57_Gōi

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Os três garotos estavam refugiados na ferraria, enquanto lá fora um vento avassalador soprava junto de um frio gritante. O local encontrava-se iluminado, mas ainda um pouco gélido, pois a fornalha que normalmente aquecia o ambiente estava apagada.

— Acordo?! E quem te disse que queremos fazer um acordo com você?!! — bradava o ferreiro, quase a ponto de encerrar aquele diálogo estúpido e prender o outro de uma vez.

— Cala a merda da boca!! A proposta que farei é de seu interesse! Será bom para todos — o loiro parecia falar sério, determinado a negociar este acordo. E assim continuou.

— Já faz um tempo que estou planejando isso, vou sumir de vez, largar tudo e me virar sozinho por aí, porém não posso fazer isso com um monte de soldados idiotas atrás de mim. Por isso preciso da ajuda de vocês — falou ele seu plano com as mãos nos bolsos.

— E por que exatamente você pensa que iremos ajudá-lo?! — falou o esverdeado, não acreditando na falta de senso do outro de vir até sua ferraria lhe dizer isso.

— Porque se vocês ajudarem ninguém mais irá ouvir falar do terrorista Katsuki Bakugou, estarão livres de mim. Caso contrário, as coisas continuarão como estão — este era um motivo válido. Iriam deixar um criminoso impune, mas em troca ele nunca mais perturbaria ninguém.

O príncipe tocou no braço de Izuku para chamar a atenção dele para si.

— É um bom acordo, pense quantas pessoas iremos poupar! E com sorte nosso reino poderá voltar a ser o que era antes! — argumentou ele, analisando os benefícios que teriam.

Porém o ferreiro ainda não estava satisfeito.

— Qual seria a motivação para eu aceitar isso?! Quando posso decapita-lo aqui e agora! — sacou sua espada, a pondo sobre o ombro de Katsuki com um semblante sério.

— Você não aprende mesmo não é Deku de merda?!! Por isso estava sempre um passo atrás de mim!!! Eu tenho sempre um plano de fuga para quando as coisas não saem bem! Por que não teria um agora?! Admita!! Você nunca conseguirá me pegar!!! — sem medo algum o outro falou, sem exitar cheio de confiança.

Confiança tal que fez o derrotado Midoriya vacilar, até retirar sua espada do pescoço do outro e a embainhar de volta em seu sinto.

— Será fácil! Só o que precisam fazer e usar influência de vocês no castelo e na guarda para fazê-los desistirem das buscas por mim — com a mesma superioridade continuou a tentar convence-los a aceitarem sua proposta, ganhando a primeira afirmação do Todoroki.

— Eu aceito ajudá-lo! — avistou o de sardas que lhe lançava um olhar de repreensão, mas assim mesmo ele continuou — chega de ver tantas pessoas inocentes sofrerem — sabia que não deveria, porém também se preocupava com o de olhos vermelhos, não querendo vê-lo indo para a forca ou para a guilhotina.

— Como saberemos que irá cumprir com sua palavra?! — o de olhos esmeralda fez sua última pergunta.

— Se eu não cumprir com a minha parte, vocês deixam de cumprir com a vossa. E então Deku, aceita? — Izuku abaixando a cabeça para pensar melhor suspirou, antes de juntar o ar para sua resposta. Mas antes que ela viesse ambos os três garotos ouviram do lado de fora uma marcha, junto de ruídos humanos e outras coisas, e no mesmo instante perceberam o que acontecia.

— Aqui é a guarda real!! Katsuki Bakugou!!! Saia agora sem resistência!!! — os soldados da guarda estavam alí.

Assim como na antiga casa dos Uraraka eles por um instante se desesperaram, pois não havia alí refúgios ou esconderijos que os salvassem.

— Sabemos que está aí!!! Um plebeu o viu entrar!! Saia ou iremos atacar!!! — outro brado foi ouvido, deixando ambos os garotos desesperados.

— E agora!! O que faremos?! — perguntou o meio albino apavorado com a situação, petrificado em um só lugar encarando a porta.

Com um ato espontâneo o criminoso saca sua espada — eu tenho um plano!! Porém vocês terão que colaborar!

Com o fim da paciência dos soldados, eles começaram a bater na porta trancada da ferraria com uma grande tora de madeira que era carregada por seis homens. Um baque após o outro, a frágil porta do estabelecimento aos poucos foi começando a se soltar das dobradiças.

Por causa dos grandes alardes vindos do lado de fora, os vizinhos que estavam entregues ao mundo dos sonhos acordaram, e levantaram para ver de onde vinha tanto alvoroço. Alguns deles até airam da segurança de suas casas, para presenciar o que acontecia.

A porta da ferraria se rompeu de uma vez em vários pedaços grandes e pequenos, dando passagem para os soldados verem uma cena inesperada.

Dentro do estabelecimento o Midoriya segurava sua espada com um rosto enfurecido, enquanto encarava o canto do balcão. Onde Katsuki fazia de refém o bicolor, segurando sua espada conta o pescoço dele, enquanto o imobilizava por trás contra seu corpo.

— Cuidado!!! Ele sequestrou o príncipe!! — o de sardas gritou para todos ouvirem, ainda em posição de batalha segurando sua espada firmemente.

Com isso o tumulto se alastrou, os soldados ficaram inseguros no que fazer, pois não poderiam ferir Shoto. Assim como as pessoas que assistiam, que começaram a soltar expressões assustadas.

— O que quer para liberta-lo Bakugou?!! — Iida bradou em alta voz, querendo negociar um acordo com o loiro, que com um sorriso maníaco apertou mais ainda sua arma contra o outro.

— Saiam do meu caminho!!! Ou a cabeça do meio-a-meio vai rolar!! — os guardas estremeceram diante da ameaça, e assim vozes vindas deles logo soaram dizendo coisas para si mesmos, como "abram caminho", "dêem espaço" ou "para trás".

— Por favor!!! Por favor façam o que ele diz!!! — implorou o meio ruivo, e assim a grande nuvem de soldados foi se esvaindo da porta, e criando uma passagem livre para o criminoso. Onde ele ainda carregando consigo seu prisioneiro passava, encarando os de armadura com um rosto furioso por eles terem aparecido.

Izuku ainda atento sai da ferraria e se aproxima dos guardas, ficando do lado deles. Todos os aldeões tremiam de medo, correndo para seus lares e trancando bem as portas, para não serem as próximas vítimas do de olhos carmim, que ao se afastar dos soldados abriu um grande sorriso assustador.

— Vocês são muito lentos!! Um bando de imbecis!!! — feliz pela sua conquista, colocou o lábio inferior entre seus dentes para ecoar um alto assobio, que foi ouvido pela vizinhança inteira.

— Fizemos o que você pediu!! Agora o liberte!!! — estavam dispostos a lutar com Bakugou se fosse necessário, já com suas espadas prontas para o ataque. Porém recuaram ao ver a grande criatura escarlate que sobrevoava o céu acima das nuvens, e se aproximava cada vez mais em alta velocidade, cortando o vento como uma faca afiada.

Em uma tentativa desesperada dos soldados saírem de lá com a vitória, bradaram suas armas correndo em direção ao criminoso, parecia uma guerra de mil homens contra um, com eles vindo de todos os lados cheios de sede de justiça correndo por suas veias. Mas antes que chegassem a ele, o dragão vermelho desceu na velocidade da luz e arrebatou Katsuki e seu refém, deixando o espaço em que estavam vazio, os levando para os céus.

— Ah! socorro!!!..... Ajuda!!! — só podia ser ouvida a voz do príncipe que era levado a força. Lembrando os guardas de que ele estava alí e não podiam atacar o animal que voava logo acima de suas cabeças, pois isso poderia custar a vida dele.

Com outro ataque rápido ao chão a criatura de escamas fez outra vítima, levando consigo desta vez o ferreiro. Em seguida levantando vôo até às nuvens, sumindo da da visão de todos que presenciaram a cena.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora