KIRAZ
Eu e Yalin perdemos a noção do tempo... Depois de nos beijarmos e nos agarrarmos muito, fomos nos acalmando e nos acarinhando. Era tão prazeiroso estar em seus braços, sentir seu cheiro, seu gosto... Eu nunca me senti assim, tão atraída e necessitando tanto estar junto de um homem, parecia um vício. Só não sei ao certo, como é tudo isso, para ele. Se já se sentiu assim antes e se tinha essa necessidade de estar junto, como eu...
Nós tínhamos caminhado e nos sentado em um banco de frente para o Bósforo, quando senti meu celular vibrando. Zeynep me enviou um mensagem, perguntando onde eu estava e, se Yalin estava comigo. Eu respondi que já estávamos voltando.
Nós nos recompomos e quando entramos no salão, Sögull nos olhou com um sorriso disfarçado nos lábios e eu quase morri de vergonha...
S: Onde vocês estavam? - Perguntou como quem não quer nada, mas querendo saber tudo.
Y: Fomos dar uma volta, encontramos um banco e ficamos conversando. A vista é lindíssima... - Respondeu prontamente.
K: Sim! Perdemos a noção do tempo. - Completei.
S: Sei... Bem nós queremos fazer uma dança, onde troquemos de casal e eu dance com meus filhos. - Eu adorei a ideia e sorri.
K: Claro! Acho que se eu fosse mãe, também iria querer esse momento, para guarder na memória. - Incentivei.
Fomos para pista, a banda começou tocar Moolight Serenade, conforme pedido do Senhor Carlo. Yalin segurou minha mão e me girou, antes de me trazer para junto dele. Dançamos nos olhando nos olhos, tudo dentro de mim revirava... O que está acontecendo comigo?
Num dado momento, senti uma mão me tirando de seus braços, era o Senhor Carlo, que entregou a Senhora Sögull, para Yalin.
C: Minha filha, vejo que você e Yalin estão se entendo bem. Saiba, que eu e Sögull, estamos muito felizes com isso. - Antes que eu respondesse, ele completou... - Não pense muito, deixe acontecer... - Pouco tempo depois, Deniz pegou minha mão, entregando Zeynep para Carlo. - Carlo beijou minha testa e eu agradeci pela dança.
D: Cunhada, me ajuda com sua amiga? Ela é durona... - Eu ri.
K: Desde quando eu sou sua cunhada? - Questionei.
D: Acha que eu não percebi o clima de romance entre vocês? Eu e todos os convidados... - Eu ri balançando a cabeça negando.
K: Você está vendo coisas... - Disfarcei.
D: Tem certeza? - Ele olhou em direção a Yalin. - Ele não tira os olhos de você e em breve virá tira-la de meus braços... - E apontou com os olhos. - Agora, falando sério, fazia tempo que eu não via meu irmão tão interessado em uma mulher... Seria maravilhoso se você pudesse cura-lo. - Eu o olhei confusa.
K: Cura-lo? Como assim? - Tentando compreender, o que ele quis dizer exatamente...
D: Sim, curar seu coração magoado... - Nesse momento Yalin pegou minha mão e entregou a de Sögull, para Deniz. - Deniz beijou minha bochecha e sorriu.
Y: Eu já estava com saudades. - Disse perto da minha orelha, assim que me puxou para si. Eu o olhei e mordi os lábios. - Eu já pedi para você não fazer isso...
Assim que a música acabou batemos palmas, junto aos demais convidados.
Meus pais se aproximaram para se despedirem.
O: Carlo foi um prazer imenso compartilhar esse momento com vocês. Parabéns! -Falou sinceramente.
C: Vocês já estão indo? Dancem um pouco conosco!?
E: Já está um pouco tarde! Muito obrigada pelo convite.
C: Foi um prazer revê-los depois de tantos anos. - Depois em tom mais confidencial completou. - E o nosso desejo de aproximar nossos filhos se concretizou, mesmo que chegando tarde... Afinal, eles parecem bem próximos...
O: Sim! Eles se anteciparam, nos surpreendendo. Vamos ver no que dá. - Ele abraçou papai e beijou a mão de mamãe. - Filha você vem conosco, ou fica mais um pouco? - Yalin apertou minha mão.
Y: Fiquem tranquilos, eu a levarei mais tarde. - Prometeu.
K: Eu vou dormir na casa de Zeynep. E Yildiz? - Ele assentiu.
O: Ela vai dormir na casa de uma amiga. - Ele apertou a mão de Yalin. - Cuide da minha menina.
Y: Pode ter certeza. - Papai sorriu e eles se foram.
Yalin me tirou para dançar novamente.
