Caminhos Cruzados

Capítulo 54 - Todo seu

YALIN
Eu e Kiraz vivemos cerca de 40 dias idílicos, como recém casados em plena lua de mel. Fazíamos amor todos os dias, muitas vezes mais de uma vez durante o dia. Tudo dependia de calhar de nos encontrarmos em casa, por algum motivo. Nós simplesmente não conseguíamos "manter as mãos longe" um do outro...
Ela saia com o grupo de pesquisa pela manhã, levava um lanche, para não ficar muitas horas sem se alimentar. Às vezes nos encontrávamos em algum local e almoçávamos juntos. Eu passava horas com minha equipe fotografando, filmando, ou fazendo a parte burocrática, ou de edição. Eu havia montado um local para edição e revisão do material obtido no meu quarto do hotel, exclusivamente para isso, já que eu "morava" com Kiraz. Isso facilitou muito, pois não precisávamos ficar montando e desmontando as coisas, sendo que toda a equipe tinha acesso a qualquer hora. A revista para a qual eu estava trabalhando, tem um canal de TV e precisava de alguém, para escrever os textos tanto para a publicação, quanto para o documentário, pois a pessoa responsável teve problemas, e eu sugeri Kiraz. Quando contei a ela que eles ficaram interessados, ela ficou insegura, pois nunca havia feito nada parecido e tinha medo de comprometer o andamento da sua pesquisa.
K: Amor, se fosse em outro momento, eu adoraria, mas estou tão sobrecarregada de coisas para escrever! - Argumentou preocupada.
Y: Eu acho que é uma grande oportunidade, para você! Se eles gostarem podem te contratar para outros trabalhos. E você entende muito dessas questões de preservação, especialmente daqui. Sua pesquisa não fala do equilíbrio ecológico e das espécies em risco de extinção? - Ela assentiu.
Y: Pois então! Pelo menos escuta a proposta. - Pedi.
K: Isso pode prolongar meu tempo aqui, para que eu possa dar conta de tudo! - Falou manhosa.
Y: Ah! Minha querida, eu posso te ajudar... - Depois de muita insistência ela resolveu escutar. A proposta era tão boa, que ela decidiu aceitar! - Vamos fazer um cronograma, incluindo suas tarefas rotineiras, para você se organizar. Eu me encarrego das refeições, das massagens e "exercícios" para te manter em forma e bem disposta. - Sussurrei em seu ouvido.
K: Safado! Como eu posso produzir com essa tentação ambulante me rondando, tirando minha atenção?! - Brincou.
Y: Relaxar é bom! - Falei de forma insinuante.
K: Concordo plenamente... - Com cara de safada e vindo como uma felina, para cima de mim.
Enfim, nossos dias foram maravilhosos, eu permaneci por lá uns dias, além daqueles inicialmente programados, para ficar um pouco mais com ela. Fiquei até a data limite do meu próximo compromisso de trabalho, que seria em NYC. Nossa despedida foi difícil, porque depois de tanto tempo juntos, já não queríamos ficar um sem o outro.
K: Vou sentir tanto sua falta!!! - Falou me abraçando.
Y: Eu também! - Afundando meu rosto em seus cabelos, aspirando seu cheiro. - Se eu conseguir terminar rápido, eu volto para ficar com você. Só para cuidar de você. - Suspirei. - Caso contrário, te espero em NYC. Preciso colocar meu planejamento em prática para recebê-la.

