58_Koya

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Voando pelos céu escuro um pouco abaixo das nuvens a grande criatura planava, carregando em suas costas os três garotos. O loiro da frente não ligava se este incidente chegar aos ouvidos do Shigaraki, que se dane, pois largou o acampamento e não tem mais nada haver com ele, por isso permanecia confiante, com seus cabelos bagunçados sendo soprados pelo vento frio.

Diferente dos outros dois atrás de si que se seguravam em Bakugou provavelmente por medo de caírem, já que de vez em quando ele dava alguns solavancos leves só por brincadeira.

— J-já vi que gosta de aventuras! Tem certeza que conseguirá ter uma vida normal? — perguntou o príncipe, que permanecia entre os dois garotos.

A vista de cima do dragão era fantástica. Podiam ver a floresta que parecia não ter fim, o céu noturno com as estrelas e a lua tapadas pelo cobertor de nuvens escuras a centímetros de suas cabeças, deixando tudo no breu parecia até um lindo sonho.

— Meio-a-meio, não me faça mudar de ideia! — logo depois da fala de seu dono o animal vermelho desce em um mergulho rápido para o chão, causando gritos ao ferreiro e ao Todoroki que não esperavam isso, se segurando como podiam.

De repente o animal de escamas para quase para tocar o chão e pousa suavemente como uma borboleta pousa em uma flor. Assim ambos os garotos descem, mesmo que dois deles estejam com as pernas bambas, a cabeça tonta e a ponto de vomitar, coisa que não demorou muito para acontecer.

— Vocês parecem duas maricas, não aguentam um pequeno pouso. Uns frangos! — riu levemente deles, antes de virar-se para seu dragão fazendo um carinho em sua cabeça - vá, se eu precisar te chamarei.

E assim o animal escarlate vira de coisas e abre vôo entre as árvores sem folhas, subindo rápido até sumir nos céus. E seu dono virou-se novamente para os outros, que se recompunham ficando de pé novamente.

— Por que o mandou embora?! — perguntou o Midoriya, batendo a poeira de suas roupas e arrumando seus cabelos bagunçados.

— A floresta é mais densa daqui para frente, ele não conseguiria pousar. Precisarei continuar a pé — começou a andar, mas foi parado pelo esverdeado que deu alguns passos atrás de si.

— Como assim você vai? E nós! Não podemos voltar a Musutafu agora, está escuro e cheio de animais selvagens! — retrucou ajudando o meio albino a andar, pois ele ainda encontrava-se meio zonzo. Um estalar de lingua foi feito pelo de olhos vermelhos.

— Está bem Deku de merda! Os levarei para um lugar onde possam passar a noite — começou a andar, sendo seguido pelos outros dois que vinham logo atrás.

— Katsuki, o que falaremos quando voltarmos ao reino? — perguntou o bicolor, olhando fixamente para as costas do outro, enquanto tentava acompanhá-lo com suas pernas tremulas.

— Tanto faz, digam que escaparam ou simplesmente mataram-me, eu realmente não me importo — e assim continuaram a caminhada, em silêncio apenas ouvindo os sons arrepiantes da floresta noturna, de seus próprios passos e respiração.

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Alguns minutos se passaram até chegarem em uma pequena cabana de madeira, velha e tomada pelas vinhas e vegetação. Logo Izuku a reconheceu como sendo o local onde ele e Katsuki quando crianças ficavam, nas noites em que seus pais passavam semanas a pescar, se sua memória está correta o lago estará mais um pouco a frente.

— Chegamos! Alguns dias atrás passei por aqui para reformar as portas, janelas e trocar as tábuas comprometidas por mofo e cupim por novas. Então não há perigo — cansado o loiro abriu a porta da casa, revelando seu interior que possuía dois pequenos andares.

Tudo estava escuro e silencioso, porém o cheiro do lugar não era de poeira nem de coisa antiga, pelo visto Bakugou também a limpou em cada canto. Com timidez os dois convidados entraram, tentando reparar na casa vazia um pouco assustados, enquanto o anfitrião fechava a porta.

— Estão com fome? — perguntou o de cabelos espetados, que recebeu acenos negativos dos outros dois, que só almejavam deitar e dormir profundamente.

— Então venham — subiram com cuidado pela falta de luz até o segundo andar, onde continha o único quarto da casa, era o maior cômodo da residência, com uma só grande cama, um guarda-roupas velho e uma mesinha de cabeceira cheia de objetos que a anos não eram utilizados.

Aquele local estava cheio de recordações.

Não se importaram em dividir a cama, tanto pelo cansaço quanto pelo fato dela ser espaçosa, mantinham uma distância segura uns dos outros, e assim descansaram. Talvez não por completo, pois seus corpos mesmo dormentes não saiam do estado de alerta, sempre prontos para despertar caso algum deles desejasse quebrar o acordo que fizeram e decidisse atacar durante o sono.

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De manhã no reino tanto o castelo quanto a aldeia sentiu falta de alguém, na casa do ferreiro uma mãe chorava pelo sequestro de seu filho que nem sabia que tinha saído de casa durante a noite, enquanto tentava manter-se sã a base de chás calmantes, consolo dos soldados e amigos e a fé de que seu filho tenha escapado, está bem e logo voltará para casa.

Já tinha perdido seu marido não suportaria a dor de perder seu filho.

A situação no castelo não era diferente, com a princesa Rei desesperada abraçando seus filhos e marido que a acalmavam. Não podia perder Shoto, não agora que eles estavam finalmente tendo uma relação verdadeira e saudável de mãe e filho, perguntava-se o por que do destino ser tão cruel consigo.

Os guardas foram enviados para os procurar o quanto puderam, mas nada encontraram, causando mais aperto no coração das famílias.

Ao receber a notícia o rei All Might ficou mais deprimido do que estava, não possuía forças para lutar. Sentia uma dor enorme em seu peito, pois se não podia proteger seu próprio sobrinho como protegerá o que restou de seu reino? Não servia mais para nada.

Necessitava dar um fim a tudo isso.

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O acampamento estava agitado, com Tomura praticamente louco a procura do cretino daquele pirralho loiro. Sua alergia o atacava como nunca, a ponto de fazer até cortes em sua pele avermelhadamente irritada de tanta força que a coçava.

A notícia escandalosa de Katsuki ter sequestrado um príncipe e um plebeu usando seu dragão chegou a ele, era incrível a habilidade dele em lhe desobedecer. Queria desesperadamente encontrá-lo para o matar com suas próprias mãos, porém seu desejo não foi saciado, pois sua preza não tinha voltado ao acampamento, e talvez nunca voltasse.

Sentia que estava perdendo o controle para com seus subordinados, e sentia que precisava mudar isso.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora