Naquela fria manhã de inverno o príncipe levantou-se da cama sem ânimo, havia sido chamado a sala do trono para falar com seu pai. Porém tudo o que ele mais queria era ficar em seu quarto, dormir acordar na casa de Bakugou, e por fim constatar de que tudo o que viveu estes últimos dias foi um pesadelo.
Chegando a sala do trono viu Endeavor tão acabado quanto a si mesmo. Mau dormia direito pelas preocupações constantes de como ressuscitar das cinzas um reino que já morreu, todos os dias pedindo perdão aos seus ancestrais e irmão por ser um fracasso.
— Meu pai — falou se aproximando dele, que ao notar sua presença demonstrou um pequeno sorriso.
— Meu filho! Estava te esperando — o garoto deu mais um passo para frente, sinalizando que estava a escuta.
— Sei que o que está acontecendo não é fácil de lidar, mas precisamos reerguer a cabeça e continuar com um sorriso! Assim como seu tio fazia — dês da morte de All Might o ruivo tentava ao máximo copiar o mesmo, até deixando um pouco de sua própria personalidade esquecida.
Até tentava manter o sorriso a todo o tempo para imita-lo. Falhando, pois isso não combinava com ele, pelo contrário, era preocupante.
— Quero que você fique com meu antigo cargo de conselheiro real, e assim ajude nosso amado reino! — falava ele forçando uma animação e rosto contente, realmente aquilo não encaixava-se no maior.
O Todoroki mais jovem engoliu seco, não queria este cargo de maneira alguma. Preferia cortar lenha na cabana com seus amados do que lutar o resto da vida neste castelo para salvar este reino que fez tantas pessoas sofrerem.
— Claro pai — entretanto as coisas não eram como ele desejava, e isso o fazia querer chorar por dias sem descanso, apenas lamentar a dor que sentia em silêncio e que aos poucos consumia seu coração, enquanto fingia para os outros que estava bem.
Quando na verdade não estava.
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Na vila o ferreiro ajudava sua mãe a estocar toda comida que sobrou para a viagem, pois iriam partir no outro dia pela manhã bem cedo, e a culpa por ter feito Asui entristecer e talvez até chorar o consumia.
Tinha que falar com ela.
Até sua mãe percebeu que dês de manhã a garota estava estranha, falando pouco e os evitando, mais não se intrometeu, ninguém sabe o que passa na cabeça desses jovens. E assim o Midoriya decidindo explicar-se para a padeira de um modo descente, largou o que estava fazendo para ir até o quarto de sua mãe, onde a jovem guardava as roupas da mais velha em sacos.
Ao entrar nos aposentos da senhora Midoriya, reparou na padeira guardando gentilmente as peças nos sacos para a mudança com uma expressão distante. E assim se aproximou dela, a fazendo assustar, chegando a até derrubar a peça de roupa de suas mãos no chão.
— Desculpa por assusta-la! Só queria saber se você está bem, sabe... depois do que se passou — disse, envergonhado e tímido ao pegar a peça do chão e entregá-la para a outra.
— Tudo bem, estou bem — falou ela abaixando a cabeça para não precisar olhar nos olhos dele.
O garoto estava tão adorável, com as bochechas levemente coradas. E ela gostava tanto dele, porém se ele não a vê desta forma precisa aceitar apenas sua amizade e ser feliz com ela.
— Tem certeza? Você encontra-se tão longe dês de quando aconteceu! — perguntou novamente, preocupado com sua amiga.
— Sim, estou bem Deku! Só preciso de um tempo para pensar. E me desculpe, não devia ter feito aquilo tão de repente! — ela sempre o amou, dês de criança sonhava em um dia se casar com ele usando um longo vestido bonito na igreja.
Talvez ainda consiga conquista-lo e realizar este sonho, entretanto tudo em seu tempo de uma maneira natural. Mas mesmo que seu destino não seja com ele, estará contente em apenas estar ao seu lado o apoiando em tudo.
— Muito obrigada Asui! Você é incrível!! — falou ele sorrindo, grandemente aliviado.
Ele era incrível, como existe um ser tão bom e gentil? Não podia negar estava apaixonada. Até se separou de seus pais, os deixando irem na frente apenas para espera-lo voltar, e iria esperar o quanto for preciso.
A não Ser que o coração dele já tenha um amor.
— Deku, preciso saber, quando falava aquelas coisas tão belas, em quem pensavas? — disse ela, ao apertar um pouco a roupa entre suas mãos temerosa.
Necessitava descobrir se o coração do esverdeado já era preenchido por uma linda garota, ou se ainda poderia ser esta linda garota.
— Eu.... Eu pensava em pessoas importantes para mim, pessoas cujo nunca deixarei para trás! E que amarei pelo resto da vida — nenhuma garota foi mencionada, e a Tsuyu sorriu por isso.
Claro, Izuku não podia falar que pensava no príncipe herdeiro e em um criminoso procurado, não podia falar que pensava neles a todo momento. Sentindo saudades de suas conversas, danças, treinos, aromas, vozes, toques, lábios e corpos.
Mas sabe que não os deixará para trás, custe o que custar. Nem que para isso precise largar tudo.
Largar tudo por amor.
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Na cabana da floresta o loiro a olhar os outros trabalharem nas novas casas emitiu um pequeno sorriso, estava feliz por tê-los ao seu lado, mesmo que não tivesse ânimo para ajudá-los na construção.
De repente alguém se achega silenciosamente por trás dele e senta ao seu lado, era a princesa que também não ajudava alí por não a permitirem esforço.
— Oi... — falou ela tímida e um pouco vermelha, torcendo a barra de seu vestido pela vergonha.
Ela não falava muito com o de olhos vermelhos, pois sua feição enfurecida constante e postura sombria lhe causava espanto.
— Você não devia estar dentro da cabana?! — perguntou ele, sabendo das ordens que a mesma recebeu.
— Depois de muita insistência elas me deixaram sair um pouco para tomar sol — dizia ela a se explicar — obrigado por nos aceitar aqui!
— Tudo bem, uh.... Sem cor — dizia ele sem olhar para Catherine, que entendeu o apelido por conta de sua palidez. Não se ofendendo, mas sentindo-se bem e sorrindo por estar sendo aceita como um deles.
— Mesmo estando aqui já por um tempo ainda não nos contou como chegaste — realmente o porquê dela ter abandonado sua parentela, coroa e reino ainda intrigava a todos, sendo um mistério.
— Prefiro não falar ou relembrar do passado, quero deixá-lo onde está e esquece-lo. Compreende? — sim compreendia, pois sentia-se como ela.
— Claro, entendo. Porém as vezes é difícil esquecer — disse Katsuki ainda a observar os outros.
— Sim, entretanto não é de tudo que desejo esquecer. Existem coisas e pessoas cujo pretendo guardar em meu coração e memórias, pessoas que se eu pudesse as ver novamente faria — dizia ela lembrando-se de poucas pessoas que lhe faziam companhia naquele castelo, geralmente empregados.
E de seu amigo e ex-noivo, que deixou sem dizer adeus.
Essa frase fez o de cabelos espetados pensar, e se?....
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
CasualeUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.