87_Kanashimi

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— Não!!! Meu filho não!!! — gritava a rainha, jogando a conduta de lado para entrar aos tropeços no meio das pessoas para agarrar seu filho em um abraço desajeitado.

Eles haviam sido avisados pelos guardas, e logo após isso sairam correndo toda a família real na esperança de salvar o príncipe herdeiro, mas pelo visto a situação era seria, e eles não tinham muito o que fazer.

— Shoto por favor!! Diga-me que nada disso é real!! Fale a verdade!!! Assuma que tudo não se passou de um engano!!! — implorava Rei, segurando firmemente o rosto de seu filho o fazendo olhar em seus olhos.

Ela estava tão desesperada quanto ele, suas mãos tremiam enquanto seus lindos olhos castanhos não paravam de se derramar em lágrimas, assim como os do meio albino. Seu rosto vermelho e boca trêmula eram como um golpe de espada no peito do garoto.

Sua mãe já havia sofrido demais por sua causa, coisa que ela não merecia, e sentia-se repugnante por isso.

— Desculpa mãe!... — sussurrou contra a mais velha começando a chorar, mais ainda acomodado sua testa na dela pela vergonha que era, chega de mentir.

Porém a albina não lhe empurrou ou gritou, não fez nada além de o olhar com um rosto banhado e surpreso. Logo em seguida abraçando seu filho como se fosse morrer junto a ele, enterrando o rosto na curvatura de seu pescoço a soluçar de choro alí, enquanto apertava as roupas desgastadas dele forte.

Não queria solta-lo, não podia fazer isso, principalmente ao ver o quanto seu pequeno estava assustado. Sim, foi uma mãe horrível e ausente, entretanto por que o futuro lhe preparou para vivenciar coisas tão cruéis?

Lembrava-se de quando ele era um pequeno bebê indefeso e o embalava em seus braços antes de dormir, o olhava agora e via exatamente a mesma criança de alguns messes, seu pequeno menino. Todavia teve que deixá-lo ir, pois seu marido tão triste quanto a mesma teve de separa-los, ouvindo os gritos de uma mãe desesperada ao ver seu bebê sendo tirado de si para a morte, presenciando aquelas pessoas o mal tratarem enquanto caminhavam.

— Não!!! Shoto!!! Meu filho não!!! Vocês não podem tirá-lo de mim!!! Ahh!!!... Não!!! — se esperneava nos braços de Endeavor, que tentava conter suas lágrimas sem sucesso.

— Meu filho!!... meu!.... — ela desistiu, virando para abraçar o homem e soluçar contra seu peito.

O bicolor perdeu-a de vista depois disso, soltando um grito interno pela dor que a fazia passar, sentindo-se podre por dentro.

Mais a frente pararam de caminhar brutalmente e suas mãos suavam e tremiam com seu corpo gélido, pois sabiam exatamente o que se passará agora. A multidão se abriu mostrando o pastor com um semblante triste e desapontado.

Era como um déjà vu, na cabeça do ferreiro passava exatamente como aconteceu com seu professor e o soldado, e sabia que seu destino também não teria um final feliz, e isso fazia sua cabeça girar e suas pernas enfraquecerem assim como naquele dia.

Mas não culpava o pastor, pois seu coração bondoso afirmava que aquele senhor só estava cumprindo o que lhe fora ensinado a vida inteira.

Não culpava ninguém.

— Hoje estes dois jovens serão julgados por homossexualismo!!! Contendo duas testemunhas!!! vocês negam isso?! — bradou e foi respondido por um aceno negativo dos dois.

— Que tristeza... — sussurrou negando com a cabeça antes de continuar.

— Por favor garotos!! Arrependa-vos!! Diga para todos que nunca fariam loucura tal novamente!!! — suplicava o mais velho com angustia em sua voz.

Ambos olharam cansados um para o outro, haviam se apaixonado, mentido e machucado muitos. Porém não trocariam os beijos, os abraços, as carícias, a companhia, não trocavam o amor por nada.

Não, não se arrependiam de coisa alguma.

— Não queremos! — o Midoriya olhou para Roland com um pequeno sorriso em seu rosto machucado.

O pastor suspirou profundamente antes de dar alguns passos para trás, abrindo caminho para o carrasco que com desespero e o coração dolorido teve que agarrar o braço daquele que se importou consigo e lhe ouviu, para levá-lo até a estaca.

Iria matar a pessoa que salvou seu bem mais precioso da morte.

O carrasco não conseguiu conter uma lágrima ao atar os dois jovens alí, lágrima que deslizou seu rosto másculo de pele escura. Ao vê-lo tão mal o esverdeado demonstrou um sorriso para o mesmo, afim de acalma-lo e conforta-lo, pois sabia que aquele pobre homem não tinha escolha.

O grande carrasco em meio a lágrimas também demonstrou um sorriso para Izuku, um sorriso de gratidão.

De repente a senhora Midoriya se achega na estaca e os ingênuos e inocentes olhos do de sardas se enchem de esperança, crendo que sua mãe se despedisse de si com um abraço carinhoso e meigo.

Entretanto o abraço que tanto queria não chegou, mas sim uma mão levantada para si e em seguida um tapa que estalou em seu rosto, fazendo ele olhar para o lado e mais uma marca nascer em sua face. Após isso o ferreiro olhou para o chão ao ver a mais velha cuspindo no solo como sinal de repulsa, lhe dando as costas e saindo o deixando alí.

Não queria se mostrar inútil mais uma vez e chorar, mas não conseguiu se conter. Soluçava amarrado naquela estaca com seu peito sangrando em dor e agonia, até sentir as mãos de Shoto agarrarem as suas atrás de si, o dando um pouco de apoio naquele momento.

Queria olhar em seu rosto, almejava ver pela última vez os belos rostos de seus amados antes de sua partida. Mas sabia que era impossível, pois as pessoas já gritavam animadas pela peça de horrores que se iniciaria, erguendo a cabeça para ver o carrasco segurando uma tocha acesa a sua frente sem esconder seu rosto em prantos.

Sentiu suas mãos serem apertadas pelo meio albino que tentava ser forte em seus últimos momentos, enquanto pensava em sua mãe desesperada a gritar seu nome, desejando que ela possa algum dia apagar a cena de seu filho sendo levado para morrer de sua cabeça, e possa alcançar a felicidade que tanto merece.

Esse era seu último desejo.

— Midoriya! Katsuki! Nunca deixaremos de ser amigos... — foi a última coisa que disse mesmo sabendo que um deles não o ouviria, logo após fechou os olhos com força a espera que o fogo o consuma.

Com tamanha agonia e sem brilho no olhar, o carrasco segurando a tocha se abaixa para acender a madeira seca utilizando a mesma, com todos agitados gritando para o início do espetáculo.

— Hey!!! Saiam de perto deles seus abutres!!! Ou irão morrer!!! — um grito descontrolado e furioso bradou vindo da floresta.

Logo os dois garotos abriram os olhos e notaram seu salvador de cabelos dourados chegando, montado em um cavalo claro segurando sua espada, com as roupas sujas de sangue saindo do meio dos pinheiros para resgata-los.

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora