Agora com a ajuda do Kaminari e do ruivo o ex-criminoso terminava muito mais rápido seu trabalho, principalmente por conta da ajuda de seu amigo que era antenado na carpintaria.
A fraca neve ainda caía do lado de fora, porém era impossível percebe-la de dentro da cabana. No andar de baixo as brasas da lareira subiam, a Uraraka e a rosada haviam coberto e agasalhado o corpo da princesa, pondo-a em frente a lareira para aquece-la, felizes por terem conseguido a manter com vida.
— Então quer dizer que vocês encontraram Catherine já sem os sentidos, e suspeitando de Shigaraki resolveram não voltar para o acampamento?! E tentando sobreviver com a pouca comida que tinham encontraram uma caverna para passar a noite, só que nessa caverna acabaram topando com o Denki e o Mashirao! Que também tentavam se abrigar alí? Exatamente no mesmo local?! Pelo visto vocês cometeram muitas bobagens enquanto eu estive fora — comentou Katsuki, tentando entender tal situação.
— Porém parece que tu não ficou para trás. Sequestrando novamente o príncipe sem a permissão de Tomura! Fugindo com ele e um plebeu?! Você só pode estar louco perdendo deste jeito a noção do perigo!! — o loiro deu os ombros ao ouvir as palavras do ex-mensageiro.
Já havia se familiarizado com o perigo.
A voz de Fumikage foi ouvida enquanto ele devora uma maçã como se fosse sua última refeição, estava realmente fraco e faminto a ponto de por um momento perder sua postura sombria.
— Ainda não creio que você conseguiu convence-los a fazer um acordo. Viraram amiguinhos? — Bakugou sorriu ao lembrar de como foram os últimos dias, balançando positivamente a cabeça em forma de concordância sem almenos perceber, ou ligar para o tom de deboche usado pelo outro.
Havia se tornado um idiota meloso.
— Oh claro! quem resiste ao carisma contagiante de Katsuki Bakugou! — zombou o Mashirao com um grande sorriso, que fez seus olhos pequenos fechassem completamente causando também várias risadas pela casa, a alegrando um pouco.
— Gente!!! Gente!! — não teve tempo para o Katsuki insultar o outro com seu rosto em fúria. Pois Mina gritou encerrando o assunto deles, enquanto subia as escadas rapidamente com um reluzente sorriso.
— A febre dela baixou!! — ao ouvir a notícia todos os garotos seguiram-na para o andar de baixo, onde viram a morena ainda deitada sobre o colchão. Coberta por lençóis em frente ao fogo que mantia seu corpo aquecido. Parecia estar dormindo serena com seus cabelos bagunçados cheios de nós e uma respiração calma, enquanto gotas de suor desciam sobre sua pele antes superaquecida, tendo uma de suas mãos segurada pela bruxa que ajoelhada ao seu lado permanecia com esperança no olhar.
Todos naquela casa desejavam que ela se recuperasse logo.
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O príncipe e o Midoriya andavam afundando os tornozelos na neve molhada, prendendo seus pés dificultando o percurso. Com suas mãos ainda juntas os garotos tentavam passar pela neve tendo o auxílio um do outro, mesmo calados, dispersos em seus próprios pensamentos.
A fraca neve ainda caía sobre seus ombros e cabeça grisalhando-os de tons esbranquiçados, causando ainda mais desgaste na aparência dos dois jovens. Que além da sujeira, e rasgos pelas roupas grossas e rústicas, um deles ainda possuía pequenos machucados por todo o corpo devido a última luta.
A mão livre do ferreiro ainda estava enfaixada por conta do acontecido.
Eles encontravam-se tão distantes que nem sequer notaram o quão próximos que já estavam de Musutafu, percebendo apenas quando a avistaram quase por completa ao terminar de subir um pequeno morro. O lar deles estava alí diante de seus olhos, e nenhum dos dois desejava adentra-lo.
— Bem, então é isso. Chegamos — disse o esverdeado ao admirar de longe seu reino, perguntando-se como estaria sua mãe e todos alí.
—Você sabe que eu não quero voltar — o Todoroki olhou para o outro, procurando qualquer excitação em seu olhar que poderia usar como desculpa para dar meia volta.
— Também eu tampouco quero, mas não temos escolha. É para manter Kacchan seguro! Tudo ficará bem! — tentou passar confiança para seu parceiro, fazendo um fofo carinho em sua mão esfregando seu polegar na mesma.
O meio ruivo não insistiu, apenas puxou o outro pelas vestes para um beijo de despedida, não tão feroz quanto o do de cabelos espetados, porém tão apaixonado quanto o dele. Logo enrolado as mãos pela cintura do outro, o trazendo mais para perto.
Queria senti-lo.
Assim também logo notou que Izuku começava timidamente a passar a mão boa por sua nuca, fazendo pressão alí para aprofundar o beijo, abrindo a boca para dar passagem a língua sedenta do outro, soltando um pequeno gemido não proposital durante o processo.
Era bom beijar seus parceiros, mas ao mesmo tempo tão estranho e sujo. Principalmente quando sentia a língua em sua boca, sabendo que ela não pertencia a uma garota.
As mãos do bicolor não eram mais capazes de serem confundidas com mãos femininas, por não serem mais frágeis e agora conterem até alguns calos. Seus braços agora possuíam massa corporal e alguns músculos o deixando com um aspecto mais másculo, e o corpo que se chocava contra o do de sardas segurando-o com firmeza era bem alto.
Sim, com certeza não era uma garota.
Se separaram contra gosto, com o plebeu já com os olhos marejados olhando triste para suas mãos juntas antes de separa-las. em seguida voltando a caminhar lentamente para Musutafu.
Mesmo com seus corações gritando para voltarem deveriam os ignorar e continuar, pois era o correto a se fazer.
Ao chegarem na entrada da vila notaram uma coisa estranha, não havia ninguém alí. Mesmo sendo inverno pessoas passavam por lá a todo momento, mas hoje não estava assim. Adentrando um pouco mais viram que tudo estava deserto, parecia até que a aldeia havia sido abandonada.
Será?
Onde está as crianças que saiam para se divertir na neve, montando bonecos e jogando bolinhas? Ou as mulheres que saíam para comprar comida e preparar aquela sopa cheirosa? ou os homens que saíam para trabalhar e contribuir com o reino?
De vez em quando passavam por uma ou outra casa que ainda continha moradores, pessoas que não conseguiram partir por causa da neve, ou que não querem abandonar seu reino, acreditando fielmente que ele ainda tem salvação. Algumas dessas pessoas ao abrirem as janelas de suas casas se assustavam ao ver o bicolor, fazendo expressões surpresas, com olhos grandes tapando a boca antes de rapidamente fechar a janela novamente.
Apenas ignoraram eles continuando a andar rumo ao castelo, afundando os pés na neve gelada com dificuldade até estarem de frente aos portões do mesmo. Notando os pouquíssimos soldados que restaram fazendo a guarda naquele local os encarando com assombro, logo achegando-se perto.
Primeiramente os garotos ficaram apreensivos com medo de suas reações, porém depois perceberam que eles só estavam assim porque encontravam-se surpresos com uma boa notícia em meio a tantas catástrofes. Ainda mais que grande parte do reino já não tinha mais esperanças de que eles ainda estivessem vivos.
Mal sabiam os dois garotos que as más notícias estavam apenas no começo.
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(Bom, e isso aí, Outro capítulo. Espero que gostem ❤️)
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.