Ao acordar Bakugou se encontrava na mesma posição da noite anterior. Sendo abraçado pelos dois garotos, fazendo seu coração disparar a mil, e seu rosto ficar tão vermelho quanto a metade ruiva do cabelo de Todoroki.
Sentindo-se nervoso pela proximidade de seus corpos, os afastou de si logo sentando-se na cama. Por que raios o agarravam se o espaço que tinham para dormir era amplo? Pensou, sentado com o cotovelo sobre o joelho, apoiando sua cabeça na mão.
Olhou para os dois ao seu lado os vendo dormir, respirando profundamente. O rubor de seu rosto se negava a sair enquanto os encarava.
Não poderá se apegar a eles, pois logo irão embora e o deixarão sozinho. E com este pensamento virou a cabeça para a janela, vendo alí os flocos de neve dançando em meio ao céu branco. Uma pitada de alegria o atingiu.
Mas claro nunca admitiria isso em voz alta.
Voltou-se novamente sua atenção para os dois seres dormentes em seu leito, não se cansava de admira-los. Eram magníficos, pareciam até criaturas mágicas de beleza rara tiradas de outro mundo. Já se sentiu assim antes, mas era sempre quando via um rosto especial, e não dois.
Havia gostado bastante do dia em que passaram juntos, sentiu-se uma criança novamente, começando a se lembrar de como era sua amizade com o esverdeado, e de como passou a se afeiçoar pelo meio albino.
Fitando a eles com um rosto sério passou as costas dos dedos pelo rosto do ferreiro, desenhando suavemente por suas bochechas até o maxilar, logo retirando sua mão para fazer o mesmo processo na face do príncipe, o tocando em forma de carícia, começando pelo canto de seus o olhos cerrados até suas maçãs do rosto, que conforme o toque se tornavam avermelhadas.
Um leve sorriso começou a se formar na beira de seus lábios, porém ele foi barrado pelo gemido de sono do Midoriya, se espreguiçando e virando-se para o lado. Ato simples, mas que fez com que o loiro entrasse em pânico, logo retirando sua mão para fugir dalí resmungando, antes que ele acordasse e o visse a corar.
Mas o outro não despertou, apenas virando-se para o lado tornou ao seu profundo sono. Porque quem estava desperto não era ele, mas o bicolor, que assim que o de olhos vermelhos saiu, abriu seus olhos confuso. Logo se sentou na cama a encarar a porta que o outro havia atravessado segundos atrás, jamais imaginou Katsuki acariciando alguém com tanta intimidade.
Havia acordado há um tempo, porém optou por não levantar. Apenas permanecer com os olhos fechados aproveitando a cama quente, não se importando por estar perto demais dos outros.
Não pode conter a vermelhidão quando sentiu a mão alheia passar por sua face de uma forma tão íntima, um monte de pensamentos e teorias passavam por sua cabeça naquele momento.
Se bem que viu quando ele fez o mesmo toque carinhoso no rosto de Izuku, será que estava entendendo as coisas errado? Será que era apenas um ato amigável comum da parte dele?
Porque não pode ser o que está pensando, ou pode?
Confuso, com seu cerebro maquinando pôs a mão no mesmo local onde o outro tocou, sentindo sua pele ainda superaquecida, se perguntando o que foi isso que acabou de acontecer.
Por algum motivo seu coração acelerou.
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De manhã Shigaraki recebeu uma mensagem dizendo que uma de suas subordinadas, a garota loira chamada Toga, queria falar consigo. Por isso esperava sua chegada, sentado em sua cadeira com as mãos entrelaçadas sobre a mesa.
Vendo alguém entrar em sua tenda constatou que era ela, com seu típico sorriso pontiagudo e olhos amarelos com leves olheiras. Entrou entusiasmada como uma criança, chegando de frente com seu superior.
— Bom dia! Como vai Tomura? — sentou-se em uma cadeira, juntando as pequenas e alvas mãos em seu colo de uma maneira fofa.
