22_Asobu

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Andando pelas ruas de Musutafu, Midoriya tentava manter sua mente limpa ou se distrair com outras coisas, para não lembrar do acontecimento desta manhã. Automaticamente depois dele e Iida saírem, pediram para o mensageiro do rei Kaminari, relatar o ocorrido ao rei.

Mas quando ele voltou com a resposta, disse que o rei All Might e o príncipe Endeavor, decidiram que deveriam investigar isso em sigilo, para não causar pânico geral ou deixar os moradores da aldeia mais assustados do que já estavam. Por isso não deveriam falar muito do acontecido.

Isso fez a ira do esverdeado aumentar, tirar a vida de um inocente era o pior crime de todos, pois não tinha como voltar atrás. Nenhuma punição seria o suficiente para fazê-lo pagar.

Chegou em sua ferraria, estava tarde, e o sol sumia do céu, mas tinha que terminar um pedido hoje, apenas iria faze-lo e partir de volta para casa. Entrou no local de trabalho que se encontrava frio e escuro, por ter passado o dia sem funcionamento.

Trancou a porta atrás de si, pois não queria a presença de clientes, apenas terminar logo e ir para casa. Ascendeu a lamparina na parede ao lado da porta, iluminando um pouco o local.

Virou-se para o balcão, tudo encontrava-se em seu devido lugar, porém sentia uma presença, um aroma doce no ar e um arrepio em sua espinha, o diziam que ele não estava só.

Olhava para todos os cantos, seu sexto sentido gritava o alertando de um possível perigo. Fazendo querer abrir a porta novamente.

Foi quando atrás de si uma grande mão bronzeada cercou sua boca a cobrindo, depois disso tudo ficou escuro. Não podia ver ou ouvir, apenas sentia seu corpo ser carregado.

Tentou mover-se, mas seus membros não respondiam ao seus comandos, seus olhos permaneciam pesados. Mal conseguia sustentar o peso de seu próprio corpo.

Em outra tentativa, concentrou-se em erguer novamente suas pálpebras. Aos poucos conseguia ver formas esfarrapadas em tons de preto e marrom, com alguma luz amarela no fundo, formando uma silhueta humana na frente da mesma.

Percebendo que ele estava acordando, achegou-se mais perto do ferreiro que focava sua visão, e levantava a cabeça com dificuldade na tentativa de vê-lo.

Quando sua visão voltou, piscando várias vezes tentando desembaça-la completamente, viu Katsuki, parado em frente a si com a lamparina que havia ascendido atrás dele. Sua expressão era ilegível, isso é o que o deixava com mais medo, porém não iria deixar o outro ver sua fraqueza.

Afobado tentou se levantar, fracassando pois algo o puxou de volta para baixo, foi quando percebeu que estava amarrado, com seus pés, tronco e mãos laçados por cordas apertadas, o atando na cadeira em que estava.

O desespero o consumiu junto com o calafrio que subiu a sua nuca, quando percebeu que nem pedir ajuda conseguiria. Por causa de uma amordaça que estava em sua boca, que o impedia de fazer qualquer barulho alto, o loiro observando a agonia dele apenas riu do mesmo, sentado no balcão da ferraria parecia se divertir ao velo naquele estado.

— Pensei que não o veria outra vez — foi o que disse, descendo do balcão se aproximando do esverdeado.

— Sabe, eu bem queria tirar essa amordaça de você para que passamos conversar, mas sei que se eu fizer isso, vai gritar por ajuda sem excitação — abaixou-se, ficando da altura do mesmo, que só o observava com os olhos fervendo em ódio.

— Deku, não me interprete mal, não sou tão horrível, pois como já te falei eu tenho meus motivos — ficou de pé novamente, com uma mão na cintura e a outra pousada em seu queixo, parecia inquieto, pensando em como falar com ele de um jeito em que não o assuste.

E como Bakugou sabia seu apelido? eles haviam se encontrado apenas uma vez.

— O clima aqui está meio desagradável, o que acha de brincarmos um pouco? — tirou um papel dobrado de seu bolso, colocando o mesmo encima do balcão, logo depois pegando uma das pequenas adagas que estavam penduradas na parede.

— Aqui está escrito quem será minha próxima vítima e onde irei atacar, vamos ver se conseguirá chegar lá antes de mim — ele inclinou-se até o esverdeado, fazendo seu coração acelerar de desespero por ter alguém tão imprevisível achegado nele, a qualquer momento poderia ataca-lo.

Suas pernas tremiam, seus batimentos cardíacos encontravam-se descontrolados. Queria disfarçar isso, mas seu corpo não o correspondia pelo profundo pânico.

— Deixarei isto aqui com você para que possa se soltar. Boa sorte, Deku — segurou as mãos do outro firmando a adaga entre elas, Midoriya podia sentir a respiração dele contra sua orelha.

Sua expressão calma o causava mais medo no esverdeado do que a explosiva.

— Até mais — falou se afastando, andando com as mãos nos bolsos até a porta, a destrancando e saindo, deixando Izuku para trás desesperado para se soltar o mais rápido possível.

Três minutos depois, já livre das cordas e amordaça foi até a porta, mas já era tarde, nesse momento o outro deveria estar longe. voltou ao balcão segurando o bilhete que Katsuki havia deixado, pois era a única pista que tinha.

Desdobrou o pequeno pedaço de papel vendo o que alí estava escrito, tentou de várias formas o ler, todas falhando. Estava criptografado em um idioma desconhecido, nem as letras conseguia-se decifrar, não sabia ao menos se era uma língua que ele não conhecia ou um código.

Não ficou surpreendido em saber que o outro dificultou seu trabalho, pois de acordo com o mesmo isso seria uma espécie de jogo.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora