Até onde um homem consegue ir para conseguir o que quer?
Até onde Christian Grey consegue ir por uma aposta?
A ambição para não ferir o próprio orgulho, pode ser a maior inimiga de qualquer ser humano, principalmente para os que não conseguem lida...
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Uma. Duas. Três.
Deslizo o gloss três vezes, o brilho iluminando os meus lábios vermelhos, o rímel realçando os meus cílios e um pouco de blush nas bochechas são a combinação perfeita para trazer um pouco de cor e vida para o meu rosto pálido demais.
Olho para mim mesma no espelho testando a maquiagem. Gosto do que vejo.
Eu passo a escova uma última vez por meus cabelos, a fim de tentar acalmar os fios rebeldes. Escovo a minha franja com as pontas dos dedos e pulo para fora da penteadeira.
Giro em frente ao espelho.
A calça jeans clássica e a camisa social de manga curta são a combinação perfeita para eu me sentir confortável o suficiente para as cinco horas de faculdade que me esperam hoje.
Exalo energia e empolgação em relação a isso, e as coisas não poderiam ser diferentes, porque estou fazendo a faculdade dos meus sonhos.
O que pode soar um pouco estranho, principalmente por eu ter apenas cálculo e muitos números rondando o meu dia hoje, mas eu não poderia estar me sentindo mais realizada quanto a isso.
Minha mãe costuma dizer que eu herdei a paixão pelos números do meu pai, assim como ele herdou do meu avô. Então não podia ser mais cabível que eu escolhesse a economia, eu não podia me ver fazendo qualquer outra coisa que não envolvesse números e traçar estratégias.
Suspiro.
E daqui a dois anos exatos eu vou estar formada e então estarei trabalhando no escritório com o meu pai, e o seu sócio e amigo de confiança, o tio Carrick.
Daqui a alguns anos eu vou estar fazendo o que sempre quis.
Não é atoa que eu sempre enxerguei papai como meu maior exemplo, ele é sábio e tem boas estratégias, meu pai sempre foi um excelente negociante, ele consegue usar os números ao seu favor e isso sempre me fascinou e fascina.
Eu espero que um dia eu possa ser tão boa quanto ele nisso, pra que eu consiga honrar tudo o que nossa família está a tantos anos construindo, o nosso sobrenome de peso que está a tantos anos na lista das melhores empresas de economia, não só de Nova York, mas do país inteiro. Quero conseguir seguir com o legado da família Steele.
Porque como o meu pai costuma dizer: Os Steele's tem fogo no sangue.
***
Mia exibe seus desenhos orgulhosa. E a cada peça exibida eu tenho mais certeza que ela definitivamente nasceu para o curso de moda.
— Estão incríveis! — Kate murmura com um sorriso e eu concordo mordendo um pedaço do meu sanduíche.
Mia estufa o peito e sorri, olhando orgulhosa para as suas próprias criações. Os traços de Mia são únicos e isso é fascinante. Ela consegue desenhar qualquer estilo de roupa com maestria.
— Vocês acham que eu consigo ser aceita na eletiva de moda e variedades? — pergunta com a testa enrugada, Mia morde o lábio inferior esperando uma resposta.
Concordo freneticamente.
As eletivas são projetos importantes que contam em peso no nosso currículo acadêmico, e quanto mais disputada é, mais credibilidade você pode ganhar participando. Soa um pouco ridículo, mas é assim que as coisas funcionam aqui nessa universidade.
— Eu tenho certeza absoluta que eles vão te aceitar. — digo. Empolgação queima nos seus olhos azuis e esperança ilumina o seu rosto.
— E você Ana, já te responderam? — eu viro o rosto e encaro os olhos verdes curiosos de Kate. Meus ombros caem um pouco e eu nego, uma ponta de desânimo surgindo.
Acho que fui ambiciosa demais, me inscrevi na eletiva de economia e relações exteriores, que para o meu curso é uma das mais concorridas, em vista que só quatro vagas estão disponíveis para os alunos de todos os períodos.
— O resultado sai hoje a tarde. — explico. — Acho que vou procurar por outra, de qualquer forma.
— Se nós entrarmos para projetos tão incríveis, vamos comemorar com muitos drinks a beira da piscina. — Mia ri e vira a latinha de coca-cola.
Kate e eu concordamos rindo.
***
Agarro a minha bolsa quando a aula de cálculo chega ao fim, e faço o meu caminho para o mural de avisos no final do corredor. Os estudantes se multiplicando a medida que eu me aproximo.
Tento passar pela multidão para ao menos ter certeza de que devo procurar por outro projeto ainda hoje mesmo ou se devo comemorar como uma louca.
Aperto os olhos para tentar enxergar com mais clareza.
Economia e relações exteriores.
José Rodriguez Hannah Mackenzie Anastásia Steele Robert Patrick
Respiro fundo e arregalo os olhos, o queixo caindo de espanto e surpresa.
Sorrio e pisco para afastar as lágrimas que turvam a minha visão.
Pode soar um pouco idiota e clichê, mas é uma eletiva tão concorrida entre os alunos de economia. No meio das mais de duzentas pessoas inscritas, eu fui uma das que me destaquei. Por dias eu só pensei nisso e estudei tanto para a prova de seleção e em seguida para a entrevista, que agora eu ainda estou um pouco fora de órbita.
Meu sorriso cresce e eu dou um pulinho animado para fora da multidão.
Meu coração batendo acelerado.
É como o meu pai sempre diz: Você pode, você consegue Annie. As pequenas conquistas importam.
Sorrio.
Eu preciso ir para casa para comemorar com os meus pais.
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