Príncipe Shoto, estava em seu quarto como todas as noites olhando através da janela, admirando a beleza da aldeia. Recordando da primeira e única vez que foi além dos muros daquele castelo.
Mas a alegria na vila não era mais a mesma, os moradores dela estavam temerosos por conta dos ataques, até as comemorações noturnas quase não aconteciam mais.
Agachou-se olhando debaixo de sua cama, confirmado se suas coisas ainda estavam lá. E sim, permaneciam no mesmo lugar.
Pegou a sacola de pano puxando para fora e a abrindo, vendo recordações de uma noite que nunca esqueceria.
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Midoriya estava em sua ferraria trabalhando, mas com a cabeça longe ainda pensando na conversa que teve com o carrasco. A brilhante lua já podia ser vista alta no céu negro da noite.
Guardou seus materiais e ferramentas se preparando para ir embora, quando ouviu o sininho acima da porta badalando, avisando que alguém havia chegado.
— Desculpe já estamos fechan... — nem sequer terminou a frase, parou quando viu o príncipe Todoroki entrando com roupas simples e uma capa cobrindo seus cabelos mestiços. Assim como naquela noite.
Tirou o gorro de sua cabeça olhando para todos os cantos da ferraria, totalmente casual.
— Vossa alteza! — o de cabelos esverdeados logo se curvou ao príncipe com reverência.
— Já disse para não fazer isso, é constrangedor — falou, desviando o olhar.
— D-desculpe senhor, o que o trás aqui? — disse, levantando-se totalmente nervoso, não sabia o porquê mas a presença do príncipe sempre lhe causava isso.
— Nada em especial, apenas estava passando e decidi entrar — mentiu, pois o primeiro lugar que passou em sua cabeça quando atravessou os muros foi a ferraria.
— Estava pensando se poderia me ensinar a lutar, meu pai quer que eu aprenda e eu preciso de um professor — disse ele tirando a espada de esgrima que ganhou da bainha, segurando-a desajeitadamente.
Mas não foi este o verdadeiro motivo dele estar aqui, na verdade ele só desejava escapar novamente, então usou essa desculpa para isso.
— Mas o senhor tem tantas pessoas melhores e mais experientes do que eu para treina-lo.
— Está contradizendo uma ordem do príncipe? — Jogou um olhar que fez o outro estremecer, e isso o fez rir por dentro.
— Está bem, então — Não se importava em treina-lo, para falar a verdade era uma honra. Gostava de desafios por isso sorriu antes de começar.
— Primeiro, sua forma de segurar a espada está totalmente errada, assim não terá força nos movimentos — falou largando sua bolsa com ferramentas no balcão, já que estava bem claro que não iria embora agora.
— Assim? — mudou a posição de suas mãos piorando cada vez mais, O de olhos verdes suspirou fundo, rindo baixo pela falta de habilidade do príncipe.
— Deixe-me ajudar — foi para trás do mesmo segurando suas mãos, posicionando a arma de forma correta. Isso fez o príncipe se sentir um pouco incômodo, pois não estava acostumado com tanta proximidade.
Mas o contato durou apenas poucos segundos, pois logo o esverdeado ficou ao seu lado retirando outra espada de esgrima da parede, a posicionando com agilidade.
Mostrou seus conhecimentos, demonstrando algumas manobras no ar explicando elas para o príncipe. Claro, eram apenas movimentos simples e básicos, nada complicado.
Ele até que aprendia rápido, durante as explicações se mantinha atento, e as vezes até provocava risadas vê-lo tentar aplicar-lhe um golpe de maneira totalmente desajeitada.
Logo o de cabelos mestiços se cansou, pousando de uma vez em um banco com a cabeça encostada no balcão e os olhos fechados, queixando que seus braços estavam doloridos.
Poderia não parecer, mas o príncipe possuía um corpo frágil. Enfadigava rápido, e suas mãos eram tão macias e delicadas, que poderiam ser facilmente confundidas com mãos femininas.
Não aguentaria o trabalho de Midoriya, sequer por um dia.
Sentou-se ao lado do mesmo no chão o olhando descansar.
— Acho melhor o senhor voltar para o castelo, já é tarde da noite — Todoroki levantou-se com dificuldade concordando com o ferreiro, melhor ele ir mesmo.
— Quer que eu chame guardas para escolta-lo? — perguntou, se levantando também.
— Não, eles não sabem que eu estou aqui — isso surpreendeu o outro, ele nunca iria suspeitar que o príncipe havia fugido.
— Mas não se preocupe, irei voltar em segurança — completou colocando o capuz, mas antes dele passar pela porta o outro foi até ele colocando sua bolsa.
— Eu irei te acompanhar até lá — não poderia deixa-lo andando sozinho por aí.
E assim foram em silêncio, pois todas as casas mantinham-se apagadas e quietas, por isso não era bom chamar a atenção.
Chegaram aos muros do castelo onde o ferreiro ajudou o mestiço a subir, mas o que eles não contavam eram com os olhos cor de rubi curiosos os observando ao longe sem qualquer ruído, logo depois adentrando na floresta.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.