No meio da floresta de pinheiros que agora possuía mais folhas alaranjadas no solo do que nas altas árvores, um pequeno acampamento estava reunido ao raiar da manhã. O lugar estava ocupado por poucas pessoas, mas não pessoas comuns, todos lá tinham uma história ou motivo para estarem alí.
No canto do mesmo, a garota de cabelos e olhos castanhos acusada de bruxaria, olhava de uma colina a bela e simpática vila que a três dias chamava de lar. Seus olhos lacrimejavam ao lembrar de seus últimos momentos naquele lugar, enquanto assistia ao longe sua antiga casa.
Limpou o rosto rapidamente, percebendo pelo barulho das folhas secas que haviam pessoas se aproximando.
— Ochaco... Ochaco Uraraka, certo? — Falou a garota de cabelo rosa, se achegando-se a ela junto com os garotos que a salvaram, entre eles o loiro que fazia todos tremerem de medo.
Por sorte ele não falou nada, apenas apoiou-se em uma árvore, olhando para a aldeia.
— Sim, porém me chame apenas de Ochaco, pois "ela" já me deixou bem claro de que não sou mais uma Uraraka — tinha que aceitar a realidade, por mais dolorosa que fosse.
— Meu nome é Mina!, Mina Ashido,!! e estes são Tokoyami Fumikage, Ejiro Kirishima,! e aquele emburrado alí no canto e o famoso Bakugou!! — tentou anima-la, falando de uma forma mais descontraída para que ela esquecesse um pouco os problemas.
A mesma dando um pequeno sorriso cumprimentou os outros.
— Sinto muito pela sua família — o de penas negras parecia deprimido, assim como ela.
— Tudo bem, no fundo eu sabia que em alguma hora isso iria acontecer — pensava com seu coração entristecido, que mesmo sabendo de tudo, ainda doía.
Tudo estava em silêncio, até o ruivo não aguentar mais se conter e acabar falando - não é querendo ofender, mas você é mesmo uma bruxa?.
Ela sorriu, não se ofendia com essa pergunta — sim, conheci a arte da magia quando encontrei um livro de feitiços no porão da minha casa — até diria não, porém estava farta de mentir e esconder sua verdadeira indentidade, então assumiu. Sim, era uma feiticeira, e não negaria mais isso, mesmo com medo de que a lançassem em uma fogueira.
Só de lembrar seu corpo já estremecia de terror.
— Não se preocupe, também temos outras bruxas abrigadas no acampamento, e cuidamos muito bem de todos aqui — a de chifres amarelos falou, ultrapassando um pouco os limites de aproximação para dar um abraço em Ochaco, enquanto faz um pequeno beicinho tristonho.
— Eu nunca usei magia para fazer o mal, o que me deixa mais abalada é o fato de que não poderei mais voltar para casa — As lágrimas da garota rolavam enquanto mina a abraçava apertado.
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No castelo os cavaleiros não paravam, montando a guarda fazendo patrulhas o dia inteiro, mas nenhum sinal de perigo foi avistado. Alguns achavam até ser uma perca de tempo estar fazendo isso sem ter total certeza do suposto ataque.
A noite chegou e nada aconteceu, talvez Katsuki, deixou aquele bilhete apenas para amedrontar os moradores da vila.
Todos da família real já estavam em seus aposentos em um sono profundo. Com as ruas completamente vazias e soldados cercando o castelo, Shoto dormia sereno em seu quarto, com a janela aberta pois não gostava de tranca-la. Mesmo sabendo do risco de ataque não a fechou, pois além dos guardas e dos grandes muros, seu quarto era um dos lugares mais altos do castelo.
Não houve movimentação estranha na aldeia, como também nenhum guarda percebeu sinal do suposto ataque, porém a sombra encapuzada que entrava pela janela do meio albino e atravessava seu quarto dizia o contrário.
A mesma retirou do caminho as cortinas da cama, dando espaço para avistar o Todoroki dormindo tranquilamente, enquanto seu peito subia e descia junto com sua respiração, parecia até um delicado anjo. Totalmente indefeso.
Com um sorriso vitorioso retirou de sua bolsa um pequeno frasco, e segurando o rosto do mesmo derramou o conteúdo dele na boca entre aberta do bicolor, certificando-se de que ele não acordaria no meio do plano. Com o sonífero já fazendo efeito passou os braços em torno do corpo do meio ruivo, logo o erguendo em seus braços. Era forte então aguentaria sem muito esforço o peso do outro.
Se dirigiu até a saida do quarto onde um de seus aliados o aguardava do lado de fora, bateu cuidadosamente o pé duas vezes seguidas na porta de madeira, logo vendo o mesmo que abriu passagem para ele.
— Vá logo,!! tem uma saida nos fundos do castelo, e não se preocupe, já me certifiquei de tirar todos os soldados de lá, apenas seja cuidadoso para não te verem no caminho! — o outro sussurrou nervoso, e com medo de serem pegos no meio do plano, mas o loiro de olhos vermelhos já tinha a situação sobre controle.
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Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)
RandomUm plebeu, um príncipe e um criminoso. Três realidades diferentes com pensamentos e mundos distantes, em um tempo medieval onde as regras da igreja são como leis.