Andando para o acampamento, Katsuki irritado, com as costas da mão sob a boca, desviando o olhar não conseguia desmanchar o forte rubor de seu rosto. Havia feito aquilo sem pensar.
Sempre agia sem pensar.
Tentando encontrar desculpas e motivos com coerência para seu ato, caminhava agora com as mãos em seus bolsos. Que se dane, ninguém sabe o que houve e não acontecerá novamente, só precisa fingir que nunca aconteceu e esquecer.
Esquecer.
Lembrou-se do bilhete que deixara ao esverdeado, foi outra coisa que fez sem realmente pensar. Seu superior ficará furioso consigo se descobrir que fez algo sem seu consentimento.
Mas quais são as possibilidades dele descobrir? nunca saía do acampamento, e aquilo era um assunto pessoal apenas dele e do ferreiro.
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Já fazia algumas horas que havia saído da aldeia, Catherine galopando em velocidade média sempre lembrando de olhar o mapa, que por causa da falta de folhas nas árvores davam a elas o aspecto de mortas, deixavam a luz da lua correr livremente. O caminho bem iluminado ajudava bastante.
Não podia negar que as vezes sentia medo ao olhar a silenciosa floresta a dentro, e que sempre que ouvia algum ruído, mesmo que seja minimo, se assustava e automaticamente olhava para trás em busca de algo.
Os galhos secos das árvores balançavam ao vento, chocando-se dando um ar tenebroso ao local. Pelo menos não estava sozinha, tinha Ghoscer consigo para lhe proteger.
A garota recuou rapidamente com seu alazão assim que escutou um alto ruído vindo de dentro da mata, e tinha certeza de que aquilo não era um galho ou sua imaginação. Ouviu novamente, e isso deixou seu cavalo fazendo ruidos apreensivos, o barulho que vinha da floresta era uma espécie de uivo.
Lobos.
Foi a única coisa que passou em sua cabeça, e se suas recordações estivessem corretas, onde havia um destes animais com certeza teriam outros, pois andavam em grupo.
a princesa e seu garanhão teriam que se esconder se não quisessem virar presas, correram para se salvar, mas não foram muito longe. Pois bateram de frente com um deles, fazendo a Tyller puxar as rédeas com brutalidade, tirando por um instante as patas dianteiras de seu animal do chão, desesperada para Ghoscer parar.
O lobo cinza assim que os viram se esquivou, agachando-se enquanto transmitia um rosnado feroz não parando de encara-los, exibindo seus dentes e garras. Como o alazão não podia ver o perigo a sua frente permanecia calmo, enquanto era afastado aos poucos do canino selvagem por sua dona, recuando para trás sem tirar os olhos dele.
Não confiava dar as costas para um animal selvagem.
O lobo começou a latir freneticamente para si, o que assustou o cavalo que relinchou desesperado. Ao mesmo tempo a morena tentava mantê-lo sob controle, falhando, pois mesmo seu Garanhão confiando em si, ainda era um animal pouco racional.
Foi quando ouviram mais sons de lobos, era a alcatéia que havia ouvido os barulhos alí, e estavam a caminho. Ghoscer ao escuta-los partiu em disparada, quase pisoteado o lobo a sua frente no processo, a princesa emitiu um grito agudo e alto com o susto, agarrando-se rapidamente em seu alazão para não ir ao chão com os solavancos.
Nunca esteve tão assustada, realmente não tinha noção do que fazer, nem ao menos sabia para onde iam, tinham sorte do cavalo não bater em nenhuma árvore. Somente ouvia os latidos e uivos atrás de si, indicando que a matilha os perseguia.
Estavam distanciando-se dos barulhos, sua esperança de sair dalí viva reacendeu, mas ela durou pouco tempo pois o garanhão bateu com força na correria uma das patas em uma pedra, fazendo-o desequilibrar quase caindo no solo cheio de folhas.
Ghoscer parou de correr, não conseguia mais por conta da pata machucada. Catherine olhou para os lados procurando algo que pudesse os ajudar, vendo alí uma pequena caverna.
Com rapidez, pois os latidos e uivos começaram novamente a se aproximar, desceu de seu cavalo o puxando pelas rédeas, mancando para se esconder naquele local.
Ficou escondida abraçada a Ghoscer, quando pôde ver cerca de sete lobos passarem por eles, correndo e latindo sem os perceber alí. Respirando acelerado sentou-se no chão com as pernas trêmulas e o coração apavorado, só sairia daquela caverna quando amanhecer.
Olhou para seu alazão fazendo-o um carinho, querendo transmitir a ele que agora estava tudo bem. Pareceu entender, pois deitou-se ao lado da mesma, se acalmando até adormecer, tendo seu merecido descanso.
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Izuku, deitado em sua cama sentiu um calor no rosto acompanhado de uma forte luz, abriu os olhos com dificuldade, não enxergando absolutamente nada pelo claro forte em sua face.
Colocou a mão pesada tapando o sol vindo da janela, vendo que estava em seu quarto. Como chegara ali? Seus lábios encontravam-se secos e sua barriga roncava de fome.
A última coisa que se lembrava era de um sonho esquisito, em que ouvia uma voz distante e um hálito quente percorria seu rosto, deixou isso de lado, pois quem nunca teve um sonho estranho?.
Sua mãe entrou no local, carregando consigo um pano e uma vasilha com agua fria. Vendo seu filho correu até ele, deixando as coisas em cima de um banco de madeira ao lado da cama dando-lhe um abraço.
Sem entender muita coisa ele se senta e retribui o abraço, pedindo explicações do que aconteceu.
— você passou um dia inteiro desacordado! foi trazido por guardas para a casa de uma curandeira que cuidou de você, antes de o trazerem para cá — falou ela, enquanto molhava o pano na água fria e o espremia sentada na borda da cama.
— E o príncipe Todoroki! Trouxeram-no de volta? — fez uma careta quando a mais velha passou o pano frio em sua testa, mais especificamente em cima do ferimento.
— Mantenha-o aí, irá diminuir o inchaço. O príncipe está bem, eu o vi voltar ao castelo escoltado pelos guardas — disse com um sorriso, voltando a cozinha elevando a voz ao se distanciar.
Que bom que tudo acabou bem, pensou segurando o pano contra sua cabeça. Vendo a senhora Midoriya voltar com uma bandeja com água e comida, pousando-a a sua frente.
— Se alimente e repouse, está bem? mesmo que eu não goste deste perigoso trabalho, estou orgulhosa de você! — saiu ela sorrindo, feliz ao ver o filho acordado.
Isso o fez sorrir também.
Comendo o que sua mãe lhe trouxe olhou ao redor, vendo alí sua bolsa. Segurou a mesma, contende dos soldados não terem a esquecido na floresta.
A abriu remexendo, vendo que tudo o que levou estava lá, mas.... havia algo a mais alí, um pedaço de papel escrito, não lembrava-se de ter guardado aquilo.
Retirou ele da bolsa o analisando, estava escrito com os mesmos símbolos da carta de Katsuki, será que o loiro colocou aquilo alí quando ainda encontrava-se desacordado?
Não dúvida disso.
Seja lá o que for precisava traduzir para saber do que se tratava, e o livro com a tradução das letras estava em sua ferraria.
Logo agora? quando achava que tido tinha se resolvido.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.