19_shikei shikkō hito

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O dia estava raiando por trás das montanhas, e o jovem Izuku já encontrava-se disposto, totalmente enérgico. Agora tinha afazeres em dobro por causa de sua nova função, mas daria conta de tudo.

Falando com Iida, descobriu que o garoto loiro que perseguiu no incêndio dos pertences da igreja era ninguém mais que Katsuki Bakugou, e o ferreiro permanecia muito seguro de que iria encontra-lo novamente.

Estava indo fazer seus exercícios matinais na floresta em uma clareira perto da vila. Agora teria que se manter em forma e saudável, por isso iria treinar durante a manhã e trabalhar somente a tarde.

Deu uma longa caminhada pela floresta de pinheiros, fez alguns abdominais, alongamentos e flexões, porém não estava nem transpirando pois seu trabalho na ferraria com o calor da fornalha, as pesadas peças e ferramentas de metal era bem mais difícil. Essa era a razão de seus músculos definidos e cicatrizes nas mãos grossas e braços.

Mas não era apenas exercícios, teria que treinar para aprender a usar sua nova espada. Sabia de seu grande poder, por isso foi para a floresta para não acabar machucado ou chamando a atenção de alguém na aldeia.

A segurou firmemente tirando-a da bainha olhando fixamente para uma grande pedra, se aquela espada era tão poderosa poderia facilmente despedaça-la sem a tocar, apenas com a força magnética que a arma exalava.

Ficou em posição encarando a rocha como se ela fosse seu rival, se locomoveu rapidamente até a mesma bradando sua espada, dando um golpe no ar em frente a ela.

Esperou algo acontecer mas nada veio, nem um mísero tremor. Tentou várias vezes porém continuou da mesma forma. Absolutamente nada.

Será que estava fazendo algo errado? a forma de segurar a arma estava correta, os ataques também, então por que ela não reagia?.

Nunca tinha utilizado um artefato mágico antes, por isso não tinha ideia de como fazer a espada exalar seu poder. Olhou para o sol e o mesmo já encontrava-se quase no centro do céu, indicando estar perto do meio-dia.

Seu treinamento havia acabado, pois queria falar com alguém antes de ir para a ferraria, guardou sua espada e marchou de volta para a vila.

Não sabia o porquê, mas queria investigar melhor os casos de incêndios na aldeia para saber aproximadamente se teriam outros ataques, e se tivesse onde seriam, e havia apenas um jeito de fazer isso, falando com as vítimas.

Chegou a vila, logo indo rumo a casa de madeira recém construída na rua mais remota da aldeia.

Chegando lá já vendo a garotinha que salvou brincando na rua com mais algumas crianças, a mesma o reconheceu vindo até ele.

— Oi!! viu minha casa nova?! — falou ela com a voz vibrante, e ofegante por estar correndo.

— Vi sim, ficou muito linda. Por acaso sua mãe está? preciso falar com ela — a mesma frenética balançou a cabeça positivamente, chamou sua mãe que com um grande sorriso o convidou para entrar.

— Precisa de algo? — sentado na mesa em frente a mulher encontrava-se nervoso, pois tinha que fazer suas perguntas sem transpassar que estava trabalhando para o rei.

— Desculpa a invasão, mas eu tinha que saber se estava tudo bem com vocês — disse, disfarçando suas reais intensões.

— É um garoto tão gentil, estamos bem sim graças a você, porque se não fosse por ti teria perdido meu bem mais precioso. Minha pequena — seu coração aqueceu com aquilo, o fazendo sorrir.

— A senhora não viu mesmo quem fez aquilo com sua casa?.

Ela suspirou fundo.

— Infelizmente não, as vezes até acordo no meio da madrugada apavorada, porque sonho que minha casa está pegando fogo novamente — o trauma era mais difícil de ser apagado do que as chamas.

— Entendo — pelo visto ela não sabia de nada.

Foi quando a menina que brincava do lado de fora entrou, enquanto gargalhava de felicidade no colo de um homem. Alto, negro e musculoso, uma verdadeira montanha, era o carrasco tão temido da igreja.

— Querido!, que bom que chegou! veja é o jovem de quem te falei — disse ela levantando, cumprimentando o homem e pegando a criança em seus braços.

O ferreiro se levantou estendendo a mão para ele ainda um pouco temeroso, mas o mesmo não a apertou. Simplesmente foi até o garoto com lágrimas nos olhos, o abraçando apertado.

— O-obrigado, muito obrigado — foi o que o mesmo disse, com o rosto escondido em meio a soluços. Exatamente como uma criança.

Midoriya assustou-se com o ato, não só pelo abraço, mas por aquele homem frio, calculista e maldoso ter um lado frágil.

O mesmo tentou se recompor, sorrindo para o garoto com as grandes mãos em seus ombros.

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O carrasco perguntou ao garoto se eles poderiam dar uma pequena volta pela vila, pois precisava falar com ele. Os dois saíram e começaram a caminhar lentamente.

— Obrigado mais uma vez, sei que você como qualquer outro dessa vila me vê apenas como um carrasco cruel, mas eu tenho um nome, uma vida e uma família que amo. Como qualquer outro homem — certamente o esverdeado tinha esse olhar para ele, mas agora que viu sua verdadeira face seus conceitos haviam mudado.

— Então por que trabalha como Carrasco? Por que não procura outro emprego? — perguntou.

— Criança, tu não sabe de nada, quando te oferecem um cargo na igreja você não pode recusar. Porque se fizer as consequências serão péssimas — por esse ponto de vista podia entende-lo melhor.

— O senhor por acaso tem algum inimigo? — Perguntou, inocente.

— A pergunta certa seria, quem não é meu inimigo? qualquer pessoa dessa vila gostaria de se vingar e me ver nas cinzas. Por isso tenho muito medo, não por mim, mas pela minha família — seus olhos eram tristes e vazios, pois estava preso a um trabalho que o deixava cheio de magoas, angústia, desespero, medo, dor, preocupação e estresse. A única coisa que o manteve em pé até hoje foi sua família, se a perdesse seu chão iria desabar.

— Naquele dia do incêndio eu estava fora da cidade, não sei como, mas a pessoa que fez aquilo sabia exatamente a hora em que não pude protege-las, Isso me assusta.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora