( Atenção cenas contendo assuntos de suicídio, não recomendadas para pessoas psicologicamente frágeis ){.......................................................}
Dentro do castelo os dois garotos foram levados as pressas para a sala do trono pelos soldados. Enquanto do lado de fora o sol começava a se por, e a fraca neve que caiu durante o dia inteiro foi pouco a pouco se esvaindo.
Mesmo o príncipe sabendo o caminho ainda assim era guiado, ciente de que os guardas devem estar entusiasmados com tudo isso, e ele mesmo não podia negar que também sente-se um pouco feliz por reencontrar seu pai e tio naquela sala e dar-lhes um abraço.
Porém ao abrirem os grandes portões notou que somente Endeavor estava alí, triste e deprimido até assustar-se ao escutar o barulho deles a entrar. Mas o que mais chamou a atenção do meio albino é que ele estava assentado no trono de All Might.
Por qual motivo encontrava-se no lugar de seu irmão? Onde está o soberano?
— Sh-Shoto?!! — porém estes pensamentos sumiram quando o mais velho levantou-se para correr até o outro lado da sala e abraçar seu filho, certificando de que era realmente ele que estava a sua frente, e não outra ilusão de sua cabeça.
— Você está bem?!! Você está aqui!!! Oh meu filho!!! — As lágrimas começaram a sair, enquanto ele com as mãos nos ombros do bicolor procurava ferimento ou sinais de tortura.
— Shoto!!! — um grito feminino foi ouvido do outro lado da sala do trono. Era sua mãe que estranhamente usava uma coroa, e correndo até seu filho acompanhada de Fuyumi e Natsuo, abraçaram o que até agora encontrava-se perdido.
— Meu filho!!! Ah me desculpe!!! E-eu.... quebrei minha promessa!! Deixei que te tirassem.... que te tirassem de mim novamente!! Eu sinto muito!!! — dizia ela com a voz embargada, enquanto seus irmãos não muito diferentes da mais velha gritavam "maninho!!!" "maninho você voltou!!".
Mas ao contrário deles Shoto não derramou uma lágrima, sim estava feliz por telos reencontrado, porém não era o bastante para fazê-lo chorar. Afinal ele nem gostaria de ter voltado, por isso apenas forçava um sorriso mínimo os abraçando de volta sussurrando um "estou bem, está tudo bem".
— Você que o trouxe? — perguntou o ruivo ao ferreiro afirmou seriamente.
— Passamos dias no cativeiro de Bakugou, até que por sorte consegui nos libertar. Foi horrível, mas me certifiquei de proteger o príncipe sempre — mentiu mantendo-se neutro, sabendo que era isso o que o loiro desejava.
O homem mais velho jogou a conduta de lado para abraçar o jovem a sua frente, agradecendo-o por ter cuidado de seu filho, acreditando fielmente em seu depoimento por causa de seus machucados e mão enfaixada.
Assim que se separaram os fungados e barulhos chorosos foram se amenizando, porém o choque voltou no olhar dos Todoroki quando a voz do meio ruivo foi ouvida.
— Mãe, pai, onde está o tio All Might? — os Todoroki olharam com tristeza uns para os outros.
O tão temido momento chegou.
— Queridos, vamos deixá-los as sós por um momento — a mulher falou com seus dois filhos mais novos, os conduzindo até a saída da sala do trono.
O clima tornou-se pesado.
— Al-alteza, se preferir que eu também me retire.... — Midoriya se manifestou um pouco nervoso, não sabendo se aquela conversa também era para si ou não.
— Não, fique! Trabalhavas para meu irmão. Então este assunto também é de seu interesse — e assim fez, estranhando o tom de voz deprimente utilizado pelo outro.
— Filho, queria não ser eu a te dar esta notícia em um momento que deveria ser alegre! Mas você precisa saber. Quero pedir-te para que não culpe a si mesmo! Até porquê não ouve culpados. Foi apenas um lamentável infortúnio! — não queria lançar de uma vez aquela pesada perca nos ombros do filho, porém ele não teria escolha.
