Capítulo 69- Por que nunca me contou a verdade?

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FLASHBACK...

Alguns minutos depois, as meninas entram num Uber e seguem para casa. Uns 25 minutos depois, elas chegam, se despedem e a Natalie ver o carro da Tia Dulce em frente a casa, quando entra, escuta as duas conversando.

Dulce: - Minha irmã, você teve outra filha? - Pergunta assim que entra na sala.

Débora: - Fala baixo. Por favor! - Fala assustada.

Natalie: - Por quê? Para eu não ouvir? Eu já sei de tudo, mamãe. Por quê? Por que nunca me contou a verdade? Por que mentiu para mim, todos esses anos? Por que abandonou a sua primogênita? - Fala com lágrimas insistindo em cair, olhando fixamente, para sua mãe.

Luíza: - Filha... - fala com os olhos marejados.

Natalie: - Espera!! A senhora sabia, que a Juliana é a filha que a senhora abandonou? Então... a senhora a abandonou duas vezes? - Fala deixando lágrimas caírem lentamente, sobre sua face.

Dulce: - Então... A Juliana, minha Sócia; é minha sobrinha? É sua filha, minha irmã? Por que você a abandonou? - Pergunta pasma, sem acreditar.

Natalie: - É. Por que a senhora a abandonou? A senhora tem noção, de como a Juliana está se sentindo agora? Ela nem quer olhar para mim. - Fala chorando. - Quando eu saí da mansão: a Juliana tinha ído correndo para o quarto.

Luíza: - Irmã, filha... - Fala olhando para as duas. - Eu posso explicar tudo. Mas não me julguem. Sentem-se. Por favor!

A Natalie e a Dulce sentam-se num sofá e a Dona Luíza no outro ao lado delas.

Luíza: - Filha, você sabe a minha história, com o seu pai. Sabe que viemos para São Paulo e que, passamos muitas dificuldades. O que você não sabe, é que nós moramos na rua, por muito tempo. Eu tive a sua irmã na rua. Quando eu a olhei, eu senti algo inexplicável em meu coração. Alguma  coisa me falava, que eu não podia, ficar com aquela criança, na rua. Passamos dias horríveis, de muito sofrimento. Ganhamos doações, como: um carrinho de bebê, roupinhas, fraldas... mas a gente sabia, que não teria como vivermos de doações. Não tinha um dia, que eu não pensava em qual seria o futuro daquela criança, que nem tinha pedido para nascer. A sua irmã adoecia e sempre eram dias difíceis. Um dia, quase a perdemos. Achamos que ela iria morrer. E então... e-e-eu fiz uma promessa: Se Deus fizesse ela ficar boa, eu dava ela para uma família de condições boas a criarem. No outro dia, ela começou a melhorar a febre, ela mamou, que não estava mamando... E eu precisei cumprir a minha promessa. Tudo isso, foi como uma resposta, entendem? Então... deixamos a nossa filha, com um casal muito elegante, que vimos entrar no banco. Deixei com ela, meu colar, na esperança, de um dia, poder reencontrá-la. Aquela decisão, deixou um vazio, em meu coração. Não tinha um dia, que eu não pensava nela, se aquele casal tinha dado uma boa vida a ela, com amor, carinho... me perguntava até, se tinham guardado o colar.

Natalie: - Então... a senhora deixou ela, por causa de uma promessa, que salvou a vida dela? - Fala pensativa, ainda chorando.

Luíza: - Sim. E porque eu não fazia ideia, de quando a nossa vida iria melhorar. Eu só queria o melhor para aquela menina. Tão inocente e estava sofrendo por erro nosso. Quando eu a reencontrei aqui, meu coração disparou, de maneira inexplicável. Parecia que eu a conhecia há muito tempo, entende. Mas eu ainda não tinha como dizer que era a minha filha. Até que eu vi, um dia, o sinal de nascença, que o seu pai tem no ombro, que ela também tem. E... fomos compatíveis com ela e tudo foi confirmando isso.

Dulce: - E por que você não falou a verdade para nós, sua família?

Natalie: - É. A senhora pretendia esconder isso para sempre? Por quê? - pergunta angustiada.

A JUÍZA E A BABÁ Onde histórias criam vida. Descubra agora