esporro que todos nós levamos.
A reunião era meramente burocrática, acabou acontecendo o que eu previa. Era final do ano letivo, os históricos estavam quase encerrados, não havia muito o que se fazer. Chris não foi devidamente castigada, os pais prometeram esquecer que eu acertei a cabeça dela no armário, desde que deixássemos a história do vídeo de lado. Não foi um acordo muito ético, mas o que esperar dessa situação?
Foi nesse mesmo dia que eu decidi que já podíamos enviar o pagamento da primeira parcela pra Columbia. Eu precisava urgentemente dar o fora daquela cidade, e essa era a maneira mais excepcional de se fazer isso.
Sei que parece estranho a maneira que eu tomei uma decisão tão importante, mas eu também vinha pensando bastante no que Allison havia me dito sobre como na maioria esmagadora das vezes, a vida não ocorre do jeito que a gente planejou. Eu não deveria me conter e nem me privar de viver uma experiência desse nível, só porque não era o que eu esperava.
Não vou mentir, que eu também estava animada pra poder usufruir do programa de aconselhamento e serviços psicológicos. Esse ano foi difícil.
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No último dia de aula, recebemos os anuários. Eles já haviam sido mandados pra impressão antes da confusão toda acontecer.
Foi super desconfortável ver que Saylor e Peter haviam sido votados como "casal mais fofo", e a foto que escolheram foi a que tiraram no dia do convite pro baile.
Folheei pra coisas mais importantes. Vi Reggie com o clube de robótica, Gabbie com clube de jornalismo, Eloise com o time de vôlei, além de algumas outras aparições delas...
Efren e Hitch fizeram frases combinando nas fotos deles:
"Tudo aqui foi um aprendizado..."
"...nós só não entendemos."
Achei divertido. Na hora em que eu tive que enviar a minha, eu não sabia o que escrever, então entreguei uma frase da Frida Kahlo a qual eu me afeiçoava bastante:
"Ao fim do dia, podemos aguentar muito mais do que pensamos que podemos."
Lá pelas últimas páginas, estavam algumas fotos do show de talentos. Eu estava lá, com o uniforme de líder de torcida. Mas eu fiz mais questão de procurar a foto do Finn com a pintura.
A foto ficou como eu pensei que ficaria.
Decidi ficar abraçada com o anuário pra evitar que alguém pegasse e estragasse escrevendo algum comentário maldoso quando eu não estivesse olhando.
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Pessoas Ruins
Ficção Adolescente"Eu sou uma pessoa ruim, talvez seja difícil pra maioria das pessoas, simpatizarem comigo, e eu posso culpá-las? Elas nem me conhecem e já me odeiam, imagina se soubessem?" June Mallard não tem uma vida muito confortável, e apesar de passar o tempo...
