Capítulo 52 - Só você...

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YALIN
Depois de encontrar Kiraz, Passei o restante do dia analisando as locações e aperfeiçoando o roteiro, com minha equipe. Estávamos bastante cansados, mas nada que um bom banho não resolvesse. Eu precisava voltar naquele bar, tinha esperança de encontrar Kiraz, mesmo que fosse apenas para vê-la de longe, assistindo ela cantar. Combinei com o pessoal de encontrá-los direto no bar e quando cheguei, todos já estavam lá, numa mesa próxima ao palco, onde ela estava cantando. Meu coração quase parou, quando a vi, sendo que eu não conseguia tirar meus olhos dela. Ryan, um dos rapazes da minha equipe, comentou comigo:
R: Chefe, parece que a vocalista gostou de você! Hein?! Ela não para de olhar para cá! Percebeu?! - Eu sorri de canto.
Y: Será? - Respondi como se não estivesse prestando atenção.
R: Ela é gata e parece gostosa, esse vestidinho despretensioso dela, marca bem suas curvas, quando ela se movimenta. Se você não quiser... - Comentou entusiasmado.
Y: Ela já tem dono. - Falei encarando-o.
R: Ah! Se eu estivesse no seu lugar, com ela me olhando assim, eu também ia querer ser seu feliz proprietário. - Falou com malícia.
Y: Modere suas palavras... Ela é minha... Minha namorada. - Respondi evasivamente.
R: Já? Você já a conhece? Nunca soube que tinha namorada! Sua fama sempre foi de pegador...- Respondeu incrédulo.
Y: Sim, eu a conheci em Cambridge e a reencontrei na Turquia, nas minhas férias. - Ele sorriu malicioso.
R: Hummm! Garoto esperto... Antes de você chegar, estávamos todos de olho nela... - Eu o olhei com uma cara de poucos amigos.- Mas, agora já entendemos, que é prudente nem olhar... Se tivermos amor a vida! - Brincou.
Y: Mais seguro... - Falei num tom ameaçador.
R: Calma Yalin, nós só estávamos olhando, porque não sabíamos que era sua mulher...
Y: Agora você já sabe e deixe isso claro, para os outros. - Ele assentiu. Levantando as mãos em defesa.

Ela cantou várias músicas e olhava para mim, com frequência. Eu pensava, ...Vai ser difícil vir aqui e, além de não poder toca-la, ter que engolir esse monte de marmanjos babando nela. Eu não sou violento, mas sou capaz de matar um, se ousar encostar nela.
Para finalizar o show, ela cantou uma música da Lady Gaga, que tinha muito a ver com o nosso momento... Eu queria encontrar as palavras certas, que pudessem persuadi-la, que pudessem fazê-la enxergar a minha inocência nessa história e o quanto me dói não poder estar com ela, sendo ela tão especial, para mim ... Ela me olhava tanto, que eu estava começando a acreditar, que ela estava querendo me dizer algo nas entrelinhas.
Quando o show terminou, eu a vi pegar sua bolsa e ir em direção ao corredor dos toilets, apressadamente. Eu a segui! Eu não pretendia desistir, principalmente naquele momento, onde ela parecia transbordar de emoção.
Fiquei aguardando na porta do banheiro feminino, ela saiu cabisbaixa e se chocou comigo, se assustando. Quando ergueu a cabeça e nossos olhos se encontraram, nos encaramos sem saber o que dizer, até eu conseguir quebrar o silêncio.
Y: Essa música... - Tomei fôlego. - Eu também não estou conseguindo encontrar as palavras e, muito menos, me segurar... - Era a mais pura verdade! Diante de sua inércia, eu simplesmente a puxei para os meus braços e a beijei. Ela não resistiu e se entregou, correspondendo meu beijo ardentemente. Nos separamos, com falta de ar e eu a encarei, encostando nossas testas.
Y: Kiraz, eu... - Ela me impediu de continuar.
K: Shhh... Yalin, me leva daqui. - Eu a abracei forte, assimilando suas palavras. - Eu preciso se você... - Sussurrou no meu ouvido, extinguindo todo o meu ar e as minhas dúvidas. Peguei sua mão e a tirei dali o mais rápido, que eu pude.

