Dentro da cabana na floresta de pinheiros o príncipe ainda mantia-se em posição de defesa, não permitindo que a outra se chegasse a ele, nervoso pela alternativa de talvez ter que lutar com ela.
— Senhor Todoroki, acho que ainda não está ciente de sua atual condição, a situação é crítica e estou aqui para te resgatar!! Por favor não dificulte as coisas!!! — falou, esfregando as têmporas com a mão livre, tentando não surtar com aquele muleque mimado.
— Já falei! Não saio daqui!! — disse firme.
— Então não terei outra escolha se não levá-lo a força!! está parecendo uma criança!!! — falou ela entrando em modo de combate, não para machuca-lo, mas sim para arrancar aquela espada dele e o carregar de uma vez para o castelo.
— Lutarei o quanto precisar!! — com um olhar penetrante defendeu-se do primeiro golpe que tentava ao máximo o fazer soltar a arma, porém segurou-a com mão firme não a deixando escapar.
— Você só pode estar louco!!! Sabe que não pode comigo!!! — deferiu mais ataques um atrás do outro afim de que o mesmo se atrapalhasse com eles, mas impressionantemente ele se defendia de todos de maneira ágil e rápida, lutando de uma jeito completamente deslumbrante.
— Bom, acho que no final das contas fui uma impecável professora. Sabe de coisas que nem cheguei a lhe mostrar — falou a soldado em choque, encantada com a força do outro. Chegando a arfar em meio a frase.
— Não foi você que realmente me ensinou! — disse o Todoroki contra atacando a outra. Aproveitando que a mesma não sabia o quanto tinha melhorado, e não podia machuca-lo. Pois assim como o loiro havia lhe dito, improviso não é trapaça.
Porém mesmo usando toda a sua força ainda não conseguia derrotar uma guarda com anos de experiência em luta, o máximo que seu corpo principiante conseguia era defender-se o quanto podia, passando o tempo enquanto espera algo ou alguém para o salvar.
Torcendo para que chegue antes de atingir seu limite.
Uma luta de verdade é bem mais difícil do que uma simulada, pois a euforia e o desespero de manter-se a tona acabava com tudo, deixando-o um tanto desnorteado em meio a batalha. A força que ela usava em seus ataques também era maior, o que lhe causava dor nos braços pelos impactos consecutivos.
Mas tentava o máximo se manter de pé e resistir até não poder aguentar mais.
No entanto durante a luta os dois inimigos assustaram-se ao ouvir batidas ferozes na porta, estremecendo a mesma causando uma pitada de medo em ambos, que torciam por reforço e não por mais empecilhos.
Sorte do meio albino que sua ajuda tão esperada não tardou em chegar, logo a porta com os fortes solavancos teve sua fechadura quebrada, que voou para o chão fazendo um pequeno barulho metálico. Diferente da porta que rapidamente se abriu batendo alto contra a parede, deixando o vento gélido entrar soprando em seus cabelos.
— Não ouse feri-lo Jirou!!! — com a porta aberta revelou-se quem estava alí, sendo o ferreiro e o loiro cobertos por neve, com alguns pequenos cortes sangrando em seus corpos, e a mão direita do Midoriya que estava inchada e roxa entregava que ele avia utilizado outra vez a One For All.
Estavam acabados.
O sorriso no rosto de Shoto não pode ser contido assim como a feição de assombro da garota que agora estava em menor número. Sentiu-se indefesa por mesmo tentando escapar ser capturada tão facilmente por eles, antes de ser levada a força para fora da cabana.
— Onde estão me levando?!! Soltem-me!!! O que fizeram com meus companheiros?!! Vocês irão presos para morrer!! Todos vocês!!! — gritava ela escandalosamente enquanto contorcia-se, jogando suas pernas para o ar sendo levada pelos cotovelos, já sem sua espada pois a mesma havia sido retirada de si.
— Garota cala a boca!! Você é muito chata! — Bakugou rosnou já farto de todos estes soldados, queria que eles esquecessem de si e nunca mais o perturbasse. Era pedir muito?
E assim chegaram até onde estavam os outros guardas, com Iida e Yaoyorozu atados de costas um para o outro no meio da neve manchada, cheia de pegadas e buracos. A morena gritava assim como a outra, já o de óculos ainda estava desacordado apoiado em suas costas.
— O que fará com eles?! — o Midoriya, ignorando os gritos perguntou com um rosto entristecido. Pois alí não eram apenas inimigos para se livrar, mas sim seus amigos que um dia estavam ao seu lado.
Não desejava que nada de mau os acontecesse, assim como se preocupava com os mesmos.
— Não se aflija, eu tenho uma ideia — o de olhos vermelhos não podia negar que seu verdadeiro desejo era mata-los de uma vez, se livrando dos corpos e também das preocupações. Faria isso se não tivesse prometido que nunca mais mataria alguém.
Porém como nem tudo são flores estalou a língua, pois tinha que dar outro jeito. Estava claro que o esverdeado tinha um certo afeto por aqueles soldados, então não era uma boa ideia mata-los, contudo sua cabeça fértil logo encontrou outra alternativa para substituir isso.
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— O que fez com eles Bakugou? Reparei em seu dragão que sobrevoou por aqui — o meio ruivo disse ao de cabelos espetados, que havia se retirado por um tempo para se livrar dos guardas.
— Não se preocupem, eu não os machuquei. Apenas pedi para que meu dragão os levasse daqui para algum reino vizinho, assim eles demorarão alguns dias para retornar e podermos ganhar tempo — explicou ele causando um suspiro aliviado vindo de Izuku, que com um pequeno sorriso feliz e triste ao mesmo tempo olhou para o outro como dissesse "obrigado".
— Ganhamos tempo para que? — Perguntou o bicolor não entendo o que o outro queria dizer com isso, que com um suspiro impaciente teve que lhe explicar.
— Você não achou que poderia ficar aqui para sempre? Eles não serão os únicos a virem atrás de ti idiota — jogou as cartas na mesa, realmente o príncipe havia se acostumado a morar alí, e por alguma razão sua cabeça ingênua também verdadeiramente achou que poderia viver feliz alí com as pessoas que ama.
Parece que o conto de fadas em que viveu estes últimos dias desabou, acordando-o para a cruel realidade.
— Kacchan está certo senhor, temos que levá-lo de volta ao castelo e eu para a aldeia, então depois fingiremos que nada aconteceu. É o único jeito de nos mantermos seguros. Lembre-se de nosso acordo, eles acham que fomos sequestrados — não, não voltará. O seu lugar não é naquele castelo triste e cinzento, e sim aqui junto a eles, dormindo com eles e acordando ao lado deles, por quê tudo tinha que ser tão difícil.
Porém não falou nada, pois mesmo seu coração dizendo que não, ele sabia que a resposta teria que ser sim.
— Escutem-me! Amanhã cedo vocês partem, e convençam todos que estavam em cárcere e que escaparam de mim! Ganhem a confiança do rei e da igreja antes que os soldados voltem! É o único jeito — a face do ex-criminoso era dura e séria, mas dava para ver no fundo vermelho de seu olhar que estava sofrendo tanto quanto os outros dois.
Não queria se separar deles, porém tinha que faze-lo mesmo que doa, tentando se fazer de forte mantendo-se firme.
Maldita hora em que foi se apaixonar.
Pelo menos iriam ter uma última noite juntos como despedida.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.