— As-as vezes coisas ruins acontecem e nós não sabemos controla-las, e assim nos desesperamos!! Principalmente.... quando não há saída! por isso infelizmente se-seu tio não está mais entre nós — os olhos do ruivo começaram a marejar novamente, lembrando-se de como foram angustiantes os últimos dias de seu irmão.
Se pudesse voltar no tempo o faria, para dedicar-se e fazer o grande sorriso do mesmo reacender.
Os dois jovens a sua frente estavam assustadoramente pasmos, não conseguindo crer no absurdo que acabaram de ouvir.
— O que?! Está mentindo, certo?!! Isso não tem condições de ser verdade!! Tio All Might não pode.... — estava entrando em desespero, quando sentiu braços fortes e calorosos o cercarem seu torax em um abraço.
Abraço que ele não se importou nem um pouco de separar, apertando as costas do esverdeado afundando seu rosto nos cabelos ondulados do mesmo,dando para ver claramente a diferença de tamanho enquanto ele deixava algumas lágrimas escaparem durante o processo, sentindo o aroma do outro que lhe acalmava.
Queria que Katsuki estivesse aqui.
— Como....como isso aconteceu?! — fungou em meio a frase, tentando parar o choro enquanto encarava seu pai, ainda abraçado, vendo o mesmo lhe olhar com dó ao ver o filho naquele estado.
As lágrimas do mais velho também começaram a brotar para fora de seus olhos, causando linhas de choro em seu rosto vermelho.
— Ele já estava deprimido por tudo o que vinha acontecendo, porém quando você foi levado parece que ele chegou ao fundo do poço! Não.... saía mais de seus aposentos, não queria comer, não queria conversar, nã-não queria mais sorrir — chorava como uma criança, pois se soubesse que sentiria tanta falta do grande e luminoso sorriso do loiro o teria valorizado mais, agora ele não poderá nunca mais vê-lo.
Izuku sentiu um aperto em suas vestes, então disfarçadamente começou a acariciar as costas do outro. Pois não importa se estavam sozinhos ou não, se o príncipe precisa de seu apoio estará lá para o fazer.
— Em uma manhã um dos empregados veio me procurar, dizendo que All Might havia trancado seu quarto e que não respondia a nenhum chamado.... Com desespero fui até lá e gritei por seu nome, quase derrubando a porta de tanto a bater. Ma-mas não ouve resposta — Endeavor chorava incontrolavelmente, quase não conseguindo mais falar.
Mesmo eles tendo suas brigas desentendimentos e diferenças ainda eram irmãos, viveram juntos dês de sempre. O ruivo podia lembrar claramente de quando brincavam juntos, sempre discutindo e no final alguém chorava, para depois se desculparem pois nunca deixaram de se amar.
Não imaginando que a vida adulta iria os deixar tão distante.
— Com a ajuda de alguns soldados destruímos a tranca da porta, e.... e então pude ver o..... corpo dele já sem vida no chão. Espumando pela boca co-com um frasco em suas mãos.... Corri até ele segurando-o em meus braços, enqu-enquanto o sacudia e gritava seu nome! — a agonia preenchia seu peito naquele momento, por que teve que ser assim? Logo seu irmão que era o homem mais bondoso e alegre que já conheceu.
— Em sua outra mão havia um bilhete, e alí ele pediu perdão a todos. A mim, a você, e ao reino por não ter conseguido ser.... melhor! Porém o verdadeiro culpado de tudo sou eu, eu deveria tê-lo ajudado mais. Si-sido um amigo, sido um irmão de verdade!! — de repente o meio ruivo solta o de sardas e vai até seu pai, dando-lhe um abraço apertado.
E assim o mais velho enterra o rosto nos cabelos do filho, pois precisava muito de conforto se quisesse lutar para reerguer Musutafu e orgulhar seu irmão.
Não desistirá até conseguir.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.