Y: Eu preciso dar mais um beijos na sua boca, antes de te levar para casa e te deixar muito a contragosto. - Ela falou no meu ouvido, com uma voz grave e rouca, me causando arrepios.
K: Por que a contragosto? - Questionei.
Y: Por que eu queria ficar com você, dormir com você. - Eu perdi o fôlego. - Eu estou te assustando?
K: Não, é que tudo está acontecendo tão rápido... de forma tão intensa. - Expliquei.
Y: Verdade, mas é mais forte do que eu... - Nós nos olhamos. - Naquele dia em Cambridge, mesmo não te conhecendo, eu senti necessidade de te beijar e, quando eu a beijei, queria mais... Eu gostei... gostei do que eu senti. Não lembrava de me sentir assim...
K: Eu também. Mas, eu te perdi de vista... Então, relaxei. Achei que não o veria mais...
Y: Quando nós nos esbarramos e eu te segurei, olhando nos seus olhos, foi como se eu estivesse em curto-circuito. Fiquei intrigado, eu os reconheci, mesmo não lembrando de onde... Beijar você de novo, despertou sentimentos em mim, como se várias luzes se acendessem. Não sei te explicar.
K: Eu também não consigo explicar, é tudo muito novo e intenso para mim. Parece que nos conhecemos há anos.
Ele apertou minha cintura, acariciou minhas costas, até suas mãos chegarem na parte nua. O contato de suas mãos na minha pele, me arrepiou inteira.
Y: Está com frio? - Falou sorrindo na minha orelha e eu neguei com a cabeça. - O que eu faço com você, hein? Tão receptiva...
K: Yalin, lembra que estamos em público. - Disse com o que restou de sanidade. Respirei fundo e olhei para o lado. Zeynep e Deniz também dançavam, completamente envolvidos um com outro.
Y: Eu estava pensando em passarmos o dia juntos, amanhã? O que você acha.
K: Onde iríamos?
Y: Podíamos passar o dia numa praia. O que você acha?
K: Sim, mas será que conseguimos acordar cedo, para aproveitarmos o dia? - Questionei. - Por que já é tarde e estamos cansados.
Y: Vamos fazer assim, quando acordarmos nos falamos e, de acordo com nossa disposição, escolhemos o que fazer. Mas, quero estar com você! - Falou acariciando meu rosto.
K: Está bem! - Concordei com sua proposta.
A festa acabou tarde, Yalin e Deniz nos deixaram em casa. Ele beijou suavemente meus lábios e minhas mãos. Deniz e Zeynep também pareceram estar se entendendo.
Combinamos de fazer algo amanhã, nós quatro .Assim que entramos em casa, Zeynep falou animada:
Z: Amiga, o Yalin está muito a fim de você! Me conta? - Eu revirei os olhos.
K: Ele é muito intenso e decidido. Teve uma hora que ele me arrastou para fora, me encostou na parede e me beijou de um jeito, que eu mal conseguia ficar em cima das minhas pernas... - rimos...
Z: Wow! Ele não é mais um garoto, ele sabe o que quer.
K: Sim! E o que ele quer? Sexo? - Conjecturei.
Z: Também, mas eu sinto que não é só isso. Ele não tirava os olhos de você... E vocês ficam tão lindos juntos...
K: Aí, eu estou tão confusa... Eu o quero muito, como jamais quis um homem. - Falo sobre o que houve no jardim e sobre quando o vi com a ex dele...
Z: Eu vi quando ela o cercou, próximo a nossa mesa. Eu não sei exatamente o que houve entre eles, porque e como terminaram. Mas, Deniz pareceu irritado quando a viu. Ele disse que ela não havia sido convidada... Parece que foi uma grande decepção e uma das causas dele ir embora de Istambul. Ele e os pais deles, estavam felizes de ver, que você e Yalin estavam se entendendo.
K: O tempo nos dirá! Mas, me fala de vocês? - Eu conto o que Deniz me disse e ela ri.
Z: Aí, ele é muito lindo! É bom demais para ser verdade. Ele me levou ao jardim, conversamos e ele me beijou de um jeito tão gostoso... - Falou revirando os olhos, como se sonhasse com o momento. - Não consegui resistir, apesar dele me achar durona... - Nós rimos.
Quando finalmente conseguimos dormir, o dia já estava clareando.
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Caminhos Cruzados
RomanceSerá que após uma grande decepção, atrelada à imposições sociais, o amor pode prevalecer? Quais os desígnios para cada um? A vida pode nos mostrar novos caminhos, com outras encruzilhadas? Nós devemos correr atrás? Ou será que nossos caminhos já est...