Capítulo 21

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Anastásia

    Minha cabeça lateja tanto que parece que vai explodir a qualquer momento. Eu amo o meu curso, mas não posso ficar 100% disposta depois de dois tempos de gestão e três tempos de cálculo seguidos.

É pedir demais.

Estou fazendo o meu caminho para o corredor principal quando sinto braços fortes em volta da minha cintura, meu corpo bate contra um peito firme.

Christian.

— Senti sua falta. — ele não me dá tempo nenhum de responder, Christian enfia as mãos nos meus cabelos soltos e me puxa para um beijo.

Aperto os seus braços e fecho os olhos.

Nós não nos vemos desde sábado de manhã, não nos vemos a quase uma semana. E eu não tive coragem de mandar nenhuma mensagem sequer depois do que houve. Como essa semana não tivemos eletiva, eu consegui fugir com mais facilidade dos olhos de Christian.

Eu estava com tanta vergonha.

Christian havia me visto como ninguém nunca me viu antes, e nós havíamos feito coisas que nunca fiz antes, e isso me deixa tão envergonhada, por mais que eu saiba que o que aconteceu é normal, eu ainda assim me sinto envergonhada.

— Eu também senti a sua falta. — digo quando Christian afasta os lábios dos meus.

Ele me empurra contra a parede. O corredor aqui está vazio.

— O que aconteceu? — pergunto vendo a expressão cabisbaixa de Christian.

— Meu pai, ele está neurótico sobre eu só estar estudando, ele quer me enfiar na empresa a qualquer custo.

— Mas isso não é bom?

— Você sabe como o meu pai é, ele não vai ficar satisfeito e vai exigir mais e mais de mim. Não aguento mais tanta pressão. — acaricio o seu rosto.

Nossa, eu sabia que o tio Carrick era exigente, mas não a esse ponto. Pelo menos ele não deveria ser com o Christian, ainda faltam dois períodos até a sua formatura. Ele precisa de um tempo, eu o entendo, de verdade.

— Nossa, Chris... Eu sinto muito.

— Só você me entende, baby. — Christian enfia o rosto no meu pescoço, mordendo e beijando. — Vamos pro meu apartamento hoje?

— E-eu... Eu preciso ir pra casa, Christian.

— Eu te levo em casa mais tarde. — diz tirando o rosto do meu pescoço. — Nós podemos beber um pouco e conversar. O que você acha? Quero ficar com você hoje, gatinha. — ele pressiona os lábios nos meus.

— Tudo bem, Chris. — digo sorrindo.

O seu pedido é sugestivo, mas eu gosto, isso prova que ele gosta da minha companhia.

Que ele gosta de mim de verdade.

***

Christian abre uma latinha de cerveja pra mim. Eu agradeço e bebo um pouco.

Eu não tenho o costume de beber.

— Você já tentou conversar com o seu pai?

Christian abre outra latinha de cerveja e bebe de uma vez.

É a terceira dele.

— Ele nunca me escuta, eu sinto que eu não tenho voz dentro daquela casa, mesmo me esforçando para ser o melhor filho possível.

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