O céu encontrava-se em tons mais claros, porém o sol tímido ainda se escondia atrás dos morros, mas a parte boa é que a tempestade havia passado e poucos flocos perdidos ao vento caíam.
O céu estava sem nuvens carregadas, apenas poucas manchas brancas no céu faziam-se presentes, porém o frio amedrontador ainda era um problema. Mas não para os três garotos que dormiam aquecidos nos cobertores, enquanto se abraçavam a desfrutar de um amor recém-descoberto.
Porém este sentimento de paz logo desabaria pelos passos na grossa camada de neve fofa, marcando e fazendo fundas pegadas, adentrando cada vez mais na floresta sem folhas.
De repente as pegadas pararam ao se depararem com a pequena cabana de madeira refúgio secreto dos três rapazes, e silenciosamente os donos das mesmas continuaram seu percurso, invadindo a casa silenciosamente.
Os três invasores começaram a vasculhar o andar de baixo com cautela a cada passo, sem ruído algum. Notando que aquele local não estava desabitado pela comida em boas condições no armário, e o estado limpo em que a residência se encontrava.
Perceberam a pequena escadaria que leva ao segundo andar. Fazendo sinais uns para os outros começaram a subi-la, degrau por degrau com o maior cuidado que conseguiam, afim de evitar o ranger da madeira na mesma. E ao chegarem no andar de cima viram a porta do quarto.
Vagarosamente um deles girou a maçaneta, para logo em seguida respirar bem fundo e abri-la com rapidez, se pondo em guarda com sua espada assim como seus companheiros, em alerta para se proteger de qualquer ataque.
Mas Iida, Jirou e Yaoyorozu não esperavam encontrar com o príncipe e o Midoriya dormindo serenamente. Aconchegados em uma cama sem cordas os prendendo ou mordaças em suas bocas, nada que os confinasse a força naquele lugar. Também não haviam machucados ou sinais de maus tratos em seus corpos.
Não pareciam prisioneiros.
— Onde está Katsuki?! Ele devia estar aqui! — sussurrou a de cabelos curtos, abaixando sua espada ao contatar que o criminoso não estaria alí.
— Depois faremos uma busca pela cabana, primeiro acordem eles e levem o senhor Todoroki para um local seg.... — o soldado terminaria sua frase, se não fosse pelo loiro que repentinamente saiu de trás da porta para agarra-lo por trás, iniciando uma luta no meio do quarto.
Apertava o pescoço do outro usando seu braço em um mata-leão. Porém como era de estatura menor que o de óculos não conseguia mantê-lo na direção desejada, sendo arrastado para as paredes onde o outro batia suas costas com força, derrubando coisas e fazendo altos estrondos que despertaram os dois jovens dormentes aos sustos, logo se deparando com a sena apavorados e confusos.
— Largue ele seu miserável!!! — a mulher de rabo de cavalo bradou sua espada rumo ao de olhos vermelhos, afim de salvar seu parceiro de suas mãos.
Mas foi impedida por uma espada cruzando a sua, era o ferreiro que rapidamente pulou da cama para a contradizer, deixando os três guardas perplexos.
Bakugou não perdeu tempo e aproveitou a distração para assumir o controle dos passos do soldado, lançando-o pela janela, quebrando o vidro e a madeira com seu corpo e espalhando pedaços para todos os lados. Só o que não esperava era a insistência dele de não o soltar, fazendo-o cair junto dele e dos estilhaços para a neve gelida lá em baixo que amorteceu a colisão.
O vento frio inundou o ambiente que outrora era aconchegante vindo do espaço que antes havia vidro, e com desespero o esverdeado olha para o meio ruivo enquanto lutava com as duas garotas, impedindo elas de saírem.
O bicolor encontrava-se petrificado na cama, sentado ali com um rosto completamente assustado.
— Senhor!!! Fuja!!! Se esconda!! Vai!! Mexa-se!!! — gritou para que ele saísse de seu transe, e funcionou, pois ele olhou para si piscando algumas vezes antes de levantar-se apressadamente e pegar sua espada. Porém não saiu, olhou para trás parecendo preocupado com os que ficariam.
Mas ele não teve escolha quando a mais baixa conseguiu passar por Izuku, indo atrás de Shoto que deu as costas apavorado e desceu as escadas sendo seguido por ela. Queria ir atrás para protege-lo, porém a outra o barrou, usando golpes consecutivos com sua espada o obrigando a se defender, o prendendo alí.
Do lado de fora da cabana o de cabelos espetados lutava em uma batalha injusta com Iida, pois estava desarmado, tentando apenas defender-se enquanto o outro ansiava o golpear em cheio, vindo uma investida atrás da outra.
— Vou fazê-lo pagar Katsuki Bakugou!!! Nem que para isso precise sujar minhas mãos!!! — gritou irado, não se importando se iria matar o outro a sua frente ou não. O de sardas vendo aquilo entrou em pânico, pois se não fizesse algo logo um de seus amados irá morrer.
Sua linha de raciocínio foi quebrada por mais um golpe de momo, que em uma tentativa do ferreiro defender-se se jogou sobre a cama com brutalidade, rolando por ela até a espada do loiro e pegando-a firmemente antes de sair de lá.
— Por que está lutando contra nós assim Midoriya?! Estamos do mesmo lado! — perguntou a de cabelos longos não saindo de sua posição de defesa.
Mas o esverdeado não a deu ouvidos, pois não adianta explicação, ela não poderá entender. Por isso não a respondeu, só encarou-a profundamente apoiando seus pés em preparo com as duas armas em suas mãos, correndo até a mesma que fez uma feição confusa e aterrorizada antes de ser empurrada pela janela, soltando um grito ao cair junto ao outro do lado de fora assim como os outros dois.
Precisava entregar a espada para Bakugou não importa como.
No andar de baixo da casa mais precisamente na sala o meio albino chegou desesperadamente até a porta. Iogo embainhou sua espada para puxar a maçaneta e nada, resolveu fazer com mais força utilizado as duas mãos que balançou a porta brutalmente, porém não abriu, estava certamente trancada.
— Tenho uma leve impressão de que procuras isto — ouvindo a voz feminina olhou para trás, vendo alí a outra com a chave da residência em mãos, havia trancado e retirado da fechadura ao entrar.
Ela sorria docemente como se o fato dela estar alí o acalmasse, mas era totalmente o contrário.
— Não se aproxime!! — amedrontado o garoto puxa sua arma, posicionando-a em modo de ataque um pouco desajeitado pelo nervosismo, apontando para a soldado.
— Ora, para que tanta aflição? Não preocupe-se viemos te resgatar! — a Kyouta lentamente abaixando sua espada tentava aproximar-se do outro, mas estava difícil, pois o mesmo não dava sequer um sinal de rendimento.
— Não necessito de resgate! — falou ele em firme voz, se for preciso lutar para estar alí o fará com todas as suas forças.
A garota parou, juntando as sobrancelhas e fazendo uma cara de confusão, como de quem dissesse "eu realmente não te entendo".
— Bom, isso não importa, regras devem ser cumpridas. Então eu o levarei de volta para o castelo de qualquer jeito — ameaçou erguendo sua arma, torcendo para que ele se acovardasse e aceitasse parar com sua birra de príncipe para ir com ela de bom grado.
Nada mudou.
Seria possível ele estar com manha logo agora em um momento tão crucial.
Mas havia algo de diferente nele, uma alto-confiança a mais, um brilho no olhar e seu rosto sério que demonstrava que aquilo era mais que um mimo de realeza.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.