Natalie...
Não foi nada fácil, sair de casa hoje, sem tomar café com a minha família. Mas eu não sabia como agir e, eu precisava de um espaço, para pensar em tudo que aconteceu. Era difícil, pensar que meus pais abandonaram uma bebê. Era difícil, pensar que me esconderam isso por todos esses anos. Quando cheguei na mansão, eu queria ir deixar a Sofia e poder conversar com a Juliana. Mas ela estava trancada no quarto. Continuava sem querer ouvir ninguém. E então a minha noiva chamou a Paola, achando que ela poderia convencê-la a sair do quarto. Ela estava certa, em achar isso. A Juliana saiu do quarto e conversou com a gente. Melhor do quê isso: ela quer ouvir os meus pais. Os nossos pais. Então vim com ela, até aqui em casa. Mas eu já tive uma conversa com a mamãe. Então achei melhor, a Juh entrar primeiro. Dou um tempo no carro e depois eu entro. Tenho certeza, que estão conversando, agora. No momento certo, eu entrarei.
Débora: - Nós sabemos e... estamos aqui, dispostos a te dar todas as respostas que você deseja. - Fala a olhando. - Senta, por favor!
A Juliana fica em silêncio e senta na cadeira da cozinha.
Leandro: - Para começar: nós não te abandonamos.
Débora: - Você nem imagina, o quanto sofremos, com a sua ausência. Um vazio que jamais poderia ser preenchido. Mas... deixar você, onde você poderia ter uma vida boa; estudos, educação, um lar... Foi uma decisão necessária. Na época que tive você, eu e seu pai, morávamos na rua. Você adoeceu e quase morreu. Eu fiz uma promessa: se você ficasse boa, eu encontrava um lar e uma família para você. Foram dias, hesitando. Mas a gente não queria, que o pior te acontecesse. A gente achava justo, deixar você na rua, sofrendo. Você nem havia pedido para nascer. Sei, que para você e muita gente que nos julga: nada justifica. Mas sabe aquela frase que diz: quem ama de verdade; deixa ir? Pois é... Nós sempre te amamos. Mas o seu futuro vinha em primeiro lugar. A gente morria de medo, de você adoecer e a gente te perder. Uma vez: seu pai me disse, que a gente iria te ver novamente. Eu nunca desacreditei dele. Até que a Natalie te apresenta e eu não poderia crer, que era você.
Leandro: - Quando eu te vi, também senti algo diferente. Só que era algo bom, sabe? E quando a Débora falou comigo, a gente teve a certeza: a nossa filha, estava bem ali, na nossa frente.
Juliana: - Péra! Vocês sabiam, que eu era a filha que vocês deram? - Fala sem acreditar.
Débora: - Nós desconfiamos desde do primeiro dia. Depois, só fomos confirmando, até vermos a marca de nascença, que você tem. É a mesma que o seu pai... quero dizer, que o Leandro tem.
Juliana: - Então vocês não pensavam em nos contar a verdade? Vocês não queriam me reconhecer como filha biológica, né?
Débora: - Não fala bobagem. Você não sabe o que está falando. Parece simples, mas não é, tá? Não era apenas sobre nós e você. Tinha uma família, envolvida: sua mãe, seu pai, sua irmã, enfim... O Leandro sempre me falava, que no momento certo, tudo seria esclarecido. Este é o momento certo. Sempre tivemos a certeza que iríamos te encontrar. E eu sabia, que o meu colar, iria ser a chave. Eu só... Só não imaginei que, você estaria na mesma família, que a sua irmã trabalha. Você se tornou uma mulher maravilhosa: Humana, simples, carinhosa, gentil... Você nem imagina, o quanto meu coração se alegrou, por ver você num lugar cheio de amor. Não parecia justo, estragar a felicidade de vocês. Você não parece nenhum pouco feliz, com tudo isso. E está tudo bem.
Leandro: - Saiba que estamos muito felizes, por você saber a verdade. Saiba também, que não iremos te cobrar nada.
Débora: - E o principal: nós não te abadonamos. Demos você, para uma pessoa criar, porque era a única maneira de salvar a sua vida. - Fala com os olhos marejados. - Só eu sei, o quanto foi difícil, deixar você ali. Quando saíram te levando, eu achei que não iria conseguir ficar de pé. O vazio, que ficou em meu coração era enorme. Sentia falta do seu cheiro, do seu sorriso... Passei muito tempo, sem conseguir reagir. Mas eu precisava seguir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A JUÍZA E A BABÁ
FanfictionEm São Paulo, numa mansão, Vive a renomada juíza, Priscila Pugliese. Uma mulher de 30 anos, viúva há um ano, intersexual, mãe da pequena Sofia. Irmã da Juliana Venceslau Pugliese. Seus pais se afastaram, devido mudanças de comportamento da filha. mu...