O bicolor quis imediatamente sair daquele lugar, destrancar a porta, correr para o castelo e nunca mais voltar. Porém não teve tempo para nada disso, pois Izuku já havia saído dos fundos da ferraria com um copo de água em suas mãos, o encarando com olhos perplexamente grandes e assustados.
Reparou que sua bolsa encontrava-se aberta e no livro que Shoto segurava, então teve uma ideia do que se passava na mente do outro.
— Senhor Todoroki! Por favor, não é nada do que está pensando! — tentou acalma-lo, se aproximando com passos leves enquanto colocava o copo com água sob o balcão.
Mas o outro não permitiu que o esverdeado chegasse perto de si, afastando-se lentamente na mesma velocidade em que ele se aproximava em direção a porta, segurando o caderno com firmeza, enquanto prestava atenção em cada ação dele.
Sabia o que o meio ruivo pretendia com aquilo, mas não podia deixar ele sair com aquele livro, por isso foi até ele rapidamente, como uma serpente quando dá o bote em sua presa.
O mesmo tentou correr ao alerta de perigo, porém foi parado pelo Midoriya, que com um braço o enlaçou por trás e com a mão livre tapou sua boca antes que emitisse qualquer som alto.
Seus corpos se chocavam com brutalidade enquanto o príncipe se debatia nos braços do outro, mas mesmo o ferreiro estando machucado não tinha a menor chance de ganhar em um confronto corpo a corpo com ele.
— Perdão senhor! Não queria chegar a esse ponto! Porém sei que se eu o soltar não irá me ouvir, gritará sem excitação — segurando o outro firmemente lembrou-se que já havia escutado frase semelhante em algum lugar.
Nunca se imaginou em uma situação dessas, imobilizando o príncipe, tapando sua boca como se fosse sequestra-lo.
O meio albino para aos poucos de lutar, já cansado e com absoluta certeza que não conseguiria fugir. Com isso o outro sentiu-se melhor para começar a se explicar.
— Este caderno não é meu! Eu o achei — sentiu a respiração quente do ferreiro contra sua orelha, o que lhe fez arrepiar involuntariamente.
— Era um dos pertences que iriam ser queimados junto de uma bruxa, eu o peguei por curiosidade — os músculos do outro se relaxaram, fazendo Izuku afrouxar um pouco o aperto no mesmo.
— Se me deixar explicar, eu lhe conto tudo com mais calma — Shoto assentiu positivamente com a cabeça fazendo com que o outro lhe soltasse devagar, ainda com medo dele começar um escândalo a qualquer momento.
Porém nada disso aconteceu, ele apenas virou-se para o ferreiro sem expressão alguma, provavelmente apavorado por dentro o esperando falar.
Midoriya disse-lhe tudo, falou sobre as cartas de Bakugou, sobre como achou o livro de feitiços e para que o usava.
— Posso ver estas tais cartas? — perguntou, querendo provas que comprovassem sua história.
— Ha... claro! Só um minuto.....- Revirou os bolsos a procura do que desejava, retirando de lá um pedaço de papel um pouco amassado e sujo.
— Este é o primeiro bilhete que ele me entregou — o meio ruivo pegou a carta analisando-a. Viu que os símbolos dela batiam com os do livro, e ao olhar seu verso viu a tradução da mesma, falando sobre seu sequestro. Assim como o esverdeado havia lhe relatado.
— A outra também está aqui — desembolsou um segundo papel, que encontrava-se em melhores condições, menos sujo e amassado do que o primeiro.
Entregando ele ao bicolor que também o analisou, viu que os símbolos eram iguais aos do anterior, logo em seguida a virando para olhar seu verso em branco.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.