75_Samui

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A neve havia parado e o sol quase já não era visto no horizonte. Todos na cabana estavam acordados exceto a princesa que permanecia em seu coma, Mina e Ochaco assim como os demais estavam preocupados, pois naquele estado era difícil alimenta-la e a manter com vida.

Entretanto seu pulso estava forte, sua pele quente na medida correta e suas bochechas coradas por conta do calor da lareira acesa denunciava melhora.

Nunca a deixavam sozinha, sempre trocando de turno para alguém a fazer companhia. Só não contavam com Bakugou para isso, pois o mesmo alega não ter paciência para essas coisas.

Desta vez quem a observava era Mashirao, que mesmo não a conhecendo sabia que era amiga de seus companheiros, e isso já basta para ele a considerar como um dos seus.

Encarava um local aleatório da casa quando foi surpreendido pelo Kirishima, que sentou-se no colchão ao lado da mesma carregando um arco em suas mãos, arco este que pousou sobre o abdômen da garota antes do ruivo alcançar um dos braços de Catherine e colocar cuidadosamente por cima do arco.

— Alguma melhora? — perguntou ele.

— Não — continua totalmente imóvel — a respiração dela e breves espasmos são a única coisa que faz seu corpo reagir — falou o loiro, ainda encarando o arco abaixo da mão da morena.

O arco todo retalhado em madeira possuía espirais caprichadas por todos os lados, misturando tons escuros e claros, lembrando muito os detalhes de um violino.

— Eu que o fiz — o ruivo falou sorrindo minimamente — ela não sabia como ajudar o acampamento, então eu o projetei para que Mina a ensinasse a atirar.

— A princesa em um local como o acampamento? Que loucura. Como ela foi parar alí? — queria saber.

— Ninguém sabe, ela não contou — neste momento ouviram gemidos de insatisfação vindos da jovem, se mexendo com desconforto enquanto os fazia.

Eles a olharam pensando ser mais espasmos, mas ela abriu minimamente os olhos logo os fechando em seguida, fazendo uma careta com um grande suspiro como se estivesse acordando de manhã, depois de uma longa noite de sono.

— Vá corra!! Chame os outros!! — bradou o Mashirao, vendo a Tyller erguer as mãos para esfregar os olhos. Possivelmente procurando desembaçar sua visão.

Ejiro depressa sobe ao andar de cima, onde os outros estavam separando redes, cobertores e travesseiros para a hora de dormir. Logo quando chegou começando a gritar para todos que a jovem havia acordado, chamando a atenção deles que desceram aos empurrões como uma manada.

Chegando novamente no andar de baixo, notaram a de olhos negros já sentada no colchão com a ajuda do ninja. A bruxa e a rosada não esperaram nem um segundo antes de se lançarem até a princesa, abraçando-a apertado enquanto a repreendiam para que nunca mais as desse um susto como este.

A mesma com o rosto amassado em meio aos apertos não entendia muita coisa que era dita, ou onde se encontravam por ainda estar um tanto atordoada, porém sentia-se feliz de ver todos alí.

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A noite caiu e o ferreiro teve que sair do castelo, dar as costas para o príncipe e deixá-lo sozinho com seu pai. Preferia assim, pois não aguentaria se despedir dele sem mais um beijo, tinha que ser forte e manter-se firme se quisesse manter o plano do loiro de pé.

Entretanto os olhos mestiços tristonhos e o rosto vermelho do Todoroki o observando enquanto ele se afastava não o ajudou em nada, pelo contrário, apenas serviu para dolorir ainda mais seu peito.

Mas não importa. Isso precisava ser feito.

Ao sair desanimadamente, do lado de fora do castelo andava submerso a tudo, com a cabeça baixa apenas prestando atenção para os buracos que seus pés causavam na neve. Até escutar vozes altas e entusiasmadas a lhe chamar, o obrigando a levantar a cabeça.

— Mãe!! Asui!! — Ao fazer isso viu as duas correndo em sua direção, com a saia do vestido levantada até os joelhos para mais liberdade no percurso. Elas sorriam grandemente, e até derramaram lágrimas de felicidade.

Ao chegarem perto o bastante abraçaram-no com vontade, sentindo fortemente o aperto das duas em si, enquanto choravam e davam graças aos céus por ele estar bem.

Pena que o mesmo não sentia tanto contentamento quanto elas, se julgando horrível por não sentir.

— Como sabiam que eu havia voltado? — perguntou, sem querer um pouco sério demais.

— Ora.... — a senhora Midoriya parou para respirar, com um gigante sorriso lindo em sua face — soldados foram nos avisar querido, falou secando as lágrimas.

— Foi Iida que os trouxe?!! — perguntou a garota.

— N-não. Como assim? Iida foi atrás de nós?! — sabia que deverá omitir a verdade, porém estava mais difícil do que ele esperava.

— Bom, filho depois falamos disso. Primeiro vamos para casa! Deve estar faminto! — disse a mais velha, pondo uma das mãos nas costas do filho para o guiar até sua residência.

Por alguma razão o esverdeado não se sentia mais tão a vontade perto das duas.

Não sentia-se em casa.

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No castelo, mais precisamente no quarto do meio albino. Sim havia voltado para aquele local deplorável, por mais que tentasse fugir dele, sempre o cruel destino o arrastava de volta.

Estava limpo e de roupas trocadas, olhando através da janela vendo a vila coberta por neve no frio escuro silencioso. Nunca imaginou que algum dia ela estaria nesta situação.

Seus olhos não choravam mais, pois não conseguiam produzir lágrimas o suficiente para condizer com sua tristeza. Seu tio havia partido, e mesmo seu pai dizendo que não era sua culpa sabia que carregava uma parte dela.

O vazio gélido o consumia, gostaria ter agora mais do que nunca ao seu lado seus amados, para abraça-lo e consolar, e após isso dormirem juntos quentes e em segurança. Porém só o que tinha era aquele quarto tão vazio quanto seu coração, preenchido apenas por ele e a gelada solidão.

O cansaço o tomou como um resquício de felicidade, pois sabia que enquanto dorme não poderá sofrer por seus embaraços, e assim foi bocejando até a grande e fofa cama deitar-se alí e descansar.

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Mas infelizmente passaram-se meia-hora, uma hora, duas horas e não conseguia dormir. Rolando para os lados com os olhos fechados tinha algo errado, faltavam cheiros adocicados e infantis naquele quarto, faltava calor em meio ao frio do inverno.

Aquela cama não servia, era mole demais, tinha lugares desocupados demais. Passando as mãos por ela ainda com os olhos fechados notou o que faltava.

Faltava eles.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora