FLASHBACK ON...
Priscila: - O que você pensa que está fazendo? - fala olhando para a Natalie.
Sofia: - A gente só está vendo as estrelas. Não briga com ela. Fica com a gente.
Priscila: - Você pode pegar um resfriado.
Natalie: - Não, senhora. Ela está vestida de calça, casaco... e não vamos passar muito tempo.
Sofia: - É mamãe. Vem. A Natalie trouxe outro cobertor, para o caso de alguém aparecer.
Priscila: - E esse alguém era a minha irmã? - pergunta sem perceber o seu ciúmes.
Natalie: - Poderia ser. Não era ninguém específico. - fala estranhando o jeito da patroa falar.
FLASHBACK OFF...
Sofia: - Natalie, me conta uma história. A minha mãe é péssima nisso. - fala e olha para a Natalie, que olhava para a Priscila.
Natalie: - Sofia... - a repreende, a olhando.
Priscila: - Tudo bem, Natalie. Ela tem razão. Eu sou péssima em contar histórias. Não era eu, quem costumava fazer isso. - fala lembrando da Safira.
Natalie: - Tá bom... então... vou contar. Presta atenção hein. Não vai dormir. - fala sorrindo, a olhando.
Sofia: - Prometo de dedinhos. - beija os dedinhos em formato de cruz.
Natalie: - Era uma vez... num castelo muito bonito, morava uma linda Rainha. Ela era doce, sua família era sua prioridade. Era uma rainha inteligente, determinada... Mas certo dia, uma plebéia, que era muito diferente dela, se aproximou e de alguma forma: conquistou seu coração, afim de ter título de Rainha. Ela conseguiu. Pouco tempo depois: a plebéia se tornou mais do que uma plebéia e a Rainha estava totalmente transformada em outra pessoa, e fazendo tudo que a ex plebéia queria, incluindo, uma filha, a Princesa. Ela era linda, assim como a sua mãe, a Rainha. Mas depois disso, muitas coisas ruins, começaram a acontecer na família do castelo. Até que, quando a Rainha percebeu; ela não tinha mais à sua família e nem era mais à mesma. Deixou que se afastassem dela, pessoas que realmente a amava. Até que algo muito ruim aconteceu, mas que talvez, tenha sido preciso acontecer, para que a família fosse salva.
Neste momento, a Sofia se mexe e põe os braços sobre sua mãe, que encarava a Natalie, enquanto a mesma, contava a história.
Natalie: - E olha quem dormiu... - fala olhando para a Priscila.
Priscila: - pode continuar. - fala a olhando.
Natalie: - Oi? Não, não... deixa para lá. - fala sem jeito.
Priscila: - Por favor! Fiquei curiosa, para saber o final da Rainha. - a olha fixamente.
Natalie: - Qual, das Rainhas? Porque a Plebéia também se tornou rainha.
Priscila: - Mas quero saber o final da verdadeira Rainha.
Natalie: - Bom.. ela ainda não pôs um final na história, sabe... parece Que ela parou no tempo e vive no passado. Mas o que ainda posso te contar da história é que; ela parece está percebendo que deve seguir com sua vida, que ela tem uma parte dela, viva e que só deseja o amor dela, o carinho. Parece que ela está voltando a ser ELA. - fala a olhando fixamente. - E quer saber o que eu acho? Eu acho que ela vai conseguir. Só precisa se permitir, para ser feliz de novo. Se é que, ela foi feliz alguma vez .
A Priscila apenas a encara, e assim, uma troca de olhar começa a trazer novas sensações. Tais sensações inexplicáveis, que chega a assustar.
Natalie: - É melhor eu levá-la para o quarto. Ela já está dormindo.
Priscila: - Deixa que eu mesma levo, tá?
Natalie: - Tá bom... - fala gostando de vê.
A Natalie então pega as cobertas, a Priscila pega a Sofia nos braços e leva Até o quarto. A Priscila põe a filha na cama, enquanto a Natalie a admira. Até que a Priscila cobre a filha e percebe a Natalie a olhando fixamente.
Natalie: - Qual a sensação? - pergunta e se aproxima mais.
Priscila: - Não entendi - fala sem entender.
Natalie: - Qual a sensação, de estar tão perto de sua filha?A sensação de ouvi-la chamando-a de mamãe? A sensação de segurá-la em seus braços, sentir seu calor e ouvir sua respiração? Qual a sensação de estar no papel de mãe? - fala a encarando.
Priscila: - Bom... E-e-eu não consigo explicar. Só posso te falar que é um turbilhão de sensações. Sabe, Natalie, eu nunca fui tão presente na vida da minha filha. Não assim: de ver as estrelas com ela, de brincar no quintal, de ir em momentos especiais para ela, de trazê -la nos braços, para a cama dela... Eu sempre paguei a melhor roupa para suas apresentações, paguei os melhores professores de balé, piano, espanhol...
Mas hoje, eu percebo que essa presença: Não é a mais importante.Natalie: - Com certeza não é e nunca será. Nada, que o dinheiro proporciona, é mais importante que o amor, o carinho e atenção de uma mãe. Mas eu posso dizer que a entendo, senhora. Quando a Sofia nasceu, a senhora ainda era nova, para encarar as responsabilidades de ser mãe, mesmo Já sendo uma pessoa madura. Para ser mãe, não requer a mesma maturidade que precisamos ter: para encarar o primeiro emprego aos 18 anos. É muito mais do quê isso. - fala a olhando fixamente.
A Priscila já não conseguia disfarçar o quanto estava encantada, pela Natalie. Apesar de ser 6 anos mais nova, ela era tão madura. Mesmo não dando para saber quem tem 8 anos, entre ela e a Sofia, muitas vezes. A Priscila por alguns segundos, esquece tudo a sua volta e entra num mundo apenas dela. Ela se aproxima da Natalie, segura em sua nuca, bem próxima dela, olha para seus lábios por alguns segundos, até que a Natalie fecha os olhos e a Priscila a beija lentamente.
Por um instante: elas esqueceram até que a Sofia estava ali, deitada. As duas continuam o beijo, até perderem o fôlego. Em seguida, as duas se encaram e parece que a Priscila cai em si.
Priscila: - Desculpa! Me desculpa! Por favor! E-e-eu agi por impulso. Será que você poderia... - É interrompida.
Natalie: - Esquecer? - fala desanimada, a interrompendo.
Priscila: - Sim. Que isso não faça você desistir da minha filha. - fala desnorteada.
Natalie: - Não se preocupe! A Sofia precisa de mim e eu não irei deixá-la por nada, a não ser que a senhora queira que eu vá embora.
Priscila: - Isso não irá acontecer... - fala sem perceber o tom que havia falado. - Boa noite! Desculpa! - Sai do quarto.
Em seguida, a Natalie fecha a porta, encosta nela e fica pensativa. Ao mesmo tempo que achava aquilo uma loucura e que nunca daria certo, ela sentiu algo que jamais havia sentido, com o beijo e o toque da Patroa. Então ela deita na cama. Enquanto isso, a Priscila só faltava enlouquecer sozinha, em seu quarto.
Priscila: - O que você fez, Priscila? Você enlouqueceu de vez, só pode. - fala consigo, olhando no espelho de seu guarda-roupa. - Não, não, não... isso só pode ter sido um pesadelo. Eu não fiz isso.
A Priscila decide tomar um banho e não consegue ficar tranquila. Ela só quer saber como será, se a Natalie irá evitá-la agora, essas coisas. Então ela deita em sua cama e logo relembra o beijo que deu na Natalie. Pensa na sensação, pensa em como fazia muito tempo, que ela não se sentia bem assim, como ficou naquele momento. Mas entre um pensamento e outro, ela pensava na irmã, pensava na diferença social, e em tantas outras coisas, que acabou adormecendo.
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Bom diaaa!
Espero que tenham gostado de mais um capítulo desta obra.
Um bom trabalho, à todas!
Vamos trabalhar, que nascemos bonitas, não foi rica. Rsrsrs...
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A JUÍZA E A BABÁ
FanfictionEm São Paulo, numa mansão, Vive a renomada juíza, Priscila Pugliese. Uma mulher de 30 anos, viúva há um ano, intersexual, mãe da pequena Sofia. Irmã da Juliana Venceslau Pugliese. Seus pais se afastaram, devido mudanças de comportamento da filha. mu...