Endeavor, entrou nos aposentos de sua esposa, a vendo de costas sentada na borda da cama, olhando para a janela. Seus cabelos brancos brilhavam a luz do sol, tão concentrada que nem sequer notou a presença dele.
O ruivo coçou a garganta chamando a atenção da princesa, que virando-se mostrou seu rosto encharcado em lágrimas, o mesmo assustou-se com aquilo, pois nunca tinha a visto chorar.
Para falar a verdade eles mal viam um ao outro, eram como dois desconhecidos morando no mesmo recinto, assim nenhum deles sabia como iniciar aquela conversa.
A mulher havia sido pega de surpresa, por ele ter mesmo aparecido, e não simplesmente ignorado seu chamado como fez outras vezes. Secando suas lágrimas depressa, falou - então você veio, não acreditava que realmente apareceria.
Era a primeira vez que ouvia a voz de Rei a anos, até tinha esquecido de como ela soava.
— Por que me chamou? — Seu marido, amargo como sempre perguntou com sua clássica cara fechada. O que fez com que ela apressasse aquele diálogo, pois já queria que o mesmo sumisse de sua frente.
— Quero saber de Shoto, já tem alguma pista? — O mesmo começou a andar pelo quarto enquanto falava.
— Sim, encontramos pistas que falam que ele pode estar na floresta de pinheiros, já mandei soldados para lá — dizia, sem mesmo olhar para a albina.
A mesma com o rosto vermelho limpou o nariz com um lenço branco, antes de assentir e virar-se novamente para a janela. O príncipe poderia ter saído de lá, porém não foi, pois sua esposa, não o chamaria e se esforçaria para olhar em sua cara apenas para perguntar sobre o filho.
Principalmente por quê, perguntar para um empregado seria bem mais fácil, mas não, a mesma escolheu lhe chamar.
Então permaneceu de pé no meio do quarto, olhando para a princesa, a esperando falar o que realmente queria.
— Lembra-se de Toya? — se formou um nó em sua garganta quando ela mencionou o filho desaparecido, ainda olhando para a janela continuando seu monólogo.
— Acho que não, da forma que tu ages parece que não se recorda dele. Não vê que Shoto está tendo o mesmo destino? e se não encontrá-lo, qual será sua terceira opção?! Natsuo?!! — Ainda virada de costas, cuspia aquelas palavras com todo o rancor que sentia do ruivo.
— Não pode falar estas coisas como se conhecesse meus sentimentos! — a mesma o ignorou, gritando.
— Eu não quero perder outro filho!!! será que não vê que tudo o que está acontecendo é culpa sua!!! — virou-se com sangue nos olhos apontando para ele. Endeavor não aguentou seus insultos sem nexo, e também esbravejou.
— Minha culpa?!! Você que nunca se importou com mais ninguém além de si mesma!!! abandonou sua família!, se escondeu por anos!, e agora vem me exigir satisfação!!, Você não sabe o que eu senti quando via Fuyumi chorar pela mãe, e ter que explicar a ela que tu não queria vê-la!!! — ele deixou algumas lágrimas teimosas escaparem quando se lembrou daquele dia.
A mulher calou-se, mudando totalmente sua expressão de fúria. Um nó na garganta a incomodava, enquanto ela se ajoelhava no chão com a cabeça baixa, cobrindo seu rosto com as mãos que tremiam, enquanto as lágrimas que tanto tentou esconder caiam de seus olhos.
— E-eu não quero brigar, porém uma vez na vida você tem razão, eu sei que não fui uma boa mãe!, mas você também não conhece meus sentimentos!, então por favor..... traga Shoto de volta — ela dizia com dificuldade, por conta da voz embargada.
— Eu vou, pois apesar de tudo, ele ainda é nosso filho — falou, enfatizando o "nosso", antes de dar as costas e sair do quarto, deixando a albina lá, sozinha com seus pensamentos.
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Na floresta, o Todoroki ainda estava preso na árvore, agora sozinho pois o loiro havia saído para buscar algo. Se debatia com toda a força para se libertar, porém as cordas não afrouxavam, não importa o quanto tentasse.
— Não vale a pena meio a meio, eu as amarrei bem. Sem contar o fato de que seu corpo é fraco — Katsuki falou, se aproximando com algo em suas mãos, fazendo o bicolor ter um pequeno espasmo por conta do susto por ser pego em sua tentativa de fuga.
O de cabelos espetados ajoelhou-se em frente ao outro, revelando que em suas mãos havia uma tigela com guizado de frango com batatas. Estendeu a comida, porém o meio ruivo apenas olhava o alimento.
— Eu sei que isso não está aos pés de um banquete real, mas é o que tem, então pare de fazer essa cara de nojo!.
— Eu preciso das minhas mãos livres para comer — Bakugou se irritou com ele mesmo, por não ter percebido isso antes do outro falar.
— Eu sei disso seu idiota!!! — Shoto não apresentou reação a explosão dele, apenas deu de ombros e cerrou seus olhos enquanto abria a boca.
— O-oque pensa que está fazendo meio a meio?!! — o príncipe abriu um dos olhos antes de falar.
— Estou esperando minha comida, porque sei que não irá me soltar — disse antes de abrir a boca novamente, a espera do guizado.
O loiro com o rosto vermelho de raiva remexeu o conteúdo da tigela usando a colher, para esfria-lo. Pensando que devia pedir pra outra pessoa vir ser babá do príncipe metido.
Olhou para o mesmo com a colher já pronta, o vendo de lábios entreabertos. Até que ele possuía um rosto bem bonito, claro, criado naquele castelo luxuoso, deveria fazer tratamentos com loções de pele todos os dias.
— Estou com fome — ouviu ele reclamar, o tirando de seus pensamentos.
fazendo Katsuki colocar com raiva a colher em sua boca, enquanto o xingava.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.