Os quatro cavalos andavam enquanto o dragão voava por cima deles e o dia começava a raiar, necessitavam sair da cabana e abandonar por um tempo as construções alí, pois com a guarda real sabendo da localização dela não era seguro permanecer naquele local. Então somente entraram na casa para buscar seus pertences essenciais como comida, vestes, armas ou algo de valor e sair.
Pelo menos algumas semanas fora enquanto as buscas por eles parassem, e assim voltariam para casa pois o acampamento não trazia lembranças confortáveis para ninguém. Partirão dele assim que possível, chegando lá viram o mesmo totalmente deserto, realmente todos os seguidores de Shigaraki haviam sido mortos ou fujiram como Toga.
— Entendo porquê fez tudo isso Kaminari, você só era mais um que estava debaixo das garras de Tomura — disse o ferreiro após ouvir durante a viagem a explicação do ex-mensageiro.
— E você Catherine como veio parar no acampamento? — perguntou o príncipe com um olhar um tanto curioso em seu rosto cansado.
— Eu... eu fugi para procurar um lugar onde me encaixasse. Desculpa por ser tão egoísta, se não fosse por mim seu reino ainda estaria bem, eu.... — foi parada pelo Todoroki, ela já estava muito abalada por causa da morte de seu cavalo.
— Tudo bem, não foi culpa sua, você fugiu procurando sua felicidade e eu acabei fazendo o mesmo — disse conseguindo arrancar um pequeno sorriso da morena.
Desceram dos cavalos e pousaram o dragão, logo fazendo uma pequena patrulha pelo acampamento na tentativa de encontrar alguém, mas não havia pessoa alguma, o lugar estava realmente vazio.
Com isso os curativos começaram a ser feitos, entraram nas tendas pegando tudo o que necessitavam para após começarem a desinfetar e cobrir os ferimentos. O meio ruivo o Midoriya e o loiro dividiam uma tenda, uns ajudando os outros com seus machucados.
— Aqueles desgraçados feriram vocês sem piedade! — disse Bakugou furioso, molhando um pano em uma vasilha com água para passar nos cortes que sangravam para limpa-los.
— Sim... — o esverdeado concordou, pois não se importava com aqueles machucados espalhados por sua pele.
Eles não doíam tanto quanto os internos, pois o mais trucidado de seu corpo era o coração.
O de olhos vermelhos limpou cuidadosamente seus rostos, passando o lenço com delicadeza em suas feridas. Ele não era de fazer estas coisas, porém faria isso para não machuca-los ainda mais.
Em seguida agarrou com cuidado os braços dos mesmos, também limpando o sangue e passando uma mistura de ervas cicatrizantes e anti-inflamatórias para os hematomas e cortes naquele local, enchendo seus braços daquela mistura verde, no entanto necessária para sarar.
A parte boa disto tudo é que agora poderá cuidar deles, não só até seus ferimentos curarem.
— Ergam as barras das calças — disse já torcendo mais uma vez o pano úmido, ajoelhando-se em frente a eles que estavam sentados em cadeiras.
Os dois garotos sentiram-se um tanto inquietos com o pedido, no entanto obedeceram agarrado as barras para subi-las até onde conseguiam, era um pouco vergonhoso ter suas pernas a mostra, entretanto confiavam uns nos outros.
Com o pano umedecido pegou com delicadeza uma das pernas do bicolor causando um arrepio no mesmo pelo toque, em seguida limpando o local cuidadosamente enquanto era observando pelos outros dois.
Era bom sentir as mãos quentes dele passando suavemente por a pele de ambos com uma expressão serena, coisa rara era ver Katsuki com esta feição, por isso os dois garotos apaixonados aproveitavam a vista que tinham com sabedoria.
O ex-criminoso acabou naquele local dando permissão para ambos descerem as barras de suas calças, faziam tudo em silêncio pois nenhum deles queria conversar.
Não tinham ânimo para isso.
— Retirem as roupas superiores — pediu mais uma vez, causando uma certa coloração avermelhada no rosto dos outros dois, que se olharam envergonhados antes de obedecerem as ordens do loiro.
Foi para trás dos dois limpando e passando a mistura nas costas deles, dava para notar o quão mudado estava o corpo do meio albino, estava mais forte e possuía músculos, bem diferente do que era antes.
Uma grande cicatriz em seu ombro direito foi avistada, agora sua pele imaculada terá algumas cicatrizes coisa que não tirava a beleza do mesmo, pelo contrário só o deixava mais atraente pois mostrava que não era mais frágil nem débil.
Os dois que eram cuidados não reclamavam de nada, pelo contrário estavam apreciando a atenção que recebiam de Bakugou, pois sabiam que a forma delicada que o mesmo curava seus ferimentos era uma maneira silenciosa de demonstrar amor e carinho para com seus parceiros, já que o mesmo não falaria em palavras.
Mesmo com os dois parcialmente despidos não havia segundas intenções em seus toques, apenas cuidado e ternura. E isso os deixava surpresos, pois o de olhos vermelhos era uma caixinha de surpresas, sempre revelando um lado novo de sua personalidade.
Enfaixou devidamente o ombro de Shoto e pediu para que ambos colocassem novamente suas vestes, pois necessitavam de descanso mais do que nunca, tendo carícias suaves uns dos outros até adormecerem.
No fundo Katsuki sentia a dor que seus amados estavam passando, perder tudo tão de repente não era nada fácil, e sabia que ambos precisariam dele para superarem isso, e estará lá sempre fazendo o possível pelos dois.
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O loiro ao se levantar antes dos outros dois senta em uma cadeira para olhar as duas figuras dormentes respirando calmamente, dois anjos repletos de machucados, curativos e desapontamentos.
Sentia-se culpado, deveria tê-los protegido mais, nem conseguia imaginar perde-los e esteve tão próximo disto acontecer.
Saiu fora da tenda vendo que já era tarde pois haviam dormido a manhã inteira, esfregou os olhos embaçados olhando ao redor vendo que a grama embaixo da neve começava a ser exposta, e isso era bom, dizia que a primavera estava perto de chegar, então as chances de encontrar comida na floresta também seriam mais altas.
Sentia seu estômago revirar em fome, então se dirigiu para a cozinha improvisada do acampamento atrás de algo que possa comer, vendo lá Fumikage, Kirishima e Ojiro já preparando a refeição daquele dia.
— Hey Bakugou! como estão eles? — perguntou o ruivo se referindo aos outros dois, que dividiam a tenda com o de olhos vermelhos.
— Estão se recuperando — falou em poucas palavras pegando uma maçã para comer, logo esperando a comida ficar pronta, pois desejava levar algum alimento para seus parceiros quando despertassem.
— Você se arriscou muito para salvar-los, deve ter muita afeição por eles — analisou o loiro, era bom saber que atrás daquela carranca de sempre o outro se importava com alguém.
— Sim — concordou enquanto admirava de longe a tenda onde os outros dois descansaram, quando ouviu a voz do de plumas negras.
— Eles irão ficar conosco? Ou irão retornar para suas famílias? — perguntou.
— Irão ficar.... So-somos amigos — disse com convicção, sussurrando a última parte somente para si mesmo.
De repente uma dúvida surgiu na cabeça do Katsuki, sempre ouviu o meio a meio falar esta frase "somos amigos". Mas nunca perguntou-lhe o que realmente ele queria dizer com isso, já que estava claro que o que eles tinham não era apenas uma amizade.
Era amor.
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(Neste capítulo quis mostrar um lado mais cuidadoso de Bakugou, espero que tenham gostado até o próximo capítulo)
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.