Capitulo 12

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Anastásia

A biblioteca de economia é extremamente vazia, sempre. E eu gosto da sensação de estudar em um lugar de paz, cercada do silêncio e de bons livros.

Deixo minha mochila no armário da entrada da biblioteca, como pede a regra e faço o meu caminho pelo corredor de livros nas estantes.

A arte dos números.

É o livro que o meu professor me recomendou, eu puxo o livro de etiqueta verde a abro no capítulo um.

Sinto braços grandes e fortes envolverem minha cintura e por um segundo eu me assusto, sentindo o meu sangue gelar, mas relaxo quando reconheço o perfume.

Christian.

Sabia que ia te encontrar aqui. — ele sussurra no meu ouvido, me dando arrepios.

Viro meu rosto, olho sobre os ombros e o vejo sorrindo.

Aquele sorriso que só ele tem.

Christian me faz ficar de frente para ele. Ele toma o livro das minhas mãos colocando de volta na prateleira.

Suas mãos voltam a agarrar a minha cintura, em um aperto firme.

— Christian, alguém pode ver... — digo quando ele segura o meu queixo, erguendo o meu rosto e guiando a minha boca para a sua.

— Ninguém vem aqui. — Christian beija o canto da minha boca.

— Mas... — minha voz vacila um pouco.

— Relaxa, tudo bem. — ele beija o meu queixo e vai subindo até os seus lábios alcançarem os meus.

E antes que eu perceba a sua língua está exigindo mais e mais de mim. Christian agarra os meus cabelos e mantém o controle.

As mãos enfiadas nos meus cabelos e o aperto forte na minha cintura denunciam que Christian não está nem um pouco preocupado se alguém nos verá ou não. Diferente de mim, que apesar do medo de ser pega, não posso negar que não consigo me afastar dele.

As coisas estão acontecendo de verdade e eu me sinto uma idiota por achar que tudo não passa de um sonho bom, o qual eu não quero acordar.

— Fiquei o fim de semana inteiro pensando em fazer isso. — ele diz quando afasta os lábios dos meus.

Ficou?

— Ficou? — Christian ri e enfia o rosto no meu pescoço dando beijinhos.

— Sim. — Christian tira o rosto do meu pescoço e me encara. — Fiquei com mais vontade ainda de fazer isso quando te vi hoje mais cedo. — as duas mãos apertam a minha cintura. — Aceita voltar comigo hoje? O senhor Jones cancelou a aula de mais tarde. — Christian sussurra com os lábios próximos dos meus. Ele morde o meu lábio inferior e puxa entre os dentes.

Eu me arrepio sempre que ele faz isso, e dessa vez não é diferente.

— S-sim. Tudo bem. — minha voz vacilando.

Christian sorri e pressiona os lábios nos meus.

— Te vejo mais tarde, baby. — Christian se afasta e faz o seu caminho para fora do corredor.

Eu suspiro e me apoio na prateleira. Minhas pernas moles como gelatina.

Eu sou uma idiota apaixonada.

***

Christian segura o meu rosto entre as duas mãos enquanto a sua língua brinca com a minha. Com as unhas arranho o seu couro cabeludo e puxo os seus cabelos.

Nós estamos agindo como dois adolescentes. Se beijando dentro do carro em um estacionamento qualquer.

Christian afasta a boca da minha e segura o meu queixo com firmeza.

Eu tiro as mãos dos seus cabelos e me afasto do toque dele. Apoio as costas no banco do carro e cruzo os braços. Nós ficamos algum tempo em silêncio até que eu tomo coragem e pergunto.

— O que é isso, Christian?

Ele franze o cenho, claramente sendo pego de surpresa pela minha pergunta.

Eu engulo em seco e repito a pergunta.

— O que é isso? — aponto para nós dois. — O que está acontecendo?

— Como assim? Você sabe o que é isso.

— Não, eu não sei.

— Ana...

— A Mia é a minha melhor amiga, e você nunca me tratou diferente disso. Eu sempre fui apenas a amiga da sua irmã. — tomo coragem e olho nos seus olhos.

Christian leva algum tempo em silêncio, até que abre a boca para responder.

— Você sequer olhava para mim, Ana. — claro, eu tinha vergonha. A presença de Christian me intimidava, eu pensava que ele saberia sobre os meus sentimentos por ele quando olhasse nos meus olhos. — Eu tinha medo de tentar algo e ser mal interpretado. Os nossos pais são amigos, pensei que você só me enxergava como irmão mais velho da sua melhor amiga. — Christian se vira para mim. — Mas agora é diferente. — ele acaricia a minha bochecha com o polegar e pressiona os lábios nos meus.

— Sim, agora é diferente.

— Nós podemos nos conhecer melhor, você sabe...

Sorrio timidamente, meu rosto quente.

— Como homem e mulher?

— Sim. Vamos esquecer sobre a Mia, sobre os nossos pais ou qualquer coisa desse tipo.

— Acho uma boa ideia.

— Por isso que isso tem que ser uma coisa só nossa, sem que os nossos pais saibam pra não se meterem. Principalmente os nossos pais.

Concordo. Ele tem um ponto. O meu pai não iria concordar nem um pouco com essa situação. Ele odeia o Christian.

— Esse é o nosso acordo então. — concordo com um sorriso.

Christian segura o meu rosto e nós voltamos com o mesmo ritmo de antes.

Com certeza. Agora é diferente.

{...}

Espero que tenham gostado!

Até o próximo!

❤️

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