Infelizmente, não consegui voltar, mas falava com ela, por vídeo chamada diariamente.
Ela permaneceu em Galápagos, por pouco mais de 3 meses no total. Passados 60 dias da minha partida, ela concluiu sua coleta e veio para NYC. Dessa vez eu fui buscá-la no aeroporto e a levei para minha casa. Foram dias memoráveis, especialmente o jantar preparado pelo Edmond, meu amigo chef. Ela ficou encantada, com a vista, a comida e todos os detalhes especiais, preparados para ela. Mas o ponto alto da noite, foi o meu pedido de casamento. Ela não esperava e ficou profundamente emocionada.
Inicialmente, ficou atônita pela surpresa, com o pedido e o anel, que ela amou. Nós havíamos terminado o jantar e nos dirigimos a imensa janela de vidro, com uma vista maravilhosa de NYC e suas luzes. Eu me virei para ela segurando suas mãos e comecei a falar...
Y: Kiraz você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida e eu, não consigo imaginar a minha vida sem você. Então... - Tirei a caixinha do bolso e seu olhar ficou confuso, como se não acreditasse no que estava acontecendo. - Casa comigo? - Ela olhou para caixinha e para mim, algumas vezes e, depois de um tempo, fez que sim com a cabeça. Tirei o anel da caixinha, coloquei em seu dedo anular direito e beijei sua mão. Em seguida tirei outra caixinha com duas alianças e coloquei uma delas junto, com o anel, sinalizando para ela colocar a minha no meu dedo anular direito. - Eu quero usar a aliança para que todos saibam, que eu sou seu. - Ela colocou no meu dedo, beijou a aliança e me abraçou, em lágrimas, pois não conseguia falar...
Y: Kiraz... Eu amo você! Você é a minha melhor parte. - Ela se afastou, respirando fundo, tentando conter suas lágrimas e acariciou meu rosto. Até conseguir falar...
K: Eu jamais pensei, que eu pudesse amar alguém assim. Muito obrigada por existir e ser você! Ela olhou para os anéis e falou, trazendo a mão para o peito, como se demonstrasse as joias. - Eu também quero que todos e todas saibam... - Falou com ênfase. - ...que eu sou só sua e você é todo meu! - Eu sorri.
Y: Quando foi que você se tornou essa pessoa possessiva? - Ela riu mordendo os lábios. - Mas, eu sou sim, todinho seu, você nem precisa reivindicar.
Nem preciso dizer, que quase não conseguimos chegar ao nosso destino final... Eu havia contratado uma limousine, para nos levar ao hotel The Plaza New York, onde eu havia reservado uma suíte em andar alto, com uma vista do Central Park de tirar o fôlego. Ele fez um mini city tour, apontando alguns pontos turísticos pelo caminho. Mas nós prestamos atenção por pouco tempo, pois começamos a nos beijar e acariciar e, por muito pouco, não transamos no carro.
K: Yalin... - Ela sussurrava no meu ouvido. - E se o motorista estiver nos vendo, ou ouvindo? Será que não tem câmeras? - Falou preocupada.
Y: Fica tranquila! Nós continuamos vestidos...
K: Hummm... Mas, o que eu faço com essas suas mãos embaixo do meu vestido, dentro da minha calcinha? - Se contorcendo toda.
Y: Só relaxa... - Mas, eu percebia sua tensão.
Então, o carro parou e a voz do motorista avisou, que havíamos chegado.
Agradecemos rapidamente e entramos no hotel. Ela tinha um sorriso bobo no rosto, pois havia me dito, que sempre quis conhecer esse hotel, que ela via nos filmes e, quando esteve em NYC da outra vez, tinha vindo tomar café da manhã aqui... Por isso, quis trazê-la para comemorarmos o noivado. Ela ficou encantada com o quarto e com a vista... Eu a abracei por trás, enquanto ela observava pela janela.
Y: Amanhã com a luz do dia, será melhor ainda... Gostou da surpresa? - Ela se virou me abraçando e dando um monte de beijinhos no meu rosto.
K: Eu amei! Mas, o meu maior presente é você.

Nossa noite foi regada a champanhe e muito amor!
No dia seguinte acordei, com aquela visão dela nua, olhando a vista da janela. Eu me aproximei a abraçando por trás.
Y: Não é maravilhosa? - Ela assentiu se encostando em mim, enquanto minhas mãos passeavam pelo seu corpo. - Eu quero me fundir em você, especialmente quando a vejo desfilando, completamente à vontade pelo quarto. Nunca vou me acostumar com isso... Sempre vou precisar te tocar e reivindica-la para mim. Eu não sei o que você fez comigo, mas eu pareço insaciável, depois de você... Sempre fui tão controlado e dono do meu corpo.
K: Isso é ruim? - Perguntou me encarando. - Eu também me sinto assim... 

Nós pedimos o café da manhã no quarto, tomamos banho de banheira,... e caminhamos no Central Park... Foi um dia memorável.