Aqueles passos se aproximavam do jardim até entrarem nele.
Com curiosidade, olhou disfarçadamente para ver quem era que estava lá e viu dois dos guardas andando pelo jardim, estavam fazendo a ronda.
Escondeu-se novamente e esperou até ter certeza que eles foram embora.
Saiu cuidadosamente de seu esconderijo, indo até o muro pensando em como faria para pula-lo.
Até que viu um suporte de plantas feito de madeira enfeitando uma das paredes do jardim, achegou-se a ele, o fazendo de escada para subir o muro.
Quando estava quase no topo olhou para o castelo, mais precisamente para seu quarto, se lembrando que no dia seguinte seria sua festa de noivado e pensou se estava fazendo o certo saindo assim a essas horas da noite.
Mais esses pensamentos logo desapareceram quando chegou ao topo vendo a vila cheia de luzes do outro lado do muro.
Sua cabeça lhe dava um sermão dizendo que devia voltar enquanto ainda estava próximo ao castelo, mas seu coração gritava para pisar do lado de fora e dançar junto aos camponeses.
A voz de seu coração sobressaiu a de sua consciência quando ele agarrou os galhos de uma árvore do outro lado do muro para descer com firmeza pelo seu tronco.
Até porque não estava fujindo, apenas ia dar um pequeno passeio. Voltaria antes do sol nascer e ninguém ficará sabendo.
Pisou no chão soltando os galhos da árvore. A adrenalina corria em suas veias, ele acabou mesmo de pular os muros do castelo?!
O ar estava gelado e o vento soprava fraco, por isso aconchegou-se em sua capa antes de partir em direção a aldeia.
Entrou na mesma. As ruas estavam desertas porém ouvia a música rápida que lá perto tocava, era bem diferente de quando escutava pela janela que podia-se ouvir apenas um murmúrio ao longe. Ouvindo sons de pessoas rindo e falando alegres, pesou que não era só isso que queria, queria vê-las de perto dançando e festejando.
Seguiu os sons e barulhos até chegar em um lugar que julgou ser o centro da vila, onde estava cheia de pessoas dançando rindo e conversando. As crianças brincavam correndo e se escondendo. Aquilo era mais que incrível, era mágico!.
Seu coração gritou para se juntar a eles mas sabia que não podia. Se alguém o reconhecesse seria um escândalo, então desistiu dessa ideia, já estava feliz apenas por observa-los.
Decidiu andar pelas ruas da aldeia, não iria se perder pois era só seguir a música para voltar ao centro.
Andou pelas ruas vazias vendo as casas simples todas sem sinal de vida, Até que parou em frente a um lugar que parece que ainda tinham pessoas acordadas.
Não era uma casa mas sim uma loja ou algo do tipo, olhou o emblema acima da porta escrito ferraria Musutafu, ficou curioso para ver o que tinha lá dentro por isso foi até a pequena janela que ela tinha para espiar.
Olhou lá dentro e um ar quente beijou seu rosto por causa do fogo que estava aceso, tirando as velas, candeias e lamparinas que mantinham o lugar claro.
As paredes eram cheias de armas escudos e espadas que faziam uma pequena semelhança com a parede de troféus do quarto de seu pai, além do balcão no fundo da ferraria.
Só que tinha um porém, não havia ninguém lá dentro, o lugar estava totalmente vazio.
Saiu da janela e foi até a porta agarrando a maçaneta e a abrindo devagar. Espiando lá dentro constatou que o local estava mesmo vazio.
Queria ver aquelas armas melhor, então se atreveu a entrar na ferraria espantando-se com o barulho do sininho que soou acima da porta.
Assustado já estava de saída quando ouviu passos e uma voz confusa atrás do mesmo.
— Precisa de algo senhor? — virou-se com a cabeça baixa torcendo para não ser reconhecido.
— N-não, só estava de passagem — suas pernas estavam tremendo, enquanto suas mãos suavam e seu coração batia acelerado. podia dizer que estava a ponto de sair peito.
O medo de ser descoberto o sufocava, estava nervoso e deixou que a pessoa a sua frente percebesse isso.
— Você está bem? parece que tem algo o incomodando — falou se achegando perto de Shoto. Isso o assustou fazendo-o dar uns passos para trás. Tropeçou em uma vassoura e caiu sentado no chão.
Olhou para o rapaz de cabelos e olhos verdes com sardas, mas além de seu rosto fofo seu corpo possuía músculos e cicatrizes por causa do trabalho pesado.
Estranhou quando o olhar desse jovem passou de confuso para assustado, foi quando passou as mãos no rosto e percebeu que o gorro da capa havia caído.
Isso explica o porquê que o jovem a sua frente se dobrou, ajoelhando-se aos seus pés com a cabeça baixa em respeito.
— Vo-vossa alteza!!… desculpe-me por essa recepção!! — dessa vez não era só ele que estava tremendo de nervoso, o garoto parecia apavorado.
O príncipe levantou-se desajeitado. Queria sair correndo, voltar para o castelo e fingir que nada aconteceu.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.