The Past

Chapter Forty Six

Yeji Narrando

Fui a primeira a levantar. Vejo Eunji dormindo ao meu lado e solto um sorriso. Me levanto e a ajusto para dormir melhor. Encaro Yejun dormindo tranquilo e ao seu lado sentado no chão, segurando a sua mão e com a cabeça encostada na cama dormindo vejo Yeonjun. Suspiro pesadamente.

Ele sabe... agora ele sabe. Ele deve estar me odiando e só veio aqui para jogar toda a raiva na minha cara. Eu o entendo.

Me aproximo e o acordo o chamando para sair e conversar.

⎯ Como descobriu? ⎯ o pergunto de uma vez.

⎯ Sobre os meus filhos?. ⎯ Confirmo com um balançar de cabeça. ⎯ Não tinha como esconder isso para sempre.

⎯ Eu sei, e entendo que esteja furioso com isso. Pode fazer o que quiser.

⎯ Sim, eu estou furioso. ⎯ meu peito dói ⎯ mas eu a entendo. Sei o que aquele mal entendido causou a você e era uma forma de se proteger e proteger as crianças. Mas... você nunca pensou em como isso também me machucaria? Eles são meus filhos Yeji, por Deus!.

⎯ Eu estava ciente disso mas eu não conseguia... tinha medo de que meus filhos cresceriam sabendo e imaginando que tipo de pessoa seu pai era. E... tinha medo de que se aproximasse. Eu... não sabia o que fazer, estava desesperada.

⎯ Eu sonhei tanto, sonhei tanto com você e eu, nossos filhos pra isso... aqui. ⎯ Ele me entrega um pen drive.
⎯ aí contém toda a verdade, tudo bem se não quiser acreditar em mim ou não quiser voltar, só peço que... não leve meus filhos pra longe de mim de novo.

⎯ Não sei se estou pronta para isso.

⎯ Prometo tentar novamente, dessa vez sem deslize.

Ele sai, me deixando a sós com o Pen drive.

*
Depois do momento eu vi o que tinha dentro do pequeno Pen drive. Tudo foi culpa de Karina... tudo... eu  não sabia mais o que fazer, entrei mais uma vez em desespero. Tudo isso, toda a dor, todo o choro, todo o desespero...

Yeonjun apareceu todos os dias no hospital para cuidar de Yejun que ficava extremamente feliz pela volta de Yeonjun. Ele brincava com Eunji e me fazia companhia. Nos falávamos pouco, mas já era alguma coisa. Ele me deixava respirar, me deixava pensar livremente.

Mas ele decidiu se aproximar aos poucos.

Em uma manhã de segunda ele me trouxe uma flor, disse que a comprou pelo caminho enquanto olhava uma floricultura muito bonita perto do hospital:

⎯ Que linda titio Yeonjun! ⎯ Eunji ao vê-lo trazendo a rosa vermelha corri para abraçá-lo.

⎯ Não é? Trouxe para a sua mãe. ⎯ Ele vem até mim e entrega.

⎯ P-Pra mim?.

⎯ A primeira. ⎯ Ele pisca.

⎯ Eu também quero! ⎯ Eunji bate o pé.

⎯ Namorem logo! ⎯ Yejun grita de longe.

Ele passou a me entregar elas todos os dias. Na terça foi uma amarelo, na quarta uma rosa, na quinta uma branca e na sexta uma azul.

Decide não ficar mais parada e comecei a passar as noites no hospital em busca de trabalho:

⎯ Ainda está aqui?. ⎯ Ele entra com duas sacolas nas mãos.

⎯ Fiquei sabendo de uma ótima vaga em uma empresa, por que não tentar?. ⎯ Volto a minha atenção para o computador.

Ele se senta ao meu lado e abri a sacola mostrando algumas comidas que logo alertaram o meu estômago com o cheiro. Esqueci que não comi o dia inteiro.

⎯ Vem, vamos deixar isso de lado e comer um pouco. ⎯ Ele pega uma colherada e leva até a minha boca e eu penso em desviar. ⎯ Por favor, isso é pela sua saúde, não pense só em trabalhar.

Mesmo hesitante eu abro a boca aos poucos e ele me alimenta.

É estranho mas ao mesmo tempo confortante. Assim como ele amarra meu cabelo quando eu troco Yejun, como quando ele ainda me faz ficar tímida quando me encara demais. Diz ele que está me admirando, e que eu fico linda até mesmo respirando.

Até mesmo quando ele me abraça quando eu choro preocupada:

⎯ Está tudo bem... vamos passar por isso juntos está bem? Vamos ser fortes. ⎯ Ele alisa meu cabelo me confortando.

Penso muito sobre essa ser a minha última chance, será que dessa vez realmente conseguirei reerguer tudo? Dessa vez dará mesmo certo? Eu tenho tanto medo.