De frente a casa dos Midoriya Iida escondia o desenho que encontrou em suas roupas, o protegendo da neve e do vento avassalador da tempestade, que o cegava embaçando tudo a sua frente com ou sem seus óculos.
Mesmo com seus cabelos freneticamente voando, esbranquiçados junto com as árvores, e flocos de neve que corriam em alta velocidade. Não podia parar e descansar, não até chegar e conseguir o que veio buscar, e com este pensamento usou sua mão a ponto de congelar para bater na porta, quase como um pedido de socorro.
Porta que demorara séculos em forma de minutos para abrir, e mostrar a senhora Inko de roupas de dormir carregando uma vela, assustada ao vê-lo coberto de neve no meio da tempestade a essa hora batendo em sua porta.
Já dentro da casa, coberto por uma manta que a mais velha lhe emprestou esfregava as mãos em busca de calor, as vezes usando seu hálito quente para aquece-las, as soprando em forma de concha, deixando o ar branco e quente tomar conta.
Sentado em uma cadeira percebe a mãe de Izuku vir da cozinha, trazendo consigo um rústico copo de barro com chá quente em seu interior, soltando fumaça por onde passava até parar em suas mãos, sendo servido para o de óculos enquanto seus dentes batiam pelo frio.
— Não deveria ter vindo aqui no meio dessa nevasca!! — repreendeu a Midoriya, assim como faria com seu filho, sentando-se em uma cadeira a sua frente.
— Eu precisava vir. Necessito de respostas e acho que apenas a senhora as terá! — falou ele tremendo de frio, enquanto inalava o aroma forte e quente do chá antes de prova-lo, aquecendo por dentro.
— É sobre Izuku?! Se for para ajudar a encontrar meu filho, responderei qualquer coisa! — falou ela, usando inconscientemente um tom de desespero em sua voz.
— Sabia que poderia contar com a senhora, gostaria de saber se reconhece este desenho — retirou a folha.
— Oh sim! Eu o reconheço..... Só não me lembro de onde.... Em que lugar eu o vi?..... — Pensava ela a balançar a perna impaciente, juntando as sobrancelhas deixando suas rugas da testa mais marcadas, enquanto posicionava a mão sobre o queixo, deixando claro o fato de que estava pensando fazendo de tudo para lembrar.
— Ah claro, recordei-me! Izuku o fez quando criança junto de um amigo, este com sardas no rosto é ele — virou a folha para o soldado, apontando no desenho onde estaria seu filho.
— E a senhora se lembra quem este garoto era, ou onde morava? — apontou levemente para o menino aos garranchos ao lado do Midoriya, virando o resto do chá em sua boca.
A mais velha virou o papel para si, passando as pontas dos dedos na folha com carinho, enquanto lançava um olhar tristonho para os rabiscos do desenho.
Sentia saudades do seu garoto.
— Não me lembro de muita coisa como seu nome, só sei que este garoto era muito apegado ao Izuku, mas após descobrirem que ele e sua família eram bruxos os levaram par..... Ah!..... espera um pouco!! — de repente Inko parou sua explicação parecendo perplexa com algo, pondo uma das mãos sobre a cabeça como se tivesse acabado de ver um fantasma.
— Aconteceu alguma coisa?! A senhora está bem?! — perguntava o mais novo, preocupado com a reação da outra, largando o copo vazio sobre a mesa.
— Izuku me fez perguntas sobre este mesmo garoto um dia antes de ser levado por Katsuki!! — disse ela aflita, causando uma feição surpresa em Iida que não esperava isso — acha que estas coisas podem ser coincidência?!
— Acho que isso vai muito mais além do que uma coincidência — agora o soldado tremia, não por causa do frio, mas pelo nervosismo de onde sua investigação irá o levar — por favor, preciso de qualquer local fora de Musutafu onde este garoto conheça! A senhora é a única que pode saber!! — suplicava.
— Um local? Um local.... Nós sempre íamos.... ah!... já sei!
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A tempestade estava forte. E os quatro jovens em seus cavalos quase não conseguiam ver mais as pegadas diante a nevasca ofuscante que cobria tudo em sua visão, até que a voz em alto tom vinda de Kirishima foi ouvida.
— Não iremos conseguir nada aqui!! Vamos voltar!! — realmente estava difícil, não enxergava nada um metro a sua frente, estava congelando até os ossos no frio, e as marcas que seguiam encontrava-se perto de se apagar.
Não havia um porquê para continuar.
— Só mais um pouco! Aguente firme!! — gritou a rosada para sua voz não ser coberta pelo vento forte e barulhento que soprava.
Avançando um pouco notaram que não dava mais para distinguir os lugares onde haviam pegadas e onde não, era tudo igual. Sem contar uma grande fenda no chão, aberta bem em frente a eles. Haviam enfrentado a nevasca até aqui para nada.
A única opção agora é desistir e voltar ao acampamento.
— Não há nada aqui, vamos voltar! — disse Ochaco, intencionando todos a dar meia volta antes de ouvirem um som que se assemelharia a uma voz feminina, chamando em meio ao branco da neve, chegando até a parecer um uivo do vento.
— O que foi isso?! — o ruivo perguntou assustado, já passando algo como espíritos ou assombrações em sua cabeça.
— Quem sabe não foi o vento, melancólico e sombrio uivando pelo ar — falou o de penas negras, antes de ser contrariado por outro chamado do além branco, que se assemelhava a um pedido de socorro distante e fraco.
Distante e fraco porém o suficiente para atiçar Ghoscer que conhecia muito bem a quem pertencia aquela voz calma e doce. Começando a relinchar alto chamando a atenção de todos, dando fortes solavancos para se libertar.
— Isso não pareceu o vento! Calma rapaz!! — Mina que se esforçava ao máximo em segurar as rédeas do cavalo descontrolado bradou.
— Dark Shadow! — chamou Tokoyami a sombra negra que apareceu a sua frente, sombra que se estava maior e mais aterrorizante do que o esperado. Mais ainda controlável, pois as lamparinas que carregavam ofuscavam uma luz mínima, porém as útil para manter Dark Shadow são.
— Encontre quem ou o que quer que seja que está fazendo estes ruídos — deu a ordem com um pouco de dificuldade de controle, porém a sombra o obedeceu e assim que ouviu outro chamado voou como uma flecha em sua direção, logo sumindo ao descer rapidamente a fenda.
— Você está bem Fumikage?! — perguntou a bruxa ao ver que o pássaro tremia com alguns espasmos encima de seu animal.
— Lá embaixo está muito escuro!! Mas eu vou ficar bem — falou arrastado antes de Dark Shadow subir novamente a superfície, embalando algo frio e imóvel em seus braços.
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(Demorei um pouco para postar, mas está aí, espero que gostem ❤️)
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.