Capítulo 22

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Christian

   — Você é um idiota, Christian! — Elliot cospe as palavras enquanto invade o meu quarto. — O que você tem na cabeça porra? Você é louco?

— O que aconteceu agora?

— Não se faz de imbecil, você sabe muito bem. Por que você seguiu com aquela aposta suja? O que você fez com a Anastásia, porra!

É disso que ele está falando?

De novo? Sério?

— O que eu fiz? — me levanto. — Voce diz como se eu tivesse obrigado ela a transar comigo. — E não foi assim que as coisas aconteceram, nem de perto. Todas as vezes que Anastásia e eu chegamos a transar foi porque ela também estava bem disposta a seguir em frente com as coisas. Eu não a obriguei em nenhum momento, foi tudo consensual. — Ela fez porque quis.

E foi bom pra caralho.

Elliot ri com desdém.

— Porque quis? Ela por caso sabe que você e os seus amigos idiotas apostaram sobre isso? Ela só ficou com você porque não sabe sobre essa aposta idiota!

— Elliot, cuida da sua vida. Eu sei muito bem o que eu faço ou deixo de fazer.

— Você foi um babaca, Christian. E quando essa bomba estourar sobre a sua cabeça...

— Não tem como ninguém saber sobre isso. É só você calar a boca e se meter na sua vida.

— Se afasta dela.

Quem ele pensa que é para me dar ordens?!

— Não!

Nem fodendo. Tenho Anastasia a minha disposição para fazer o que eu quiser.

— Não? Você está louco, porra? Não vai demorar até que a Ana descubra essa sujeira toda.

— Elliot, eu acho bom você tomar conta da sua vida e se meter na porra dos seus assuntos. Não sei porque você se importa tanto com quem eu transo ou deixo de transar.

— Você ainda vai se foder com essa história, Christian.

Meu irmão sai como um foguete do meu quarto.

Me sento e esfrego o rosto.

O Elliot a cada dia fica cada vez mais careta, parece que quanto mais as coisas entre Kate e ele ficam sérias mais fodido meu irmão se torna.

Respiro fundo.

Se ele continuar assim eu vou me foder mesmo. Não consigo nem pensar no estrago que minha vida se transformaria caso Elliot abrisse a porra da boca para contar tudo.

Essa porra de aposta simplesmente não pode ser lançada aos quatro ventos.

***

Leila agarra o meu pescoço, e esfrega os lábios nos meus.
Eu coloco a mão na sua cintura.

Eu preciso me livrar da Leila.

Não preciso dela agora, tenho a Ana que por enquanto anda fazendo tudo que eu quero a hora que eu quero, as coisas andam boas para mim.
Eu estou transando com a Anastásia e quero manter as coisas assim por um bom tempo. Ela é bonita, interessante, e muito gostosa.

— Mas o que? — Leila ergue uma sobrancelha, os seus olhos analíticos presos em mim. — O que está acontecendo?

— Eu estou cansado, Leila. A faculdade...

— Você acha que eu sou idiota? — Leila empurra o meu peito se afastando por completo do meu toque. — Você está transando com a Steele.

Porra, como ela sabe?

— Leila...

— Mas eu não te julgo, sei que vocês homens gostam de joguinhos. — Leila sorri com desdém. — E apostas inflam muito o ego dos homens, né? — ela está sendo cínica.

Como ela sabe disso porra?!

Seguro o braço de Leila a puxando para mim.

— Ai, gatinho.

— Como você sabe?

— Você acha que tem o direito de me chutar como um cachorro sarnento? — Leila grita. — Eu não sou idiota, Christian. Sei que você transou com a Steele por um joguinho idiota. — Respiro fundo. — Vocês homens são tão burros. Você achou mesmo que eu não ia descobrir, sério?

Porra, porra!

De todas as pessoas que não poderiam saber sobre isso, Leila é uma das que estavam no topo da lista.

— Parece que as coisas foram divertidas, mas chega, acabou o joguinho. Não quero que você saia mais com ela, eu não quero que você sequer fique perto dela.

Eu rio.

Que porra Leila tem na cabeça para achar que decide com quem eu saio ou não?

— Eu estou falando sério, Christian. Não quero ter que dividir você, não quero e não vou!

Aperto mais o seu braço.

— Leila, não fode. Eu decido o que eu faço ou não da minha vida. E se eu não quero mais você, aceita e pronto.

— O que você acha que Raymond Steele diria sobre você enganar a filha dele?

Aperto a mandíbula.

Filha da puta.

— Você não decide nada aqui, Christian. Eu não quero que você saia com a Anastásia e pronto.

— Você que não manda em nada aqui, porra.

— Eu juro que se você continuar...

— Chega, Leila. Eu faço o que eu quero, quando eu quero, e você sabe disso. Eu sempre deixei claro que era só sexo.

Nunca tivemos nada sério, ela não tem o direito de exigir nada. Nunca passou de encontros casuais.

Leila puxa o braço do meu aperto com tudo.

— Espero que você tenha entendido.

Leila ajeita os cabelos e faz o seu caminho para fora da sala de aula de cálculo III.

Porra.

Mais essa.

Tudo que não podia acontecer aconteceu. Raymond não pode descobrir sobre tudo, isso não é sequer uma opção. Seria o meu fim. Nem nos piores cenários isso pode acontecer.

Eu nem sei o que o meu pai seria capaz de fazer com isso. Eu estaria mais fodido do que nunca.
Ele sempre foi bem firme quando disse que eu deveria ficar longe da Ana.

Porra, pensa Christian. Pensa.

Essa bomba explodir sobre mim não é uma alternativa, o meu pai já está puto comigo, eu não posso provocar ainda mais a ira dele.

Eu preciso dar um jeito nisso.




{...}

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