Levei-a para o meu hotel, que era muito próximo dali. Andávamos rápido, sem pronunciar nenhuma palavra. Assim que eu fechei a porta do quarto, nós nos olhamos, com a respiração alterada e nos atiramos um nos braços do outro, literalmente. Nos beijamos com paixão, enquanto eu deslizava minhas mãos pelo seu corpo, sobre o tecido fino do vestido e a suspendi, segurando seus quadris, até suas pernas envolverem minha cintura. Eu a encostei na parede, pressionando seu corpo com o meu, com urgência. Percebi que ela só estava de calcinha, por baixo do vestido de alças, justo no busto. Abaixei as alças finas, puxando-o para baixo e ele se embolou em sua cintura, revelando seus seios, que eu beijei com vontade, me perdendo entre os seus gemidos. Ela puxou a barra da minha camiseta, arrancando-a e me abraçando, encostando nossos corpos nus, me fazendo gemer. Perdi a noção de quanto tempo ficamos ali, sentindo pele com pele... Eu olhei em seus olhos e vi que estavam, como que enevoados de desejo e a beijei com o paixão.
Ela acariciou minha barba, com a ponta dos dedos e eu a desci no chão, tiramos o restante de nossas roupas, sem desviar os olhos, um do outro. Eu a virei de costas e a abracei, beijando seus cabelos, seu pescoço, acariciando seus seios, sentindo-a arrepiar. Desci uma das mãos, até sua intimidade e acariciei seu ponto mais sensível, enquanto ela se contorcia em meus braços, com seu corpo amolecendo e se entregando.
Eu a conduzi até a cama, deitando-a de barriga para cima e engatinhei ficando sobre ela, olhando em seus olhos, sussurrei:
Y: Você tem noção do quanto eu te amo e da falta, que eu estou sentindo de você? - Ela me olhou atordoada, sem dizer nada. - Eu não consigo mais, viver sem sentir seu cheiro, sem te beijar, sem ter você... - Eu falava beijando cada parte do seu corpo. Quando eu a penetrei, permaneci olhando em seus olhos, e ela não desviou o olhar dos meus. Havia uma conexão tão forte, que transcendia o prazer dos nossos corpos. Algo mais amplo, que a dimensão carnal. E eu não queria mais sair dali. - Ah! Como eu precisava estar dentro de você...
Depois de fazermos amor e nos derramarmos algumas vezes, nós adormecemos. Quando abri meus olhos, encontrei dois olhos lindos me observando, enquanto seus dedos percorriam  os traços do meu rosto, delicadamente. Eu fechei meus olhos e os abri novamente, para me certificar, que eu não estava sonhando, com uma sensação de paz pairando no ar, mesmo que momentaneamente... Eu sabia, que precisávamos conversar e esclarecer as coisas, mas também, queria aproveitar o momento.
K: Oi! - Esboçou um sorriso tímido. - Eu quero te ouvir...
Y: Oi! - Respirei fundo e comecei... - Eu sei que você nunca esteve com outro homem e, portanto, não tem parâmetro de comparação! Mas, você acha que esse tipo de conexão, que nós temos, é comum em todo e qualquer relacionamento? Você acha, que eu trocaria isso, por uma aventura, ou por qualquer outra coisa? Que eu me arriscaria a perder isso? - Percebi que sua respiração descompassou. - Eu quero que você compreenda, que eu te amo, que nunca me senti tão pleno, com mulher nenhuma e, que eu não quero e nem preciso ter outra. Eu quero só você! - Seus olhos se encheram de lágrimas e ela perguntou.
K: Então, me explica o que foi aquilo? Por favor? - Enquanto eu explicava, seu rosto se alternava entre surpreso e perplexo.
K: Você me perguntou se eu compreendia, ou tinha dimensão do que nós temos. Eu nunca tive outro homem, mas beijei a boca de alguns. - Eu a apertei. - Achei que amava meu ex noivo, mas nunca fiz sexo com outro, que não fosse você... O que eu posso te afirmar, é que eu já não posso mais viver sem isso, sem ter você, seu cheiro, seu gosto... Eu senti tanta falta de você, de te sentir dentro de mim! É como se você fosse uma parte arrancada de mim, que ficou sangrando, como se faltasse um pedaço. Eu entendi, que eu te amo muito, que nunca ninguém poderá ocupar o seu lugar dentro de mim, que eu já não sei viver sem ter você... E eu enlouqueci, quando a vi ao seu lado, porque eu não consegui compreender, como você podia ter fingido tudo o que nós somos e temos juntos, por tanto tempo, já que estava ali com outra mulher. É inadmissível te imaginar com outra pessoa, você entende? Exceto, se tudo o que vivemos fosse uma grande mentira, ou uma fantasia unilateral minha. Então eu pensei, como eu poderia ter me enganado tanto assim? - Eu levantei e segurei seu rosto com as duas mãos, para que ela me olhasse.
Y: Você não se enganou! É tudo verdadeiro e único. Não existe outra e nem espaço para isso. - Eu sorri. - Para te dizer a verdade, podia aparecer a mulher mais perfeita e nua na minha frente, que meu amigo não ia corresponder... Eu e e ele queremos só você!  - Ela riu e me abraçou.

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