O ferreiro normalmente não gostava de ficar parado em casa por muito tempo, mas hoje não estava com vontade de trabalhar, treinar e muito menos sair da residência. Por isso estava em seu quarto, relembrando das coisas boas que viveu estes últimos dias, enquanto retirava a faixa de sua mão observando as novas cicatrizes alí.
Os sorrisos daqueles dois seres semelhantes a anjos o fazia suspirar apaixonado, mesmo que um deles tivesse uma personalidade nada angelical. Sorriu sem pensar, quase sentindo o perfume deles ao seu lado.
Queria-os aqui.
Sua mãe e Asui já explicaram como Lida acabou encontrando a cabana de Bakugou. Quando elas perguntaram outra vez se o viu repetiu a mesma versão de antes, que ele não havia almenos chegado na casa, é por isso que quando chegou nem sabia que o mesmo foi atrás deles.
Agora deprimido, estava pensando em seus amados enquanto as duas encontravam-se em outra parte da casa. Já que Asui separou-se por um tempo de sua família apenas para fazer companhia e dar apoio para a senhora Midoriya até seu filho retornar.
A família da garota já havia se mudado para o reino de Tyller procurando algo para viver, enquanto a mesma ficou para depois os reencontrar.
— Filho — tirando o Midoriya de seus pensamentos, a mais velha abriu a porta de seu quarto o chamando e ganhando sua atenção.
— Venha, tem alguém que deseja vê-lo — sem ânimo algum levantou-se da cama para a seguir, assustando-se ao ver na sala de sua casa Endeavor o esperando.
Agora ele usava a coroa de seu irmão, mesmo que se sentisse indigno da mesma, assim como era indigno de ser chamado de soberano.
A padeira e a anfitriã da casa haviam se retirado, para que os dois pudessem falar as sós.
— Rei Endeavor!! — curvou-se imediatamente ao homem a sua frente, demonstrando respeito.
— Levante-se! — fez o que lhe foi ordenado — estou aqui para te agradecer mais uma vez por trazer meu filho de volta para casa.
—Não fiz mais do que meu dever — falou neutro, contendo-se para não pedir notícias do príncipe.
O novo soberano sorriu pequeno para o jovem.
— Claro, porém ainda assim se sacrificou para salva-lo mais de uma vez! E é por isso que merece alguma recompensa em troca de seus serviços — sacou sua espada da bainha — Ajoelhe-se.
Obediente o esverdeado fez o que foi lhe pedido, em seguida curvando a cabeça curioso para saber o que iria ganhar.
— Herói Izuku Midoriya! Seguindo a mesma promessa que fez ao meu irmão, quero que receba este presente de agradecimento. E agora gostaria de abençoa-lo, o nomeando chefe da guarda real de Musutafu — com lágrimas de angústia querendo formar nos olhos do ruivo, colocou a espada acima dos ombros do jovem um de cada vez.
Izuku não entendia, havia sonhado com este momento sua vida inteira. Agora ele não era apenas um soldado, era chefe da guarda real, se fosse em outros tempos deveria estar chorando, sorrindo comemorando com alegria. Entretanto seu corpo não sentia nem um resquício de felicidade para ele fazer estas coisas.
Este cargo para si não valia mais nada, não tinha mais desejo por ele. Porquê seu coração no momento se concentrava apenas em outras coisas, ou melhor, pessoas.
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Logo quando o rei se retirou ouviu sua mãe e amiga entrar na sala, elas pareciam bem desapontadas, como se quisessem lhe falar algo, mas com medo de ferir o garoto mais ainda.
— Filho, você sabe que não conseguirá trabalhar como chefe da guarda? — elas escutaram toda a conversa e sabiam que deveriam falar.
— Como assim?! Eu conseguirei! Me esforçarei o quanto puder! E com este novo salário vamos nos sustentar em uma vida confortável!! — falava inocente.
Porém a situação era bem mais precária.
