Capítulo 46

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Anastasia

Eu acaricio o rostinho da minha bebê decorando cada mínimo detalhe. A boquinha vermelhinha em formato de coração, o narizinho perfeito, as bochechas gordinhas...

Ela é tão pequenininha.
Tão frágil.
Tão minha.

— É um anjinho. — mamãe diz sorrindo.

— Ella, mãe. — olho para a minha mãe. — O nome dela.

— É um nome lindo.

É um nome tão delicado, tão lindo, tão meigo.
E é o nome perfeito para a minha bebê, ela é tão delicada, tão pequena, tão linda...

Ella esfrega o rostinho na minha pele e resmunga, a boquinha abre e a minha bebê começa a chorar.

— Ei, amor. — seguro a sua mãozinha, imediatamente ficando angustiada com o choro da minha bebê. — Mãe... — olho pra minha mãe pedindo ajuda.

— Calma, só está na hora de amamentar o seu anjinho.

A minha mãe se aproxima e me ajuda a abrir a roupa do hospital.

A Ella demora um pouco para entender o que tem que fazer, mas quando ela enfim entende, dói.
Mordo o meu lábio inferior.

— É normal sentir incômodo, mas não vai demorar para vocês se entenderem, é tudo questão de tempo e costume.

Enquanto amamento a minha filha fico admirando o seu rostinho, sentindo a pele quentinha, segurando a mãozinha frágil.
Eu acho que nunca vou me cansar de ficar admirando ela.

Eu estou encantada.

Meu amor. Uma parte minha.

O meu coração fora do peito.

***

O meu pai está com a Ella no colo, babando na minha menina.

— Como você está se sentindo, querida? — a Grace pergunta em um tom maternal.

— Estou bem, Grace. Obrigada. — ela sorri.

— São pra você, Ana. — Carrick está segurando um buquê de orquídeas.

— É algo simbólico para agradecer por esse presente lindo. — a Grace diz olhando para a minha bebê.

A minha mãe pega as flores e coloca na mesinha ao lado da cama.

— Gostaríamos de falar sobre o registro da nossa neta, já conversamos com os nossos advogados. — o Carrick diz, eu franzo o cenho.

— Como assim registro? — o meu pai que até então estava calado se manifesta. — A minha neta já vai ser registrada com o sobrenome Steele.

— Raymond, eu acho que não estamos nos entendendo. Não há cabimento, an Ella também é nossa neta, é uma Grey e deve ser reconhecida como tal.

O meu pai entrega a Ella para a minha mãe, e enfia as mãos nos bolsos, se aproximando.

Ele já está ficando claramente exaltado.

— Eu acho que é você que não está entendendo as coisas, Carrick. A minha neta não vai ser reconhecida como uma Grey, esse seria o caso a menos que o seu filho fosse homem o suficiente, e isso não aconteceu.

— Isso não é o justo. Não é o certo. A Ella é uma Grey e deve ter o nosso sobrenome. É um direito nosso, a nossa neta tem que carregar o nosso sobrenome. — o Carrick diz exaltado.

— A minha neta não vai ser reconhecida como filha de um moleque sem escrúpulos, nem que pra isso eu tenha que contratar os melhores advogados desse país. — o meu pai levanta o tom de voz duas oitavas acima.

Os dois iniciam uma discussão elevando ainda mais o tom de voz.

A Ella resmunga no colo da minha mãe, chorando em seguida.

Mamãe se aproxima e me entrega a minha bebê, acaricio o seu rostinho, embalando a minha bebê no meu colo. Aos poucos a Ella vai se acalmando e volta a dormir.

— Ei, vamos nos acalmar por favor? — a Grace se manifesta. — Temos uma recém nascida no ambiente! E sobre o registro da Ella, é algo que cabe a Anastasia. Ela é a mãe, ela deve decidir.

A minha mãe acaricia os meus cabelos e põe a mão no meu ombro, como sinal de apoio.

— O que você decide, Ana? — mamãe pergunta.

Olhos curiosos pairam em mim.

— Eu não quero o nome do Christian atrelado a minha filha. Eu não quero que a Ella tenha o sobrenome dele. — eu olho para a Grace e para o Carrick. — Desculpa, mas a minha resposta é não. A minha filha vai ser uma Steele.

O Carrick parece não gostar. O rosto ficando uma máscara. Ele esfrega o rosto.

— Tudo bem. A sua vontade vai ser respeitada, claro. Mas nós queremos participar da vida da Ella de qualquer forma.

— Claro.

O meu pai e o Carrick resolveram a pequena diferença com uma rápida conversa.

Eu entendo a Grace e o Carrick, a Ella também é neta deles, mas eu não quero que a minha filha tenha o mesmo sobrenome do Christian. Eu não quero.

***

— Ela é absurdamente linda. — o Ethan diz. — Igual a mãe. — o meu irmão beija a minha testa.

A Kate está segurando a Ella.

— Ela é linda mesmo, parabéns Ana. — o Elliot diz.

— Claro que é linda, é minha sobrinha, não poderia ser diferente. Puxou a tia. — a Mia diz toda convencida.

Kate ri alto.

— Mia, só se for o branco do olho. — Elliot diz provocando a irmã.

Mia revira os olhos inconformada.

— A minha afilhada é a coisinha mais perfeita, amiga.

Sorrio.

Eles ficam no quarto por mais algum tempo, até que a Ella começa a chorar com fome. Então todos saem para nos dar privacidade.

Amamento a Ella mais uma vez e a coloco para arrotar como a minha mãe me ensinou.

Apesar de ainda estar me sentindo estranha, estou me sentindo de uma forma que nunca me senti antes. Parece que agora estou completa, realizada.

— Amor meu, a coisinha mais preciosa da minha vida. — beijo o rostinho da minha bebê linda.

Ela resmunga no meu colo esfregando o rostinho na minha pele. Seguro a sua mãozinha.

Tão pequenininha...













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