90_Sensō

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Naquela noite a guerra havia terminado mas não as perdas, a princesa ao perceber que não lutavam mais saiu de seu esconderijo cujo foi levada. Correu para o meio dos outros que estavam fartos de lutar, eles continham alguns machucados em seus corpos e desgaste em suas energias.

— Estão todos bem?!! — perguntou ao ver o estado do local, com corpos sem vida e sangue espalhados pela neve, coisa de fazer revirar qualquer estômago.

— Estamos bem! Tudo certo com vocês rapazes?! — disse Mina, logo se dirigindo aos garotos que estavam mais ao longe.

— Apenas ferimentos leves! Nada para se preocupar — respondeu o ruivo arfando de cansaço.

De repente o sorriso de alívio de Catherine se desmancha ao lembrar-se de alguém, e com olhos grandes corre na direção de onde se encontravam os cavalos, chamando a atenção de todos a sua volta que viam a aflição na face da garota.

Marcando passos na neve todos seguem a morena perguntando "o que aconteceu?!!" que em desespero a mesma não responde a ninguém, parando apenas ao ver três cavalos de pé e um deitado na fria neve, que derretia cujo a poça de sangue quente a tocava.

E este era Ghoscer.

Ao verem a cena os outros que estavam alí não falaram uma única palavra, pois já compreendem o porquê do desespero da Tyller, que em choque se achega perto do animal, até sentir debaixo de seus pés o sangue vermelho que se espalhava como água.

Vendo de perto notou que seu ferimento não havia sido apenas na perna, pois se estendia pela barriga do cavalo de onde a maior parte do sangue agora coagulado escapou. O alazão não se mexia, nem para realizar suas funções essenciais como respirar, causando ainda mais medo na de olhos negros.

De todos ele era a único que trouxe de sua antiga casa, não podia perde-lo.

Se aproximou não se importando de estar se sujando do líquido vermelho, assim se ajoelhando ao lado do garanhão para examina-lo, logo reparando em seu focinho que normalmente iria farejar como um cãozinho ao sentir seu cheiro.

Porém ele continuou imóvel o que fez doer o nó na garganta da jovem, que sem perder tempo curvou-se para apoiar seu ouvido contra o peito de Ghoscer, apertando os olhos ansiando ouvir os batimentos de seu coração. Entretanto nada ouviu senão o profundo silêncio dentro da cavidade peitoral do outro.

O sopro da vida havia sido arrancando de si.

— Ghoscer!!.... — Com o nó na garganta a corroendo, a princesa com os olhos inundados em lágrimas sem esperança, abraça o corpo sem vida do alazão. Se debruçando em choro sobre ele, enquanto arfava sua crina mesmo sabendo que o animal marrom não reagirá ao seu carinho.

Ele era seu melhor amigo, o único que esteve ao seu lado em todo o tempo. Sim, como todos diziam para si ela não deveria vê-lo desta forma, pois era apenas um cavalo, um ser sem sentimentos ou importância. No entanto aquele animal a amparou em seus momentos mais difíceis, demonstrando ter mais sentimentos do que muitas pessoas que cruzaram seu caminho.

— A-adeus!... — agora estava sem ele e em seu coração um vazio aumentava, não estava pronta para esta despedida, e talvez nunca estivesse. Ele não era apenas um animal de estimação, era seu parceiro, seu porto seguro, onde procurava refúgio e com quem desabafava sempre que estava triste ou sozinha.

Seu melhor amigo.

Mesmo não tendo utilidade para muitos Ghoscer era importante para Catherine, pois o afeto que tinham um para com o outro continha um valor impagável. Haviam muitos corpos humanos espalhados por aquele lugar, entretanto ela não derramava lágrimas por nenhum deles, mas sim por um animal, um animal sem utilidade.

Outra vez suas ações não estavam sendo nada heróicas ou admiráveis, porém ela não se importava com isso.

Chega de fingir ser uma heroína, Pois nem todo mundo quer ser super-herói.

A mesma em meio ao pranto sente uma mão em seu ombro, logo virando-se com os olhos inchados e o rosto molhado pintado de vermelho. Vendo alí a bruxa a lhe confortar, logo também se ajoelhando sobre o sangue para abraça-la, enquanto acariciava seus cabelos escuros sentindo a angustia na alma da morena.

Todos alí sabiam muito bem como era a dor da perda.

Logo o grupo de jovens ouviram ao longe ruídos que se aproximavam em alta velocidade, e todos se assustaram com isso, pois estavam exaustos e não sobreviveriam a mais um ataque. Os mesmos olhando para a direção de onde vinham os barulhos de galopes avistaram saindo de dentro da floresta um cavalo de pelagem clara, carregando três pessoas.

No início suspiraram aliviados pois puderam ver nitidamente o loiro que conduzia o animal, os outros atrás de si se escondiam no breu da noite aparecendo somente suas silhuetas.

— Bakugou onde estava?! E quem são es... — Kaminari iria perguntar, mas parou quando o cavalo se aproximou deles e assim pode reconhece-los.

O príncipe e o ferreiro se tornaram visíveis a todos, causando olhares de espanto. Para que Bakugou os trouxe? E porquê estavam aqui? Sem contar o fato dos dois estarem em um estado deplorável parecendo até mendigos.

— Kaminari?!! — Midoriya reconhecendo o ex-mensageiro falou boquiaberto, causando aflição no outro que foi descoberto.

A Tyller afim de presenciar o que acontecia, ergueu o rosto choroso do ombro da Ochaco para ver os três jovens descendo do cavalo, causando espanto em seu rosto ao cruzar olhares com o Todoroki.

Sem almenos perceber se soltou do abraço para ficar de pé frente a frente com o meio ruivo, nenhum dos dois sabia como o destino os fez reencontrar, mas aqui estavam eles a poucos metros de distância.

Encontravam-se bem diferentes comparando com a última vez que se viram. Pois a de cabelos negros vestia roupas nada dignas de uma pessoa real, completamente suja de sangue, e com o rosto inchado e vermelho de tanto chorar ainda com algumas lágrimas a escorrer de seus olhos.

Já o bicolor vestindo trapos sujos e rasgados parecia exausto com hematomas e cortes por seu corpo, cabelos bagunçados, e joelhos e cotovelos ralados a escorrer sangue. Nenhum dos dois estava em seu melhor momento para o reencontro, porém mesmo assim com alguns passos se aproximaram para se verem de perto, juntando as sombrancelhas em um rosto intrigado, pois ainda não criam que realmente se tratava um do outro.

— C-catherine?! — falou arrastado em um sussurro, com a voz fraca enquanto se equilibrava de pé com suas poucas forças.

— Shoto!! — disse com a voz embargada, tapando a boca com a mão ao ver o estado de seu amigo. Por que todos ao seu redor tinham que sofrer tanto?

Sem demora o meio albino embala a de olhos negros em seus braços, vendo o quão frágil e debilitada ela estava. Logo sentindo o abraço aumentar quando o esverdeado se aproxima deles para também participar daquele momento, seguido de Mina e Kirishima, até todos estarem em um único abraço choroso, feliz e triste ao mesmo tempo.

Pois no final não sabiam quem realmente havia vencido aquela guerra.

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(Estou aqui para informar que após o término desta história vou colocar algumas curiosidades sobre ela que acabei não contando ao longo dos capítulos. E decidi também colocar junto alguma dúvida que talvez alguém tenha sobre a fanfic, então se alguém quiser que eu responda alguma pergunta é só colocar aqui)

Fantasy •Armyo_taku• BNHA (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora