65_Tomodachi

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O sol sumindo atrás do horizonte, quase era impossível de nota-lo por conta da mutirão de nuvens que o cobriam, cada vez mais grossas e cheias de neve que caíam, pintado tudo de branco com o vento que a cada minuto ficava mais forte. Por isso Mina, Tokoyami, Ochaco e Kirishima encheram sua reserva de comida e agasalhos, decidindo terminarem logo sua patrulha pois virá uma tempestade por aí.

E assim foram para o estábulo improvisado do acampamento pegar alguns cavalos para os levarem, mas quando chegaram lá, notaram que Ghoscer, o cavalo da princesa, não estava em seu lugar. Pelo contrário, ele parecia bem desnorteado, confuso e aflito, relinchando alto e andando em círculos.

— Wou!! Wou!! Calma rapaz! Calma! — a rosada se aproximando dele com suas mãos para frente afim de se proteger de qualquer golpe de susto do animal falava, tentando para-lo.

Coisa que funcionou, pois ao ouvir a voz de alguém conhecido e confiável o alazão notou que não estava mais sozinho, e isso o fez aos poucos se acalmar, deixando ser tocado na crina pela jovem - isso, bom garoto.

— O que aconteceu para ele estar assim?! — falou o ruivo já temendo algo ruim.

— Com certeza não foi algo bom, vejam! — o de plumas negras disse, apontando para o rastro gigante na neve que incluía pegadas e marcas de arrastamento, elas levavam até fora do acampamento.

— Devemos averiguar antes que sumam! — bradou a bruxa, que pegando um dos cavalos logo subiu nele com firmeza.

— Tem razão! Vamos rápido!! — a Ashido também fez o mesmo, agarrando com uma mão as rédeas de seu cavalo e com a outra as do alazão de Catherine, pois irá levá-lo.

E assim os quatro jovens partiram, galopando a acompanhar as marcas na neve.

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Bakugou tinha a mão envolvida na do príncipe, cujo a palma era quente assim como a sua, porém seus dedos eram tão gélidos quanto o vento do lado de fora, que batia rapidamente contra as árvores sem folhas, balançando-as enquanto uivava sua melodia.

O sol não era mais visto atrás dos pinheiros, deixando o céu na escuridão fria e o quarto da cabana nas sombras. Pois não havia iluminação artificial alguma acesa, somente os poucos raios de luz do luar que escapavam pelo mar de nuvens negras até o cômodo.

Não existia mais Deku e meio-a-meio alí, apenas dois seres de vultos, um sentado em sua cama a o olhar e o outro agarrado em sua mão, o impedindo de fugir. A tempestade de neve que se formou do lado de fora desfoca a visão da janela para o caos no mundo exterior, deixando-o sozinho com estes seres.

Seu coração pulsava a mil, mas não pode sair dalí. O que irá dizer, precisa conseguir falar algo ou eles não o deixarão ir.

— Me desculpem por ter atrapalhado, eu.... eu não sabia que vocês tinham este tipo de relação. Eu só peço perdão... Por tudo. Agora me deixem ir — não era de se desculpar, porém errou ao metelos nessa bolha confusa que chamava de vida, eles já tinham problemas o suficiente para se preocuparem, como esconder sua relação do restante da vila para poderem viver em paz.

Não havia machucado apenas pessoas desconhecidas também tinha aberto feridas neles feridas que talvez nunca cicatrizem

— Kacchan, você não está se desculpando apenas por isso, Não é? — tinha que admitir, mesmo depois de tantos anos o ferreiro ainda conhecia quando ele não estava bem.

— Não, também peço perdão por entrar em suas vidas, eu só estraguei tudo. Sequer posso pedir desculpas pelas pessoas que feri, pois nem eu mesmo consigo me perdoar — de repente sentiu o polegar gelado do Todoroki mexendo sobre as costas de sua mão em forma de carinho, causando-lhe um arrepio pelo choque térmico, gostava disso.

— Tem algo mais que deseja falar? — o meio ruivo mesmo tentando disfarçar, acabava deixando claro para o loiro de que sabia de algo, porém gostaria de uma confirmação vinda diretamente da boca do outro.

Quer saber, já havia cometido atrocidades maiores, mais uma burrada cujo se arrependerá em um futuro próximo não fará diferença alguma.

— Midoriya, lembra-se de quando éramos crianças e eu tinha muitos amigos, mas quando queria brincar de caça-tesouro eu jogava apenas com você e mais ninguém? — o esverdeado balançou a cabeça positivamente, mesmo sabendo que ele não iria ver. Estranhando o fato dele ter lhe chamado pelo nome.

— Eu tinha muitos ciúmes quando outro alguém se oferecia para brincar e você aceitava sem almenos me perguntar, assim como também me sentia inseguro ao vê-lo jogando com outra criança, e com muito medo de ser esquecido — enquanto falava pensou em desistir, pedir para eles esquecerem tudo o que ouviram e fugir. Mas não havia volta.

— Quando Shigaraki me pediu para aterrorizar Musutafu comecei a causar incêndios em todos os lugares que me lembravam a igreja, pois estava cego pelo ódio e vingança. Porém quando nos reencontramos não tive como não lembrar de nossas brincadeiras — ainda agarrado na mão do bicolor virou-se para ver as silhuetas escuras no quarto encarando-o, até que Izuku resolve falar.

— M-mas agora você está aqui! E arrepende-se de tudo o que fez, é isso o que importa! — disse ele eufórico, parecendo estar sorrindo ao se levantar da cama para chegar perto e segurar sua mão livre. Tudo era tão surreal, mal conseguia encarar as duas faces tão próximas sem sua maldita vermelhidão.

Por isso decidiu virar o rosto para o lado, e assim não ter que os encarar.

— Me arrependo, me arrependo de quase tudo, pois ao reencontra-lo não pude deixar a chance de mais uma vez jogar caça-tesouro com você escapar, porém não vou negar que fiquei enfurecido quando vi que tinha convidado outro para brincar conosco — viu com o canto dos olhos Shoto que parecia não ter entendido sua indireta.

— Mas com o passar dos dias fui gostando de estar com mais um participante envolvido, foi..... Quando soube que posso estar gostando de duas pessoas ao mesmo tempo — olhou mais uma vez para eles, usando a cara mais séria que podia para não parecer um idiota meloso.

Só estava esbanjando tudo, já que eles insistiam tanto em saber.

No escuro do quarto dava para notar o clima tenso em que ficou, mesmo não estando silencioso por conta da nevasca do lado de fora.

Os dois a sua frente trocaram olhares assim como fizeram antes, decidindo com os olhos o que irão fazer, deixando o de olhos vermelhos nervoso.

— Desculpem, eu não devia ter falado estás coisas! Apenas... — Foi parado por braços circulando seu pescoço e cintura, eram ambos os garotos que o abraçavam apertado. Soltando suas mãos para colarem seus corpos, Katsuki não pode conter seu sorriso anasalado ao abraça-los de volta, ainda exitante passando as mãos pelas costas deles.

— Kacchan! Eu N-não, quer dizer.... N-nós... — o de sardas tentava com seu rosto tão quente e vermelho como nunca antes, queria formular algo, porém como sempre não conseguia, sorte que foi cortado pelo meio albino que falou por si.

— Bakugou! Nos também te amamos, pois afinal, somos amigos.

Era um amor louco, complicado, estranho e perigoso. Mas os três jovens naquele quarto estavam dispostos a experimenta-lo.

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(Pessoal, só para avisar, esta fanfic não terá hot)

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora