Schidmit

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O final de semana passou voando, como normalmente passa. Logo eu já estava no colégio de novo na segunda feira.

Reggie, Eloise, Gabbie e eu estávamos andando pelos corredores, acho que eu nem vi direito quando nos tornamos um quarteto:

- Vem cá, qual é o pior pesadelo de vocês?- Eloise perguntou.- Porque o meu definitivamente é a temporada de convites pro baile.

- Por quê? - Reggie questionou.

- Porque são bregas.- Eu respondi por ela.

- Heteronormativos.- Gabbie continuou.

- Nojentos.- Eloise completou.

- Ah, eu acho alguns fofos.- Reggie falou alisando os cabelos.

Ela percebeu que nós estávamos encarando ela.

- Não sabia que você fazia a linha romântica, Regina.- Eu fiz uma voz poética.

- Ah...qual é? Seria tão ruim ser surpreendida por alguém que você gos...

A fala de Reggie foi interrompida por um barulho de estouro, que pegou o corredor inteiro desprevenido. Nós quatro nos assustamos até esbarrarmos na parede dos armários.

Haviam estourado lança-confetes no corredor, e agora as líderes de torcida apareceram juntas com a banda do colégio.

Atenção. Estourar qualquer coisa numa escola estadunidense, não é uma boa ideia, é que nem estourar uma bexiga num aeroporto e gritar "Bomba!".

- Que porra é essa?!- Gabbie exclamou.

- Parece a porra de um flash mob!- Eloise gritou em resposta.- Tá começando.

- Você conjurou eles!- Eu culpei Eloise pela repentina menção aos convites pro baile.

- Esquece o que eu falei, isso é horrível!- Reggie tentava normalizar os batimentos cardíacos.

Michael Reese do time de basquete foi o primeiro de todos os garotos a fazer o pedido pro baile esse ano. Ele chamou a própria namorada Violet Emerson, com uma apresentação desnecessariamente exagerada e elevou o nível para qualquer outro garoto.

Garotos do ensino médio não são românticos, eles são competitivos. E todo ano, os convites para o baile ficavam mais elaborados e chamativos, como se aquilo se tratasse do Oscar.

Abri o meu armário pra pegar os livros pra próxima aula, e tapeei as meninas dizendo que precisava resolver algumas coisas. Mas na verdade eu fui na sala de carpintaria.

Essa era uma aula extra que geralmente só fazia quem não gostava de fazer mais nada, tanto que o professor nunca se importava se alguém de fora entrasse lá ou não, até porque ele mesmo nunca estava, então era só uma sala cheia de vagabundos, repetentes, maconheiros e o Finn.

- Oi...o que tá fazendo?- Encontrei ele num canto daquela sala entulhada junto com dois caras que estavam claramente chapados.

Os dois imediatamente se levantaram quando eu cheguei, na certa acharam que eu ia dedurar eles. Eu não poderia ligar menos. Pelo menos não estavam usando nenhuma serra.

Finn estava realmente trabalhando, porque ele realmente estava interessado na nota, e essa era a única aula que eu não podia ajudar.

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