— Então Himiko, o que queria me falar? — despejando-se em seu assento foi logo ao ponto, a ignorar completamente o cumprimento da garota.
— Hum.... Por onde começo? — olhando para cima com o dedo indicador tocando a bochecha falou, pensando alto — a segunda nova regra daqui, é que se alguém vir algum morador do acampamento conspirando contra ti que o avisasse imediatamente. Não é?
O azulado assentiu, interessando-se na conversa, era óbvio o assunto.
— É por isso que estou aqui! — inclinou seu corpo para frente, apertando os olhos e alargando seu sorriso como se fosse o contar um segredo — sei de uma pessoa que mal chegou no acampamento, e já está induzindo os outros a se rebelarem conta você.
A pupila de Shigaraki dilatou ao ouvir tal coisa.
— Me diga quem é!! — bateu o punho na mesa, com seu sangue a ferver já sem paciência, desejando sufocar o maldito traidor até a morte, fazendo a loira soltar uma pequena risada.
— O que eu ganho com isso? — perguntou ela, com o brilho de seus olhos já informando o que almejava.
Da mesma forma macabra que ela sorria o líder fez, passando sua mão sem luva pelo rosto de Toga de uma maneira horripilante.
— Que tal eu te deixar sair daqui com vida?! — analisou as expressões faciais da de olhos castanhos, não havia medo, apenas um sorriso penetrante que não sumia — ....e o fim de seu castigo, para que possa sair do acampamento novamente.
Dando risada a Himiko não conteve sua alegria, levantando-se para dar pequenos pulinhos eufóricos, havia conseguido o que veio buscar.
Será que conseguirá reencontrar seu fofo Deku?
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Após o sequestro de Shoto e do plebeu ferreiro, Iida não parou as buscas atrás dos dois, principalmente de seu amigo. Havia ido até o castelo, mais precisamente ao quarto do meio albino, na esperança de encontrar alguma pista que o leve até eles, já que o nobre havia sido atacado mais de uma vez por este mesmo criminoso.
Ao princípio chegou a achar que sua busca naquele local não valeria a pena, porém mudou sua perspectiva quando encontrou por acaso um saco de pano embaixo da cama do Todoroki. Contendo dentro um gancho e uma espada para esgrima, mas o que mais lhe chamou a atenção é que ninguém do castelo sabia da existência daquela sacola.
Agora com estes dois objetos em mãos, tentava descobrir se eles tinham alguma ligação com os ataques contra o castelo, porém como conseguir?
Suspirou profundamente, tinha certeza de que aqueles objetos faziam parte do quebra cabeça, porém onde eles encaixam? As poucas informações que conseguiu foi que aquele gancho era do quarto de ferramentas do castelo, ou seja, era fácil para o príncipe chegar até ele.
Mas a espada ninguém sabia de onde ela vinha.
Com o corpo e a mente exaustos de cansaço foi até a janela, apoiando-se na mesma afim de um alívio, porém quando fez sentiu algo diferente pelo tato. Passando as mãos nos umbrais da janela, sentiu fendas que não deveriam estar alí.
Era realmente isso. Olhou-as, notando que não se tratavam de simples fendas, mas sim de marcas de gancho, será que o bicolor o utilizava para sair de seu quarto desta maneira.
Por que ele faria isso se pode simplesmente sair pela porta? Só se talvez ele não fugisse apenas de seu quarto.
Com pressa agarrou a espada de esgrima em suas mãos a analisando bem, pois sua intuição o dizia que ele já havia visto algo parecido em algum lugar. E foi aí que ele percebeu as miúdas letrinhas gravadas em seu cabo, formando a palavra Midoriya com caligrafia curvada e bonita, porém difícil de ler.
Agora sabe quem forjou a espada, e se sua hipótese estiver correta já sabe também para onde deve ir.
Porém a pergunta mais indecifrável era, o por que do esverdeado ter lhe ocultado isso.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.