— Deku não temos quase nada de comida na casa!! E o dinheiro não resolverá! Pois não há mais lugar aqui para comprar — explicou a amiga, entretanto conseguindo apenas um olhar triste do outro, que se negava a entender de imediato o que as mesmas insinuaram.
— O que quer dizer com isso? — massageando os olhos cansados perguntou, sendo respondido pela mãe.
— Temos que partir o mais rápido possível antes que nossas reservas esgotem! E Asui necessita voltar para sua família. Por isso amanhã já começaremos a preparar-nos para a partida, só não fomos antes porque estávamos a sua espera, confiando que ias retornar — ouvindo as palavras da mulher o de sardas só conseguiu pensar em uma coisa.
Estará mais longe de seus amados, e o pior não conseguirá almenos despedir-se. Sentia sua alma contorcer em desespero, gritando de agonia. Sentia vontade de chorar até não poder mais, mesmo que lágrimas não resolvessem seus problemas.
Não tinha mais ânimo para lutar e se reerguer em outro reino, havia se apegado e colocado todo seu viver naqueles garotos.
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Sem impulso emocional algum o Todoroki se arrumava para a igreja, pelo menos lá poderia observar o de sardas do andar de cima do templo o culto inteiro, isso o fez sorrir minimamente enquanto laçava sua gravata um pouco mais rápido.
Com este pensamento saiu de seus aposentos para se juntar ao restante de sua família e sair na carruagem até o tempo, sentindo falta de seu tio alí, cujo o lugar onde se sentava agora está vazio.
O sol se punha, e o meio ruivo sempre observando a janela, ao se aproximarem de seu destino avistou as estátuas dos santos, entidades e heróis de sua fé esculpidos em minérios brutos. Segurando cajados, lutando contra animais selvagens ou olhando para os céus, vestiam capas ou montavam em cavalos de pedra.
Elas causavam arrepios, principalmente por aquele local não estar tão habitado quanto antes. Deixando um ar mais desértico e macabro, enquanto a carruagem se arrastava sobre a neve que cobria tudo incluído elas.
Logo chegaram a igreja e desceram de seu veículo, o bicolor olhando para cima almejou avistar o templo por completo. Sentindo não aquela sensação de segurança ou paz que o mesmo deveria emergir, mas sim um frio na barriga acompanhado de calafrios em sua espinha.
Engoliu seco.
Aquele local era o último lugar onde desejaria estar, sentia-se nervoso e angustiado só em pensar nas coisas que poderia ouvir hoje. Suas pernas tremiam de medo, enquanto sua mente gritava para ele não adentrar naquele recinto.
Porém não teve muita escolha, quando seus pais entraram foi obrigado a ir junto. Sentia-se estranho naquele lugar, como se a qualquer momento as pessoas alí começariam a gritar "difamador!!! Joguem-no na fogueira!!" enquanto apontavam para ele.
Realmente o número de fiéis havia reduzido drasticamente, deixando aquele templo amplo um pouco vazio, com várias cadeiras desocupadas. E assim junto de sua família subiu no segundo andar da igreja, se aconchegando nas cadeiras luxuosas na varanda de cima de frente ao púlpito.
O pastor Roland apareceu subindo em seu lugar de pregação, entretanto Shoto não prestou atenção nisso, mas sim no andar de baixo procurando uma certa cabeleira verde, o encontrando de costas para si a assistir o culto.
Seu coração esquentou um pouco ao vê-lo mesmo de longe. Queria abraça-lo a ele e ao loiro, que se preocupava por não ter notícias do mesmo. Pousou o queixo em sua mão sem tirar os olhos do outro, prestando atenção em qualquer movimento que ele fazia.
Não escutava almenos o que estava sendo dito pelo pastor, pois sua atenção estava voltada unicamente para o jovem de olhos verdes.
Sentindo saudades de quando estavam na cabana de Katsuki, onde podia tocar neles sem impedimento algum.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.